quinta-feira, 19 de janeiro de 2012



TRINTA ANOS SEM ELIS

Hoje faz trinta anos que Elis Regina nos deixou. Lembro tão bem daquele dia de janeiro de 1982, que parece que foi ontem. Eu já estava bastante triste por ter sido chamado para prestar o serviço militar. Cabeludo que era, tive a cabeça raspada e fiquei vários dias das férias de verão daquele ano me apresentando no quartel, onde sofria toda sorte de humilhações. No meio daquilo tudo, que já era suficientemente doloroso para mim, veio a terrível notícia: O Brasil perdia sua maior cantora, Elis Regina. Parafraseando Maysa, meu mundo caiu. Para coroar a tristeza, dias depois a revista Veja estampou na capa aquela manchete apelativa, sensacionalista e marron... Com o tempo, as coisas foram voltando ao normal. Um amigo da minha irmã falou com o pai general que mandou uma carta de Brasília e fui dispensado do serviço militar. E, de lá pra cá, eu segui firme no intuito de preservar a memória dessa que foi, para mim, a maior e melhor cantora do Brasil. Tive o prazer de assistir a três shows de Elis: Essa Mulher, em 1979, Saudade do Brasil, em 1980, e Trem Azul, em 1981. Quando fui assistir ao show Essa Mulher, em Porto Alegre, no Teatro Leopoldina, eu tinha apenas quinze anos de idade, com tamanho e aparência de no máximo uns dez, onze. Depois do show, me enchi de coragem e entrei no camarim. Elis foi uma fofa comigo e me deu esse autógrafo, que guardo até hoje e cuja foto ilustra o post. Tenho guardados, também, os ingressos dos três shows e o programa de Saudade do Brasil, a que assisti no Canecão, no Rio de Janeiro. Nunca a esqueci e nunca deixei de escutar os seus discos. Estou contando os dias para assistir ao show que sua filha Maria Rita vai fazer em homenagem aos trinta anos de sua morte, cantando músicas do seu repertório. E aguardo com muita ansiedade os materiais inéditos de shows que serão lançados, tudo em comemoração a esses trinta anos. Para mim, Elis ainda vive. Hoje já tenho quase cinqüenta, mas o menino de quinze anos que ganhou o autógrafo e falou pessoalmente com Elis, ainda vive também. Portanto, o título do post, Trinta Anos sem Elis, é apenas maneira de falar. Para mim, são trinta anos com ela... Longa vida para Elis Regina!

Nas fotos, o autógrafo no cordel de Zé Ramalho e Elis nos bastidores do show Falso Brilhante.

4 comentários:

  1. Me lembro muito bem dos operários do CCSP pararem os trabalhos quando o cortejo passou pela 23 de maio. O respeito à maior cantora do país. Maior... com 1,5 m só.

    ResponderExcluir
  2. como esse tesouro está no fundo de uma gaveta e ainda não ganhou uma grande moldura dourada????

    ResponderExcluir
  3. Gente, igual à voces sou Fã e Admiradora dessa bela, linda e talentosa, cantora, compositora Gaucha. Amo tudo que ela fez e representou pro nosso País.
    erô geppert

    ResponderExcluir