segunda-feira, 27 de junho de 2011












COMÉDIE-FRANÇAISE ET CAETERA...
Sem muito tempo para escrever tudo o que gostaria... Aliás, acontecem tantas coisas o tempo todo em Paris que algumas, se não anoto, acabo esquecendo de contar aqui no blog. O sábado, por exemplo, foi um dia cheio, com direito a parada gay à tarde e Comédie-Française à noite para assistir à montagem da L'Opera de quat-sous, de Brecht. Fiquei encantado com o espetáculo, que tem três horas de duração, mais intervalo, mas que não senti passar. A música de Kurt Weill, que amo desde sempre, maravilhosamente cantada por atores que, de tão profissionais, parecem cantores. Destaque para Sylvia Bergé, que faz Jenny, a dona do bordel, e interpreta a Canção de Salomão sozinha em cena, em lágrimas, sentada em uma poltrona. Já está no meu arquivo de cenas inesquecíveis... Adoro ir à Coméide-Française. A sala é magnífica, os atores, excelentes e os espetáculos invariavelmente são bem feitos. Às vezes posso até não gostar da mise en scène, como foi o caso da montagem de Les Oiesaux, de Aristófanes, a que assisti no ano passado. Mas essa Ópera dos Três Vinténs eu amei... É claro que, como sempre faço, cheguei cedo e fiquei fazendo hora bebendo em um café. No caso, o Café de la Comedie, em frente ao teatro, que serve taças de Deutz, meu champanhe preferido. Tanto que nosso amigo Fred Mallet me apelidou Miss Deutz... Faço jus ao meu codinome sorvendo coups e mais coups dessa maravilhosa bebida. Enquanto bebia minhas Deutz em frente à Comédie, fiquei lembrando da primeira parada gay de São Paulo. Eu e meus colegas do Grupo XPTO, que estávamos em cartaz no Sesi da Avendia Paulista com o espetáculo O Pequeno Mago, saímos da peça e fomos para a parada ajudando a segurar a bandeira do arco-íris...Quando passamos em frente ao Masp, que exibia uma grande exposição de Monet, lembro que gritei, diante do cartaz: Monet também é gay! Imediatamente se tranformou em uma palavra de ordem, com todos os participantes gritando hey, hey, hey, Monet também foi gay! Saiu até na coluna do André Fischer, que, à época, escrevia na Revista de Domingo, da Folha de São Paulo. Só que ele não sabia que fui eu quem começou... Sem muito tempo para escrever, como já disse acima. Mas querendo compartilhar tudo o que acontece. Outro dia estava em um restaurante que fica à coté du Beaubourg, percebo um entra e sai de orientais super fashion, quando um deles faz sinal e pára um Mercedes preto em frente ao restaurante, num local onde não passa carro, para buscar quem? Yohji Yamamoto, em pessoa. Ouço murmúrios e sussuros até que alguém grita seu nome, ele acena discretamente, entra no carro e se vai. Ainda tonto do que houvera, a cabeça em maresia, vejo passar Thiago Pethit e me pergunto se era mesmo ele de tão inserido que estava no contexto da cena. Depois ele me confirmou que era... Aah! Fui, semana passada, com meu amigo João Faria, participar de uma desgustação de vinhos na cave do Le Fumoir, cujo dono é o mesmo do restaurante onde João trabalha, La Gazzetta. E mais não conto. Ou melhor, conto. Mas em outra oportunidade...À bientôt!



Nas fotos, integrantes do entourage fashion de Yamamoto, mon champagne préféré e a magnífica sala da Comédie Française...

Um comentário:

  1. Eu lembro dessa Parada Gay, eramos poucos, mas com certeza foi a mais divertida.
    Tô adorando seus posts de Paris, lembre que ainda vamos viajar juntos e você será minha "Tia Augusta". Abraços apertados.

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