quinta-feira, 11 de julho de 2013

PARIS DE MANSINHO

Dormi quase nada no vôo e cheguei em Paris bastante sonado, pois a diferença de fuso horário nessa época do ano é de cinco horas a mais aqui. Passei os dois primeiros dias meio tonto, como se estivesse chapado. Pouco a pouco, de mansinho, fui retomando o contato com a cidade, redescobrindo-a como pela primeira vez. Ontem à tarde fui passear na Promenade Plantée, um belíssimo jardim suspenso construído sobre uma antiga estrada de ferro que corta o deuxième arrondissement começando logo atrás da Opéra Bastille. Mais ou menos como se em São Paulo o Minhocão fosse desativado e virasse um enorme jardim elevado. Passei, como sempre, por todo o Marais, a Place des Vosges e, claro, a rue des Écouffes, onde morei no número dezoito nos anos noventa. Hoje, meu terceiro dia na cidade, acordei cedo e fui visitar a exposição de Roy Lichtenstein no Beaubourg, outro destino obrigatório e bem frequente nas minhas andanças por Paris. Uma vez lá, aproveitei para rever o acervo do Museu de Arte Moderna e Contemporânea e matar a saudade das Ten Lizes, de Andy Warhol, que não via desde os anos noventa, pois da última vez que estive no museu a obra não estava exposta. Passei um bom par de horas na companhia de artistas como Matisse, Kandinski, De Chirico e Picasso. Nunca fui muito tocado por Picasso, mas é sempre emocionante contemplar de perto suas nervosas pinceladas que deixam relevos de tinta. Fiquei bastante interessado por meu chará Robert Delaunay, principalmente por seus auto-retratos e pelas obras La Tour Eiffel e Le Poète Philippe Soupault, de 1922, ano da nossa então Semana de Arte Moderna. Saindo do Beaubourg peguei uma bicicleta - Sim! Eu ando de bicicleta em Paris! - e fui até a Rive Gauche, logo eu que sempre me mantenho à margem direita do Sena. Pois percorri o Boulevard Saint-Germain todo a procura da casa onde viveu um dos meus ídolos, Serge Gainbourg. Chegando lá, dommage! Sua fachada, que era toda grafitada, estava coberta por um tapume para ser reformada. Já sedento, faminto e com a bicicleta devidadmente devolvida, me sentei em um café no próprio Boulevard Saint-Germain para um pequeno lanche acompanhado de vinho branco. Um lugar tipicamente francês. E a vida seguiu bela e perfumada. O calor de dias atrás arrefeceu e temos um verão très agréable... Na foto, Ten Lizes, de Warhol e detalhe da Place des Vosges.

4 comentários:

  1. Tá. E você quer que a gente se sinta como com tudo isso? É proposital? A pro vei te seu dia, #@$&%*%#@+(*&^%$!

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  2. Que delicia esta tua vida de cinquentao! Aproveite este lugar que amas tanto, bjs.

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  3. Oba! Já comecei a passear por Paris com os teus ótimos textos. Bjo

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