sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


AMY FOR EVER
O ano de 2011 levou Amy Winehouse. Que seria cedo, todo mundo já imaginava. Mas tão cedo assim, diria precocemente, ninguém suspeitaria... A melhor novidade dos últimos tempos. Cantoras surgem o tempo todo. Boas e fracas, feias e bonitas, magras e gordas. Talentosas ou não. Amy era tudo de bom. Linda à sua maneira, jovem, compositora, intérprete e, acima de tudo, talentosíssima. Ah, e é bom que se diga: Original. Não veio para copiar nenhuma outra. Não queria ser a nova fulana ou cicrana. E não adianta querer se consolar dizendo que Adelle é a nova Amy. Não é. Nem se parece. Ainda não temos e acho que dificilmente teremos uma nova Amy Winehouse. Assim como, aqui no Brasil, ainda não foi preenchida a vaga deixada por Cassia Eller. Desde Elis, Cassia foi única. Tenho me deleitado ouvindo o CD Lioness: Hidden Treasures, lançamento póstumo que traz pérolas como Between the Cheats, composição da própria Amy, uma balada no clima do Frank Zappa de The Closer You Are... Assim como Will You Still Love Me Tomorrow, de Gerry Goffin e Carole King, que remete à Shirley Bassey dos filmes de James Bond... E, claro, a referência maior, na minha opinião: Aretha Franklin. Desde o primeiro acorde que ouvi Amy entoar no carro do meu amigo Cau Saccol, quando ele me mostrava Back to Black recém lançado: Aretha. Cheguei a pensar que fosse a própria. Que bom que esses registros ficaram e agora nos trazem um pouco de Amy, para fechar o ano que nos privou dela... Já está marcado, para mim, como trilha sonora desse dezembro e me acompanhou o tempo todo nas viagens que fiz a Porto Alegre, Soledade, Passo Fundo, Canela e Gramado. Está, também, indissociavelmente ligado aos entardeceres da capital gaúcha, quando eu ouvia Beetwen the Cheats vendo o sol se por da sacada do apartamento da minha irmã... E Body and Soul, em dueto com Tony Bennet, e Like Smoke, e A Song for You, e Girl From Ipanema...
Pena que when she passes I smile, but she doesn't see...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011


TCHAU, PORTO ALEGRE!
Da janela do avião, assisto ao por do sol. Tchau, Porto Alegre! Vou sentir falta dos teus entardeceres, com o poente pintando o céu das mais incríveis cores... Vou sentir falta dos teus plátanos e jacarandás. Dos teus bares e restaurantes. Só não vou sentir falta do vento. Esse me incomodou bastante, algumas vezes não me deixando dormir, de tanto que batia portas e janelas... Vou sentir falta das estradas que levam a Passo Fundo, Soledade, Canela e Gramado. Das hortências...Dos happy hours da Raquél. Ainda bem que volto com frequência. Pelo menos, duas vezes por ano, já que meus dentistas são todos de Porto Alegre e eu sou daqueles que visitam regularmente o dentista...Deixo Porto Alegre feliz e revigorado. Cheio de planos para a volta. Falta sempre tanta coisa pra fazer. Tantos amigos pra ver. Lugares para visitar... O avião já vai decolar. Tchau, Porto Alegre! Até o ano que vem...
Na foto, le dernier coucher du soleil avant de partir.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011







ADIEU, 2011!


