domingo, 22 de maio de 2022

BABY, VÁ AO TEATRO

Ontem eu fui ao teatro. A pé mesmo, aqui pertinho, três quadras da minha casa, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Gostei muito da sensação de andar pela rua numa noite fria de outono, que mais parecia uma noite de inverno. Fui assistir ao espetáculo Baby, Você Precisa Saber de Mim. Texto e atuação de Rafael Primot. Durante quase uma hora e meia ele conduz a plateia pelos labirintos da memória, revendo a casa onde viveu com a família no interior, os pais, os irmãos, as relações familiares. Tudo permeado de emoção e, claro, pequenas doses de humor. Que família não tem um personagem engraçado ou que, pelo menos, não tenha sempre uma frase espirituosa na ponta da língua? Assim são todas elas e a identificação da plateia é imediata. Carismático e sensível. Delicadezas muito bem-vindas em tempos de tanta agressão. Olho no olho em tempos de olho na tela do celular... Esse passeio pela memória proposto pela peça ativa a memória do expectador. Fiquei revisitando a minha infância no interior. A casa dos meus pais, minhas irmãs, nossa infância e juventude. Lembrei também que conheci Rafael Primot quando ensaiava o espetáculo É Vinte, as Folias do Século, com Zé Henrique de Paula e Fernanda Maia, no começo dos anos dois mil. Meu Deus, lá se vão mais de vinte anos! O Rafa era um menino, estava sempre por lá, nos ensaios, acho que tinha feito um curso com o Zé ou ensaiava um outro espetáculo no local. Tinha várias salas de ensaio e uma de espetáculos, acho que se chamava Teatro do Centro da Terra, no Sumaré. A memória é um tema que sempre me inspirou, um negócio que a gente não controla muito, quando vê se enredou por alamedas e becos e portas que dão para outras portas e tudo vai sendo acionado, revisto, revisitado... Saí do teatro com uma sensação muito boa de recomeço, de retomada. Da vida mesmo. Do que a gente pode fazer com ela. Aproveito o post para pedir às pessoas que vão mais ao teatro. É sempre tão bom! Mesmo quando é ruim! Rsrsrs. Brincadeira à parte, o teatro nos reconecta. É perto, é barato, é o maior barato. Gasta-se muito com roupas de grife, restaurantes estrelados, jogos de futebol, viagens, ok, tudo isso é bom. Mas na hora de ir ao teatro todo mundo acha que é caro. Não é. Pode ir. Você verá que o tal do “custo-benefício” (expressão que detesto) é ótimo. Ainda mais quando se tem uma bela surpresa como esse Baby do Rafa, super bem escrito e dirigido. Rico em imagens e emoções. Está em cartaz no Teatro Eva Herz aos sábados às 20 horas e domingos às 15. Ótimos horários para sair daquele já rotineiro 21 horas. Ah! A ótima trilha sonora inclui o hit de Gal citado no título do espetáculo. E é a mais pura verdade: Baby, você pre-ci-sa saber de mim. Nas fotos, Gal na capa do álbum de Baby e Rafael agradecendo os apalusos.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

OUTONAL

Manhã friazinha de outono, sol entre nuvens, São Paulo sendo São Paulo nessa época tão agradável do ano. Uma preguicinha de ir para a academia treinar me fez ficar em casa curtindo a manhã em repouso. Me dou conta de que posso me permitir esse descanso. Tenho créditos, digamos assim. Ou, para usar uma expressão da moda entre marombeiros, tá pago. Rsrsrs... Faço um chimarrão, hábito gauchesco que depois de mais de vinte anos morando por aqui, dispensei. Mas, como tenho todos os acessórios e uma erva velha guardada na geladeira, quando bate um friozinho preparo um bom mate. E, como estou sem nada para ler, escrevo. Na verdade, acabo de terminar a leitura de dois pequenos livros que muito me agradaram. Ambos presentes de aniversário que meu amigo Odilon me enviou da Bahia, onde mora. Digo pequenos porque possuem poucas páginas, no mais eles são é grandes. A saber: A Pediatra, de Andréa del Fuego, e Vamos Comprar um Poeta, de Afonso Cruz. Ambos envolventes da primeira à última página e de estilos completamente diferentes. Não quero dizer mais para não entregar o ouro. Mas são obras que recomendo entusiasticamente... Também terminei essa semana a minha participação na série da TV Cultura em homenagem aos duzentos anos da Independência do Brasil, na qual tive o privilégio de ser dirigido por Luis Fernando Carvalho e o prazer de contracenar com minha amiga de longa data Ilana Kaplan. A estreia será em setembro e até lá não podemos postar nada. O que, em tempos de histeria digital, nos deixa bem nervosos, para dizer o mínimo. Rsrsrs. Vem aí um trabalho feito com esmero e de uma riqueza de detalhes impensável para a atual indústria do entretenimento em que tudo é feito a toque de caixa... No mais, sigo levando a vida com todos os cuidados e protocolos e máscara. A louca da máscara, devem pensar os demais habitantes da cidade ao me verem passar. Rsrsrs... Bom outono a todos! Na foto, minha gatinha Lina et moi curtindo a manhã outonal.