quarta-feira, 6 de março de 2024

PERFECT DAYS

Ao me sentar diante do computador para escrever esse post devo confessar que ainda não sei muito bem o que vou dizer. É sobre o filme Dias Perfeitos, de Win Wenders, a que assisti ontem à tarde. Uma tarde quente de verão, abafada mesmo, com um vento que anunciava a chuva que estava por vir. O filme começou e foi, aos poucos, me transportando para uma outra dimensão. Acho que é isso, mas poderia ser também outra realidade, outro tempo, outras possibilidades de se viver. Quem espera encontrar ação ou aventura nos filmes, por favor, não vá porque não tem. Nem romance ou suspense. Nem mesmo uma história com começo, meio e fim. Mas do que se trata então? Trata-se de um poema filmado. Poesia feita de imagens e de sons. Acompanhamos o dia a dia do personagem Hirayama, funcionário da companhia de banheiros públicos de Tóquio. Sua rotina. Sua maneira de observar o mundo em volta. Seus rituais, seus hábitos, seus gostos particulares. Sua maneira de se relacionar com os outros. O filme tem um ritmo próprio, diferente do que estamos acostumados. E a vida, no filme, também tem seu próprio ritmo. Para começar, quase tudo no universo do personagem é analógico: Os livros que lê, as fitas K7 em que escuta suas músicas; a máquina fotográfica com a qual registra sua visão da cidade; o som da vassoura da vizinha varrendo a calçada, que o desperta todas as manhãs... Hirayama não vive preso ao celular, oh, libertação suprema! Imagino que a maioria das pessoas não tenha tempo para dedicar duas horas das suas atribuladas rotinas a esse filme. Ocupadas que estão com coisas importantíssimas como expor as próprias vidas nas redes sociais, por exemplo. Mas é uma pena que assim seja. Perdem muito. O filme abre uma janela no cotidiano. Nos arranca da nossa vaidade, do nosso egoísmo autocentrado. Nos dá a percepção da nossa própria futilidade... Termina com Hirayama dirigindo seu furgão da companhia de banheiros públicos ao som de Felling Good, na voz de Nina Simone. Emocionado, ele ri e chora. Em silêncio, como fica durante quase todo o tempo do filme. A trilha sonora, diga-se, é maravilhosa... Quando a sessão acabou, um temporal varria a cidade e a enxurrada cobria as calçadas da Rua Augusta, que tinha se transformado em uma grande cachoeira. Fiquei parado na porta do cinema esperando a chuva acalmar. Os carros parados em fila tentavam subir em direção à Avenida Paulista. Muitos desistiam, retornavam e desciam a Augusta de volta. O que tornava o caos ainda maior. Me veio à mente a música de Éric Satie. Alguns textos de Caio Fernando Abreu. São Paulo sendo São Paulo. Eu sendo eu. A vida sendo ela própria... Na foto, o ator Kõji Yakusho, que vive Hirayama, no cartaz de Dias Perfeitos.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

FEVEREIRO DUMP

No primeiro dia do mês minha gatinha Lina faz aniversário. Quatro anos... Vou com meu amigo Edson Cordeiro ver nosso amigo dj Eduardo Corelli tocar em um restaurante descolado no Bixiga... Fico encantado com a performance de Nilton Bicudo em O Antipássaro, espetáculo no qual ele transborda a poesia de Orides Fontela. Puro arrebatamento... Relembro um verão dos anos oitenta do século passado no Rio de Janeiro na companhia de amigos inesquecíveis... Meus pais em um antigo baile de carnaval no Clube Comercial de Soledade. A trilha sonora é Camisa Listrada, na voz de Carmen Miranda... Minhas irmãs e eu em um antigo baile de carnaval no Clube Comercial de Soledade. Ao fundo, Caetano Veloso canta Muitos Carnavais... Meu personagem ovino, uma ovelha inspirada no homem carneiro de Haruki Murakami, descansa a beleza com máscara de dormir deitada em um sofá no pós-carnaval. A imagem é embalada pela voz de Edson Cordeiro cantando Lovesong, da banda britânica The Cure... Relembro as queridas Lidoka e Claudia Wonder, que já viraram purpurina e iluminam o céu. Weidy e eu na praia de Ipanema (bronzeados, dourados e felizes) no verão de 2009... Para fechar com chave de ouro, assisto a mais dois espetáculos de teatro: Um com a maravilhosa Martha Mellinger (De Tanto Amar) e o outro com o surpreendentemente incrível e encantador João Côrtes (Invisível)... Essa foi uma tentativa de traduzir em palavras o que seria um carrossel de imagens do mês de fevereiro no meu Instagram. Um fevereiro intenso & variado. Bem como eu gosto! E boas águas de março a todos! Na foto, eu-ovelha descansa a beleza no pós-carnaval.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