Como todos os anos vem fazendo ultimamente, 2011 passou muito rápido. Não sei ao certo se o que muda é somente a cabeça da gente, pois quando se é criança o tempo demoora a passar, ou se de fato o tempo está passando mais depressa... Por isso eu já nem faço mais muitos planos na virada do ano. Do jeito que os anos estão voando, se a gente planeja muita coisa, acaba se frustrando. Um ano, hoje em dia, é muito pouco para se por em prática tudo o que planejávamos no passado... Estou encerrando 2011 de maneira agradável e feliz. Revendo familiares, amigos e lugares que marcaram a minha vida. Fui a Passo Fundo e Soledade. Sim, a pequena Soledade, tão presente aqui no blog nas histórias da minha infância. Ela está lá, no seu lugar, guardando as lembranças na memória afetiva, paisagística e arquitetônica. Revi a minha tata Docilva, que ajudou minha mãe a me criar. Meus queridos amigos Paulo, Celeste e Carminha. Conheci o restaurante Urbe, da minha amiga Neuzinha. Assisti ao sol se por na minha terra natal. Tenho assistido a vários pores de sol aqui em Porto Alegre, também. Tenho tomado champanhe e feito muitos, mas muuitos brindes à saúde, ao amor, à vida, à prosperidade, à felicidade e a tudo de bom que se possa querer para o ano que vem. Se Deus quiser, o mundo não vai acabar em 2012, como pregam certas religiões e algumas interpretações do calendário Maia. E poderemos, então, seguir brindando, com champanhe ou o que for, a alegria de viver mais um ano. E eu seguirei comentando aqui no blog tudo o que vejo, vivo e brindo. Bonne Année à tous!


Nas fotos: Eu, com minha tata Docilva e seu marido Laídes, e o sol se pondo atrás da Igreja Matriz Nossa Senhora de Soledade.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011




PRESQUE NOËL
Quase Natal, diz o título do post, en français... E eu estou quase na minha cidade natal. Mais exatamente, estou no ônibus que me leva a Passo Fundo, para visitar minha irmã Regina, e, na sequência, irei a Soledade rever amigos e a minha cidade natal... Faz anos que não visito Soledade. Depois que minha mãe faleceu, há quatro anos, acho que é a segunda vez que retorno. Uma torrente de lembranças passa pela janela do ônibus: Cada curva da estrada, cada ponte, cada rio ou montanha. Tudo já visto, muitas vezes, em diferentes épocas da vida, com diferentes olhares e maturidades... A vida passando como uma linha de tempo, nítida, clara, cronologicamente desenhada. O momento presente ligado a todos os momentos passados e caminhando constantemente em direção a um futuro próximo, que se revelará presente e, em seguida, passado também... Não sou muito chegado ao futuro do pretérito, por exemplo. O que poderia ter sido. Gosto do que foi, do que é e do que será, que ainda não sei. Esse mistério, essa possibilidade de materialização do desconhecido é o que move... O trem das cores, de Caetano, me vem à memória. Encontros e despedidas, de Milton. Morro Velho, também de Milton, que eu cantava mentalmente para meu amigo Jorginho, que ia com meus pais me levar na rodoviária toda vez que eu deixava Soledade em direção à cidade grande...Não me esqueça, amigo, eu vou voltar. Some longe o trenzinho, ao Deus dará... Ouço o novo CD de Amy Winehouse no diskman. Quer passado mais presente? Tanto Amy quanto o diskman... E mais um ano termina, cheio de lembranças, viagens, histórias. Para dar lugar a um outro, que irá gerar mais viagens, lembranças, histórias. Se a gente não se falar mais, Feliz Natal e um ótimo Ano Novo!


Na foto, a árvore do Ibirapuera.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011













MENINOS CANTORES
Que o Brasil é um celeiro de cantoras todo mundo já sabe. Elas surgem aos borbotões, todos os anos, semestres, meses. Aliás, arrisco dizer que todos os dias surge uma nova cantora. São centenas de novas Gais (adoro esse plural), novas Bethânias, novas Simones e, até mesmo, novas Marisas Montes - que já era uma nova Gal... Mas pouco se fala dos rapazes. E, de mansinho, eles começam a despontar. Eu gosto particularmente de três: Dan Nakagawa, Thiago Pethit e, mais recentemente, Filipe Catto. Três vozes, estilos e timbres completamente diferentes. Em comum, o fato de serem também compositores das próprias canções. Além de excelentes intérpretes. O Dan eu já acompanho há mais tempo. O Thiago, descobri há dois anos. E o Filipe, venho de conhecer, tipo semana passada. Mas já fui ao show, comprei CD, virei fã... Eu, que sempre idolatrei Milton Nascimento, fico muito feliz de ver esses novos talentos surgindo, se afirmando e renovando a cena musical brasileira. Edson Cordeiro, outro expoente da categoria, atualmente brilha em Berlim e adjacências europeias. Ainda bem que existe vida inteligente fora do circuito Luan Santana – Michel Teló...

