terça-feira, 5 de agosto de 2014

A VÍRGULA E A CRASE

Tenho muita pena da vírgula e da crase. Quase ninguém tem a menor noção de quando usá-las nem de para quê elas servem. Por outro lado, elas parecem ser muito amadas: São usadas aos montes, sobretudo onde jamais deveriam estar. Avisos de condomínios são bastante ilustrativos do que estou querendo dizer. Como o que está colado essa semana no elevador do meu prédio: "A taxa condominial, encontra-se na portaria, para ser paga. Atenciosamente, à administração". Se a taxa está na portaria para ser paga, por que a vírgula a separá-la da portaria? E se ela está lá para ser paga, poque outra vírgula separando-a do pagamento? E o que dizer da administração, que refere-se a si própria como "à administração"? Tenho uma relação quase intuitiva com sinais ortográficos e de pontuação. E, claro, dicas inesquecíveis que trago na manga. Como essa, do professor Edson de Oliveira, dos meus tempos do Colégio Mauá, em Porto Alegre: "Antes de machão, crase não". No entanto, o que vejo de "à domicílio" por aí não está no gibi... Quando estava na Terça Insana, a Grace me mandava os releases que escrevia para que eu os corrigisse. E eu sempre brincava dizendo que tinha de passá-los por uma peneira de vírgulas, pois vinham pesados pelo excesso delas... Eu devo ser uma pessoa muito chata mesmo para me importar tanto com isso. Mas, se me importo, o que fazer? Na foto, Le Point Virgule, o pequeno teatro do Marais, em Paris, totalmente dedicado ao humor.

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