INVISÍVEL

Escrevo ainda fortemente impactado pelo espetáculo Invisível, solo do ator João Côrtes, a que assisti ontem à noite no Teatro Renaissance. É a primeira vez que assisto ao trabalho desse jovem artista que, pelo que andei pesquisando, já tem dez anos de carreira. João encanta desde o primeiro momento em que pisa no palco. Com uma presença cênica eletrizante e um trabalho corporal invejável ele conduz a plateia através da violenta história de seu personagem, que é vítima de violência física e psicológica por parte de seu companheiro. Assim falando parece que se trata de algo difícil de se assistir, ou pesado demais, ou até mesmo chato. Mas não é. Com seu talento e carisma João arrebata e nos prende à sua narrativa do início ao fim. É um grande prazer presenciar uma entrega tão intensa no palco. Ele denuncia e, ao mesmo tempo, entretém. O texto de Moisés Bittencourt e a direção impecável de Fernando Gomes são emoldurados pela precisa e mágica iluminação de Paulo Cesar Medeiros, praticamente o único cenário do espetáculo. Com ritmo intenso, cortes e flashbacks cinematográficos, o espetáculo solo de João Côrtes é uma lufada de ar fresco no teatro brasileiro. Uma renovação. Sacode, diverte, emociona e faz pensar. Precisa ser visto! Esse jovem ator é um atleta, um ginasta da arte e das palavras. Não sei mais o que dizer. Estou sem fôlego, estupefato, entorpecido. Saí do teatro renovado e recomendo a todos... Na foto, João recebe e agradece os merecidos aplausos.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

PARAÍSOS ARTIFICIAIS

Desde a mais tenra juventude tive irresistível atração por drogas. E, paradoxalmente, nunca me dei bem com nenhuma delas. Pelo menos das que cheguei a experimentar. Tudo começou com a leitura de A Erva do Diabo, de Carlos Castañeda. E, consequentemente, de outras obras desse autor como Viagem a Ixtlan, O Segundo Círculo do Poder e outras que não me ocorre o nome. Essa semana tive que fazer um exame clínico que exige a tal sedação. Assim que a enfermeira aplicou a injeção no tubo do soro fiquei grogue e só me lembro de ter dito ao médico: Já estou tonto. A partir daí tudo se apagou e só recuperei a consciência em casa. Consciência é maneira de falar. Dormi a tarde inteira, acordei, jantei e dormi de novo até o dia seguinte. Acordei com uma espécie de ressaca misturada com depressão, muito semelhante ao que acontece depois de qualquer noitada de excessos. Daquelas de antigamente, lógico. Que hoje em dia noitada para mim é ir ao teatro ou a um bar ou restaurante e antes da meia noite já estar em casa... Não sei qual benzodiazepínico, psicotrópico ou estupefaciente (rsrsrs) os médicos costumam aplicar nessas ocasiões. Sei que deu uma bagunçada geral na minha mente já não muito organizada... Por outro lado, trouxe à tona memórias já quase esquecidas. Como os Paraísos Artificiais do título do post, que se referem à obra do escritor Charles Baudelaire. Nela o autor de As Flores do Mal discorre sobre a dor e a delícia de se utilizar substâncias como o ópio, o haxixe e o vinho, capazes de "transformar os homens em deuses antes de lançá-los ao inferno". Na verdade Baudelaire acaba puxando a brasa da sardinha para o álcool. Assim como ele eu, que comecei pelo álcool e passei por várias outras substâncias alteradoras da consciência, descartei todas elas e ao álcool retornei. Rsrsrs (não que eu o tivesse abandonado enquanto experimentava todas as outras)... O que sei é que não tenho nenhum controle sobre drogas e não ter controle é algo que não suporto. Toda substância que faz "viajar" me leva para uma insuportável onda de pânico, insegurança, medo e horror. Sou muito melhor consciente. E, melhor ainda, levemente embriagado. Levei anos para me dar conta disso. Mas nada como a maturidade, não é mesmo? Para o bem e para o mal... "Deveis estar sempre embriagados. Para não sentir o horrível fardo do tempo que vos esmaga os ombros e vos verga para a terra, é preciso embriagar-se sem descanso. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vosso gosto. Mas embriagai-vos". Sábias palavras de Baudelaire. Me vieram também à mente os escritos de Thomas de Quincey e Antonin Artaud e os livros da coleção Rebeldes e Malditos da editora L&PM. Quem se lembra dessa coleção? Eu sei que entrega a idade rsrsrs. Mas eram adoráveis e necessários numa época em que não se tinha sequer um Google, por exemplo... O bom é que o efeito do sedativo e a crise pós-sedativo já passaram e a minha cabecinha parece ter voltado ao normal. Ao normal dela, se é que me entendem. Acho até que logo mais, à noite, vou beber um negocinho só para ver o estrago que faz... Boas viagens a todos! Nas fotos, Roberteen viaja no vinho e a obra Os Fumantes de Haxixe, de Gaetano Previati.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