Nas fotos, pela ordem: Filipe, Thiago e Dan.

sábado, 17 de dezembro de 2011



BODAS DE ALGODÃO


Hoje meu blog está completando dois anos de existência. São as nossas bodas de algodão. E a nossa relação está cada vez melhor. Penso nele todos os dias. Quando vejo coisas interessantes, fico louco pra chegar aqui e dividi-las com ele... Ando sempre com a máquina fotográfica na bolsa e quase todas as fotos que tiro são pensando em postar aqui... Claro que, como em toda a relação, a nossa tem altos e baixos. Às vezes fico irritadíssimo com ele. Quando, por exemplo, não consigo postar um texto no formato que desejo, ou quando o tamanho da fonte não fica no padrão que estabeleci desde o início da nossa relação. Detesto quando ele GRITA o título do post em um negrito gigantesco... Uma amiga já me disse que essa falta de controle sobre o blog é porque ele é gratuito. Será? Não sei. O fato é que, nesses dois anos, as alegrias e satisfações superam largamente os desagrados. O número de seguidores aumentou significativamente do ano passado pra cá. Os comentários diminuíram. E isso também se deve a um descontrole, pois mesmo seguidores que antes conseguiam postar seus comentários, não conseguem mais. Mas, tudo bem, porque eles comentam pelo Facebook ou por e-mail. O número de visualizações também aumentou bastante. Já são mais de vinte e duas mil! Gosto de ter o blog porque me sinto conectado com o mundo. Adoro a idéia de jogar opiniões em um lugar que sempre será visto por alguém. Sinto-me integrado, participante. É, também, um desafio para mim. Afinal de contas, sempre tenho que ter assunto. E, para tanto, preciso estar ativo, por dentro, informado. Gosto da idéia de divisão que ele me dá: Tudo o que vejo, leio, aprecio, experimento, conheço, eu divido aqui com os leitores. Sinto-me acompanhado. Atenção solitários: Blog é excelente remédio para a solidão! Hoje estou comemorando nossas bodas de algodão: Dois anos de conectividade. Comigo mesmo, com a vida e com vocês, leitores ocasionais e seguidores. Bebo champanhe ouvindo novo CD de Amy Winehouse... Joyeux Anniversaire!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


SEU ZARPELLON

Seu Zarpellon era fotógrafo. O fotógrafo de Soledade, minha cidade natal. Mais do que isso, ele era a memória da cidade. Todo o que acontecia, ele registrava. E o que acontecera no passado, também. Seu estúdio ficava em frente à praça, bem no centro da cidade. Era uma pequena casa de madeira, no fundo do terreno do prédio no qual ele morava. Entrava-se pela garagem do edifício, que ele transformou numa espécie de galeria, onde fixava quadros com as fotografias dos últimos eventos da sociedade. Sempre que íamos passear na praça, dávamos uma passada por lá para saber das novidades. Uma espécie de coluna social ilustrada... Cada vez que ia tirar uma foto, Seu Zarpellon ficava um tempão dirigindo os modelos. O que deu origem à expressão: Vai, Zarpellon! Usada sempre que alguém demorava demais para bater uma foto... Sua filha Marília foi minha professora de história no ginásio. Eu adorava a Marília. Ela era interessantíssima. A única pessoa que eu conhecia que já havia feito várias viagens à Europa... Um dia, numa das minhas visitas à Marília, pedi ao Seu Zarpellon que posasse para mim. Já que ele fotografava todo mundo, eu queria ser a pessoa que iria fazer o mesmo com ele. Então subimos no terraço do prédio, onde fiz a foto que ilustra o post... A maior parte dos retratos de família que tenho foram feitas por ele. Tenho especial carinho por um que ele fez da minha mãe, fantasiada de cigana no carnaval. Fez a foto em preto & branco e depois coloriu-a à mão. Hoje ela está emoldurada e tem lugar de destaque na sala da minha casa... Adoraria ter acesso aos arquivos do Seu Zarpellon, espécie de google images da época. Aliás, onde estará guardado tal tesouro?

