sábado, 13 de julho de 2013

PARIS WHEN IT SIZZLES

É a primeira vez que venho a Paris no mês de julho, in the summer when it sizzles, como cantou Cole Porter. O ruim é que nessa época do ano tem pouquíssima coisa em cartaz para se assistir, são as férias de verão, os principais teatros estão fechados e a cidade é invadida por ordas de turistas. Em compensação, as flores estão por toda a parte e as frutas estão no auge do seu frescor e sabor. Ontem, na happy-hour do Le Fumoir, tomei um Bellini de Venise, que só é servido nas poucas semanas do ano em que os pêssegos estão no ponto certo para se fazer o creme que vai na receita. Quase uma sobremesa! Outra coisa maravilhosa desta estação é que os dias duram muito mais tempo. Só anoitece de verdade lá pelas dez horas da noite. E haja caminhadas e drinks para preencher tanto tempo... Hoje pela manhã fui à Fundação Cartier para visitar a exposição do artista australiano Ron Mueck, com suas incríveis esculturas hiper-realistas de tirar o fôlego. Logo na entrada, em uma grande sala de vidro, está a mais inacreditável das obras que compõem a mostra: Cuple Under an Umbrella. Um gigantesco casal de idosos que repousa sob um guarda-sol, como se estivessem na praia, expostos na sua mais despida realidade. Fiquei um bom tempo dando voltas em torno da obra, todo arrepiado e com lágrimas nos olhos. Não tenho muito mais o que dizer: Só vendo de perto. Ron mexe com a nossa noção de proporção, como se nos transportasse para um universo paralelo no qual existem seres de uma outra escala. Maiores ou menores do que nós. Verdadeiros. Quase vivos. Só não se movem, porque até olhar eles olham. E transmitem muitas coisas... Depois, encontrei meu amigo Sergio Lulkin, que não via há muito tempo e estou tendo o prazer de reencontrar justo em Paris. Almoçamos na rue Mouffetard, nos despedimos e segui batendo pernas até chegar em casa, onde estou agora, escrevendo este post. Mas, quando se trata de Paris, nada é assim tão simples nem tão rápido. Sempre acontecem muitas coisas pelo caminho. Só que não caberia tudo aqui. Com dá para perceber, há bem mais coisas boas do que ruins nessa época do ano, quando Paris alucina... Na foto, o casal sob o guarda-sol visto de fora, pois dentro é proibido fotografar.

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