CANÇÕES DE CARNAVAL

... e nesses dias de folia em que a multidão se amontoa, se acotovela e se entrelaça lânguida e cheia de lascívia, eu me entrego ao deleite da música. Inevitavelmente acabo revisitando álbuns e canções que ao longo do ano ficam mais no fundo das pilhas de CDs e LPs. Quero falar especificamente de três álbuns que tem embalado meus dias de folia (ou de anti-folia). O primeiro deles é Carmen Miranda 100 Anos, idealizado e produzido por Thiago Marques Luiz. Uma luxuosa edição dupla que traz no primeiro CD duetos de Carmen com grandes cantores da primeira fase da carreira dela como Mario Reis, Silvio Caldas, Francisco Alves e Carlos Galhardo. Hits como Alô Alô, Isto é Lá com Santo Antônio e Pra Quem Sabe Dar Valor são apresentados nas gravações originais da Pequena Notável com seus contemporâneos. A gente chega a visualizar os cordões passando em meio a muito confetti e serpentina; o outro CD que compõe a edição vem com artistas nossos contemporâneos (alguns já falecidos como Elza Soares, Gal Costa e Rita Lee) fazendo suas interpretações dos grandes sucessos de Carmen; e aí temos Evinha, Maria Alcina, Baby do Brasil, Caetano, Elba Ramalho, entre outros. Amo a versão de Marília Barbosa para o hit Eu Dei. A capa é belíssima, com direção de arte de Ana Amélia Martino e Rafael Ayres. Um luxo para ser degustado o ano inteiro... O segundo álbum é Babando Lamartine, das esfuziantes Frenéticas, sexteto vocal do qual fazia parte minha saudosa amiga Lidoka. Nesse gracioso e animado passeio pela obra do genial Lamartine Babo "as Fre" cantam embaladas por arranjos do não menos genial Cezar Camargo Mariano. Traz pérolas como Canção Pra Inglês Ver, Aí, Hein! e Maria da Luz, entre outras como O Teu Cabelo Não Nega (hoje seriam canceladas) e Jou Jous e Balangandãs. (Lamartine, diga-se, também está presente nos duetos com Carmen do primeiro álbum aqui citado)... Terceiro mas não menos importante, o histórico, antológico, inesquecível e imprescindível Muitos Carnavais, de Caetano Veloso. Nem sei o que falar deste disco que amo tanto, cujo vinil me foi presenteado pelo meu amigo Paulo Teixeira com a seguinte dedicatória: "Roberto, para que a tua vida seja sempre uma festa, como esse disco é". E não é que foi? Ou melhor, vem sendo. Entre Muitos Carnavais, Chuva, Suor e Cerveja e Atrás do Trio Elétrico, A Filha da Chiquita Bacana (eu rsrs) vem vivendo a vida como uma verdadeira festa. Pois, como cantam as Frenéticas, só quem tem mãe no mangue é que não dança, com medo de revelar a sua herança... Fora esses três discos aqui citados, ainda me delicio com uma coletânea de sucessos de Carmen que eu havia dado de presente à minha mãe e que ficou de herança para mim. Minha preferida desse CD é Adeus Batucada. Então, minha gente, para encerrar citando Caetano, vamos viver, vamos ver, vamos ter, vamos ser, vamos desentender do que não, carnavalizar a vida coração... Bom restinho de Carnaval à tous! Nas fotos, as capas dos tês álbuns citados no post.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