Na foto, Seu Zarpellon contempla Soledade do alto do seu edifício.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011



NATALIZAÇÃO PRECOCE

Adoro o Natal e desde criança essa sempre foi a minha época preferida do ano. Mais do que a data em si, com os presentes, a decoração, a família reunida, as comidas deliciosamente diferentes, o que me encantava e continua encantando era a chegada das férias e do verão. Fim de um ano e início de um outro, cheio de expectativas e sonhos a realizar. Eu fico muito mais feliz nesse período em que os dias são mais longos, as noites agradáveis, todo mundo fica muito mais à vontade no verão do que no inverno, escuro, frio e fechado por natureza. Mas o que tem me irritado bastante, de uns tempos pra cá, é o que chamo de natalização precoce. Com o explícito intuito de incentivar o consumo, começa-se a viver o Natal cada vez mais cedo! Gente, pelo amor de Deus, esse ano já tinha enfeites de Natal no mês de outubro! Quer dizer, o Papai Noel ainda nem pensou em entrar na chaminé e o Natal já está sendo gozado... Outra coisa que me irrita sobremaneira é a permanência, em pleno século vinte e um, da reprodução, aqui nos trópicos, do Natal dos países do hemisfério norte. Há tempos atrás, tudo bem. Não se tinha muito acesso à informação e éramos colonizados mesmo, logo, aceitávamos essa aculturação sem muito questionamento. Mas hoje em dia, com a globalização, a internet e tudo o mais, continuarmos representando o Natal com neve, renas e trenós é no mínimo insólito... E o Papai Noel com aquela roupa de pelúcia? Aliás, será que alguma criança com mais de dois anos de idade ainda acredita em Papai Noel? Muitos gostam de destacar, principalmente nas redes sociais, que perdeu-se o “verdadeiro sentido” do Natal e que agora é só consumo. Pois bem: Eu fui criado numa família católica e juro a todos vocês que nunca soube o que vem a ser esse tal “verdadeiro sentido” do Natal. Pra mim, e acho que pra todas as crianças do meu tempo, o sentido do Natal sempre foi ganhar presentes. De preferência coisas mais caras, que durante o ano, nas datas menores, não ganhávamos... E, claro, festejar com parentes, amigos, comidas e bebidas especiais...

E, cá entre nós, não é uma delícia?

Joyeux Noël à tous!

Nas fotos, a Fiesp toda trabalhada no dourado e a reciclagem de pets que adorna a fachada do Conjunto Nacional.

domingo, 11 de dezembro de 2011









DOMINGÃO
O domingo amanheceu nublado e eu não dava nada por ele... De repente se encheu de sol e tudo começou a acontecer! Fui almoçar com minha amiga Adriane Mottola, que está de passagem por São Paulo, e colocamos o papo em dia. Depois fui ao Sesc Belenzinho para assistir ao espetáculo Alguém Acaba de Morrer lá fora, texto do jovem dramaturgo Jô Bilac, de quem já ouvira muito falar, com direção de Pedro Neschling. Adorei. Fico muito feliz quando vejo gente jovem produzindo trabalhos relevantes e de qualidade. Ótimos texto e direção. Pedro revela-se excelente diretor, claro, limpo, seguro, moderno. Como disse minha professora Irene Brietzke ao avaliar a primeira cena que dirigi na faculdade de teatro: Tem postura de diretor. O que, nos dias de hoje, já tem valor de ouro... Sem falar que no elenco está a musa da minha adolescência Lucélia Santos, que vem a ser a mãe do Pedro e está na sua melhor forma, uma menina em cena... O Sesc Belenzinho é um luxo e merece um post à parte aqui no blog. E nos brindou com um entardecer encantador, com direito a por do sol do terraço do café do teatro... Agora escrevo
admirando a lua cheia, que resolveu não deixar por menos e dar um show digno de abafar as luzinhas do Natal, que atravancam a Avenida Paulista e adjacências. O fim de semana foi pródigo em artes cênicas. Na sexta, fui assistir à Dona Fernanda Montenegro com seu solo chiquérrimo Viver Sem Tempos Mortos. O título diz tudo e é exatamente o que a dama do nosso teatro faz desde que põe o pé sur la scène e senta-se na sua cadeira: Vive sem tempos mortos a vida de Simone de Beauvoir e nos leva junto com ela. Só voz, expressão facial, pouquíssimos gestos e uma dicção impecável. Fernanda, do alto dos seus oitenta, não erra uma sílaba. É um luxo em tempos de atores que mal sabem falar... No sábado foi a vez do novo Almodóvar: A Pele que Habito. Sempre amei, idolatrei Almodóvar, salve, salve. Ele está cada vez melhor e mais louco, o que, por si só, já quer dizer melhor. Entendam como quiserem. O que é melhor para uns pode não ser melhor para outros. E deixa eu sair do computador que a lua grita lá fora!



