domingo, 30 de junho de 2013

SURREALISMOS

O fim de semana foi surreal em termos de artes e espetáculos. Isso sem falar em todo o surrealismo com que a vida real em si vem nos cercando nos últimos tempos. No sábado fui assistir ao filme A Espuma dos Dias, inspirado no romance de Boris Vian, com diração de Michel Gondry, de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, um dos meus filmes fetiche. O filme traz o ator Omar Sy, de Os Intocáveis, e Audrey Tautou, a eterna Amélie Poulain, ao lado de Romain Duris e Gad Elmaleh. Tinha tudo para ser uma experiência inesquecível. Mais um cult para a lista dos top. Mas, infelizmente, resultou numa série de cochilos intermitentes, com intervalos de lirismo e algum riso contido. Muito pouco em relação ao que prometia. Pelo menos para a minha expectativa pessoal. No domingo foi a vez de conferir o espetáculo Ausência, solo do ator Luis Melo interpretando criação da dupla Dos à Deux, cujo teatro gestual vem me encantando há bastante tempo. É lindo. Poético, lírico, com pitadas de humor. E cochilos, também. Esse, pelo menos, é bem menos cansativo do que o filme, pois tem apenas cinquenta minutos de duração. O rigor formal marca as duas obras, assim como a excelência da interpretação dos atores. Eu adoro coisas loucas, amo pirar na batatinha. Mas, após essa dose dupla de surrealismo no fim de semana, ficou ecoando a pergunta: Tá, e daí? Na foto, o aotr Luis Melo em cena de Ausência.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

LUPICÍNIO NA VEIA

Ontem à noite fui assistir, no Centro Cultural Banco do Brasil, ao espetáculo Vingança, criado a partir da obra do compositor Lupicínio Rodrigues. A atriz e cantora Anna Toledo assina a idealização e o texto desse musical encantador e passional. Rasgado. Exagerado, para citar Cazuza. Anna consegue transformar as canções de Lupicínio em interessante e inovadora dramaturgia. Mais do que as canções, a atmosfera lupiciniana serve de combustível para o drama. Se fosse vivo, o escritor Caio Fernando Abreu diria tratar-se de um espetáculo-bolero. Tem o feeling do mais desbragado bolero, com pinceladas fortes de tango e muito, mas muito melodrama. E, claro, paixão. Excelente programa para o dia dos namorados. Isso sem falar nas pérolas do velho Lupi como: "Eu lhe mostro a porta da rua para que você saia sem eu lhe bater" ou "Tive mulheres que me fizeram bem e mulheres que me me fizeram mal. As que me fizeram bem, eu esqueci". E o que dizer dos trinados de Andrea Marquee com o requinte do sotaque de época? No mínimo, uma belíssima homenagem às nossas Rainhas do Rádio. Só tenho elogios a esse belo espetáculo, um show de talentos do A ao Z da ficha técnica. Porto Alegre precisa ver esse presente-homenagem ao seu ilustre compositor. De preferência, no Teatro São Pedro, onde ele brilharia como um diamante incrustado na joia que é aquele teatro. Me perdoem os de texto muito enxuto, mas a adjetivação excessiva, nesse caso, é fundamental, para citar mais uma vez Caio F. E last but not least, a produção da Morente Forte. Tudo que tem o toque de Selma e Célia é precioso. Como diz o texto da peça: Mulher é sempre mulher... Só senti falta, no programa do espetáculo, de uma lista com todas as canções executadas. Mas isso é mero detalhe. Não sei se porque sou gaúcho, se porque sou romântico, se porque sou um senhorzinho de meia idade ou se por todos esses motivos, o espetáculo me envolveu de tal forma com tamanha qualidade e requinte que, por duas horas, cheguei a esquecer que do lado de fora a cidade estava em verdadeiro pé de guerra. Agradeço ao querido Alexandre Yokoi, do CCBB, pelo convite. E a toda a equipe do espetáculo, pelo presente de dia dos namorados. Na foto, a capa do programa.

sábado, 8 de junho de 2013

VERÃO EM PARIS

Os leitores do blog que me perdoem, por favor! O mês de junho já caminha para a metade e eis-me aqui postando pela primeira vez. É pouco, eu sei. Mas tenho uma justificativa inquestionável: Em julho vou para Paris! E, como já faz dois anos que não visito minha cidade do coração, pode-se imaginar como já estou eufórico, excitado, e contando os dias para tal. Minha cabeça já está lá! Em contrapartida, julho e agosto serão pródigos de postagens interessantes por aqui. Prometo. É que em Paris vejo mais, experimento mais, curto mais, sinto mais, vivo mais. E, naturalmente, faço questão de dividir com os leitores todas as minhas vivências em terras europeias. Normalmente costumo visitar a Cidade Luz na primavera e, no comecinho do verão, eu retorno. Mas como dessa vez não foi possível ir antes, será no verão mesmo que reatarei meu namoro com Paris. E, como bem cantou Cole Porter, I love Paris every moment of the year... Quem se der o trabalho de visitar antigas postagens do blog digitando Paris na busca, verá o quanto já discorri sobre ela e seus encantos. E o quanto não me canso de sempre voltar para revê-la. É que trata-se de paixão antiga, que remonta ao começo da década de noventa do século passado! Meu Deus, como sou velho... Se eu não aparecer mais por aqui nesse mês, no vemos em Paris no mês de julho, ok? Merci beaucoup et à bientôt! Na foto, eu bem pimpão no Beaubourg, no verão de 1991.