CARMEN, CARNAVAL, ET CÆTERA

Ontem foi o dia do aniversário de Carmen Miranda. Sempre é tempo de render-lhe homenagens. Carmen foi uma das maiores artistas brasileiras de todos os tempos (embora fosse portuguesa de nascimento). Seu sucesso internacional foi tamanho que fez com que alguns brasileiros ficassem magoados com ela, achando que ela tivesse trocado o Brasil pelos "States"(o que eu faria sem a menor culpa). Mas, felizmente, ela explicou a questão na canção Disseram que eu Voltei Americanizada, e tudo voltou ao normal... Amo Carmen desde a mais tenra idade, principalmente por ela ser a minha primeira memória musical: Uma das minhas lembranças mais antigas é minha mãe cantando Camisa Listrada, hit da Pequena Notável, e eu pedindo: Mãe, canta sossega leão! Minha mãe era fã de carteirinha de Carmen. E sempre contava que ela pediu para ser enterrada de tailleur vermelho, com baton e unhas pintadas de vermelho também. Adoro o suingue e a malemolência de Carmen, sem falar dos looks pra lá de avant-garde. Nunca me esqueço de quando, aos dezesseis anos de idade, fui assistir ao show Feitiço, de Ney Matogrosso e, num dado momento do show, ele entrava em cena de turbante cantando O Tique-taque do Meu Coração... A biografia de Carmen escrita por Ruy Castro é um dos meus livros preferidos. Sou encantado pela personalidade dessa mulher totalmente à frente de seu tempo. Adoro a passagem em que sua mãe, cansada de ouvir Carmen destilar palavrões, pergunta: "Minha filha, porque você não diz apenas ai Jesus?"... Quando estava no Rio de Janeiro, em cartaz com a Terça Insana, tive a oportunidade de visitar o museu dedicado à memória de Carmen Miranda. É lindo, mas ao mesmo tempo dá pena de ver que todo o legado dessa grande artista se resuma a alguns vestidos e balangandãs. Carmen merecia muito mais. Católica fervorosa que era, nunca se permitiu se divorciar do marido americano. E ele, nada bobo, acabou ficando com todo o patrimônio de Carmen que, como sabemos, não era pequeno... Aproveito o dia de seus anos, que é também aniversário do meu amigo e grande cantor Edson Cordeiro, para manifestar meu apreço e minha admiração por essa grande artista que projetou o Brasil para o mundo através de seu imenso talento. Pequena Notável, Brasilian Bombshell, ícone gay, Carmen faz juz a todas essas alcunhas. E agora, nesse período de carnaval, nada melhor do que relembrar seus hits, marchinhas carnavalescas que ela imortalizou na memória auditiva dos brasileiros. Como Balancê, regravada por Gal Costa nos anos oitenta e que foi hit também na voz da já saudosa Gal... Eu, como venho fazendo nos últimos anos, fico em casa lembrando dos carnavais que passaram, ouvindo muita música brasileira e, claro, tomando meus bons drinks. Bon carnaval à tous! Nas fotos, três looks baphônicos da Pequena Notável, que de pequena não tinha nada.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

TANTO MAR

De repente janeiro se tornou o mês sem fim. Todos postam piadas sobre o tema. Que não acaba mais, que parece ter trinta e quatro dias, etc. Por mim, janeiro podia se estender ainda mais. Acho que trinta e um dias é muito pouco. Endless january. Ainda mais para quem, como eu, esperou até quase o final do mês para vir para a praia. Choveu muito durante quase o mês inteiro. Agora, nos últimos dias, finalmente me entrego ao dolce far niente à beira-mar... Estou de volta a Camburi, onde não vinha desde setembro do ano passado. Quatro longos meses longe deste que é um dos meus locais preferidos no mundo: O mar. Não propriamente o mar, mas a beira-mar. Quando digo que amo estar no mar eu quero dizer de frente para ele. Não dentro, se é que me entendem. Dentro eu tenho até um certo medo, o que me impede de fazer um cruzeiro marítimo, por exemplo. Mas amo contemplá-lo. E aqui, de frente para ele, me vem à mente as palavras de Clarice Lispector: "Aí está ele, o mar, a mais ininteligível das existências não humanas"... Além do mar em si, a natureza aqui no litoral norte de São Paulo é bastante exuberante. São árvores, flores e plantas em profusão. Muito verde e muito azul, no céu e no mar. De dia sol, de noite estrelas e lua. Fico muito feliz quando estou nesse contato direto com a natureza, do qual abri mão para viver na Babylon City que é a Pauliceia. Felizmente há paraisos a poucos quilômetros de distância da capital. Um deles é Camburi, onde estou agora. Há também, um pouco mais ao norte, Ilhabela. E, bem mais ao sul, quase no Paraná, Cananeia, de que muito já falei aqui no blog. E assim os dias vão passando, devagar, de frente para o mar. Nos fones de ouvido Novos Baianos, Gal, Caetano e, atualmente, muito Chico Buarque: Sei que há léguas a nos separar, tanto mar, tanto mar. Sei também quanto é preciso, pá, navegar, navegar... E o que dizer dos entardeceres? A cada dia um espetáculo inédito de cores e tons. Degradês. Arrebatadores. Estupefacientes. Fico bobo. Verdade! Fico pasmo à beira-mar. Bebo, claro. Todos os dias. O dia todo. E à noite também. Que eu não venho à praia para fazer dieta, isso já faço na cidade. Aqui me entrego à contemplação. Ainda citando Clarice: "Aqui está o homem, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos. Ele e o mar". E, para seguir velejando na onda das citações, termino com Caymmi: "O mar, quando quebra na praia, é bonito, é bonito... Nas fotos, amanhecer em Camburi, fim de tarde em Boiçucanga (que fica juste à côté) e pôr do sol no Mirante Baleia Bar.