Bonne semaine à tous!



Nas fotos, Pedrinho e Mamãe e entardecer sobre o Sesc Belenzinho.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


JUDY IN RIO...
De volta a São Paulo, rotina retomada, e já com saudades do Rio... Meus últimos momentos na Cidade Maravilhosa foram marcados pela incrível atuação de Claudia Netto vivendo Judy Garland no musical da dupla/grife Charles Moeller & Claudio Botelho, Judy Garland o Fim do Arco-iris. Quando digo vivendo não é nenhum exagero. Claudia vive mesmo a Judy dos últimos meses de vida, alternando cenas de show com bastidores bafônicos de vida pessoal totalmente embalada pela explosiva combinação álcool+ barbitúricos. Impressionante. Quem for ao Rio de Janeiro, por favor, não deixe de conferir, é daqueles espetáculos que a gente guarda para sempre na lembrança, sabe? Não vou falar mais para não ficar parecendo uma crítica, pois não sou profissional habilitado para tal. O que deixo aqui são impressões de um espectador emocionado pelo enorme talento dessa que eu nem suspeitava fosse a grande atriz e performer que é. Uma pena o ator que interpreta seu noivo, apesar de belo, ser tão fraco, quase um Cigano Ígor... Lembra? Melhor não. O que fica e vale realmente a pena é a antológica criação de Claudia Netto. Se alguém que ler esse post por ventura conhecê-la, transmita a essa moça incrivelmente talentosa os meus parabéns. E o meu mais sincero agradecimento...
Na foto, Claudia caracterizada como a mãe de Liza Minelli.

sábado, 3 de dezembro de 2011




BATE PERNAS...

Adoro bater pernas no Rio de Janeiro, de Ipanema ao Centro, passando por Copacabana com suas riquíssimas fauna & flora. E, claro, seu mundo mineral também... Aliás, esse é um hábito que tenho. Sempre que viajo, gosto de me deixar levar pelas cidades. Programo uma atividade ou lugar que quero conhecer e, a partir daí, acabo indo a vários outros, que surgem ao acaso. E assim, desvendo as cidades... Ao meu modo. Quando vou a lugares turísticos, gosto de observar os turistas estrangeiros que fazem todos os passeios usando aquelas horríveis sandálias de tiras de nylon e grossas solas pretas de borracha, com bermudas, camiseta e mochila. E fico me perguntando: De que adianta conhecer lugares incríveis e sair horroroso nas fotos? Sim, porque ninguém, nem a mais loura e alta das suecas, fotografa bem usando trajes tão deselegantes...Tudo bem, eu sei que é em nome do conforto. Mas, se unissem conforto a um mínimo de elegância, ficaria melhor pra todo mundo... E as gerações futuras, ao admirarem velhos retratos, teriam outra impressão dos seus antepassados... Os espelhos art- nouveau da Confeitaria Colombo, por exemplo, devem contemplar incrédulos a ação do tempo sobre a indumentária dos seus frequentadores... Estive no Centro do Rio, fui ao Paço Imperial, à Colombo em si, ao Convento de Santo Antônio, meu santo de devoção, ao Centro Cultural Banco do Brasil, onde visitei a exposição da Índia e assisti ao espetáculo Não me Diga Adeus, com direção de Gilberto Gavronski e fui também ao Centro Cultural dos Correios, onde estão expostas as fotografias de Brassaï, reunidas na mostra Paris la Nuit.... Ou seja, uma coisa leva à outra e à outra e etc...

Nas fotos, o Largo da Carioca visto do Convento de Santo Antonio, a fachada da Colombo e a colorida rua Primeiro de Março.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011



LEME

Se você estiver de frente pro mar, na ponta esquerda de Copacabana, lá no finzinho, fica o bairro do Leme. Ele não é moderno como Ipanema, nem sofisticado como o Leblon. Tampouco esfuziante, como sua feérica e já muitas vezes cantada vizinha, Copacabana. O Leme é discreto, pequeno e charmoso. Quase todos os moradores se conhecem e se cumprimentam pelo bairro. As ruas são mais tranqüilas, sem aquele trânsito constante de carros e ônibus das suas vizinhas. Tem restaurantes charmosos e modernos, como o já aqui citado La Fabrique, e tradicionais, como o Amicci e o Shirley, onde se come os mais incríveis frutos do mar... No início dos anos noventa, quando voltei de Paris e vim para o Rio trabalhar com Luiz Arthur Nunes, morei no Leme, na rua Gustavo Sampaio, que é paralela à Avenida Atlântica. O bom é que da minha janela dava pra ver uma nesga de mar... Clarice Lispector morava no Leme. Nessa mesma rua... É da Pedra do Leme que se tem uma das mais belas vistas da praia de Copacabana. Ela tem esse nome porque, quando vista do alto, tem a forma de um leme de navio. Lá fica o Caminho dos Pescadores, de onde eles lançam seus anzóis ao mar. Lá tem também um senhor japonês de quase oitenta anos que mergulha pulando do alto da pedra e volta por uma corda que deixa amarrada nas pilastras de proteção... Os cachorros dos moradores se encontram, latem uns para os outros, se cheiram e seguem o passeio. No Leme fica o prédio do antigo Hotel Méridien, cuja cascata de fogos iluminava o révéillon de Copacabana. No subsolo do Méridien ficava o Rio Jazz Club, onde assisti, nos anos noventa, ao show da banda paulista Vexame... Sempre vou ao Leme. Se por mais não for, para fazer belas fotos, como essas que ilustram o post. E sempre me vem à memória os versos da canção de Carmen Miranda: Paris, Paris je t’aime, mas eu gosto muito mais do Leme...

Nas fotos, o Leme em si, com o Méridien ao fundo, e o Caminho dos Pescadores.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


PRIMEIRO DE DEZEMBRO
O mês de dezembro entrou com força aqui no Rio de Janeiro. Fui acordado às seis da manhã pelo barulho do vento, que soprava forte balançando as árvores da mata que vejo aqui da janela do meu quarto na casa da Shala. A força do vento foi tamanha que varreu para longe as nuvens que ameaçavam nublar o dia. E a quinta-feira primeiro de dezembro se fez quente e ensolarada, o mais esplendoroso dia desde que cheguei no Rio. Escrevo na praia, de frente para o mar de Ipanema, enquanto sinto queimando minha pele mesmo à sombra do guarda-sol...Ouço Marisa Monte no diskman: Ainda bem que agora encontrei você... Adoro o mês de dezembro. Sempre me traz as mais felizes lembranças da infância e juventude. Dezembro era quando pintávamos a casa para esperar o Natal. Até hoje, quando sinto cheiro de tinta fresca, me vem à memória as festas de Natal. O Natal da minha infância em Soledade, quando a nossa vizinha Doroty, que era artista plástica, vinha pintar motivos natalinos nas vidraças da porta de casa... Bem vindo, mês de dezembro! Mês do aniversário do meu blog, que esse ano completa dois anos... Estou adorando entrar dezembro no Rio, cidade que, nesse ano, só vim rever agora que ele começa a terminar... Bom dezembro a todos!