quinta-feira, 17 de março de 2011


17 DE MARÇO
Se estivesse viva, hoje a cantora Elis Regina completaria 66 anos de idade. Infelizmente, ela partiu, precocemente, aos 37. Eu sempre fui e continuo sendo grande fã dessa que foi, pra mim, a maior cantora brasileira. Minha paixão por Elis começou quando eu tinha catorze anos e fui morar em Porto Alegre para fazer o segundo grau. No apartamento das minhas irmãs tinha o LP Falso Brilhante, que alguém dera de presente de aniversário para minha irmã Raquél. Esse álbum foi a minha porta de entrada para a obra de Elis. Depois de escutá-lo exaustivamente, comecei a comprar todos os discos de Elis que encontrava pela frente. Estávamos no ano de 1978 e quatro anos depois, em 1982, ela faleceu. Já contei aqui no blog da ciumeira da minha mãe no dia da morte da Elis, mas vale repetir: Minha mãe, que morava no interior, ia a Porto Alegre nos visitar de uma a duas vezes por mês. A sua chegada sempre era para mim motivo de grande alegria e eu ia recebê-la lá embaixo, na entrada do prédio. Pois no dia da morte da Elis eu chorava tanto que ignorei completamente a chegada de minha mãe. E ela mandou essa: Nossa! Quase não consegui subir as escadas, tal a cachoeira de lágrimas que está rolando até lá embaixo! Quero ver se quando eu morrer tu vais chorar tanto quanto estás chorando pela Elis...Minha querida mãezinha já se foi e eu chorei, sim, muito mais por ela do que pela Elis... Mas até hoje sinto muito a falta da minha cantora preferida e fico sempre imaginando o que ela estaria cantando se estivesse viva. Durante muito tempo imaginei Elis cantando Exagerado, de Cazuza, por exemplo... Hoje não sei, acho que ela cantaria Thiago Pethit, sempre antenada que era em lançar novos compositores. Minha amiga e vizinha de porta do apartamento da Rua Garibaldi, em Porto Alegre, Annelise Hachmann era, como eu, apaixonada pela Elis e, durante algum tempo, nos reuníamos no dia 17 de março para uma comemoração íntima, nossa, na qual homenageávamos Elis ouvindo seus discos, vendo fotografias e bebendo vinho. Com o tempo a vida vai seguindo, a gente vai se acostumando com as perdas, surgem novos talentos... Cássia Eller foi, durante muito tempo, minha preferida. Mas, como Elis, até hoje, nunca mais. Seu lugar continua vago. Nem sua filha Maria Rita, de quem sou grande admirador, conseguiu ocupar. Guardo até hoje o autógrafo que Elis me deu quando fui assistir ao seu show Essa Mulher, em 1979, em Porto Alegre, no Teatro Leopoldina. Em 1980 tive o privilégio de assistir, no Canecão, no Rio de Janeiro, ao show Saudade do Brasil, na minha opinião o melhor show de música a que jamais assisti. Tenho tudo o que sai dela e sobre ela em DVD e já comprei quase tudo o que tinha em vinil em CD. E, quem for a Porto Alegre e quiser conhecer, na Casa de Cultura Mario Quintana existe um memorial dedicado a ela. Seu último show, O Trem Azul, eu assisti, também em Porto Alegre, no ginásio de esportes Gigantinho. E até hoje adoro, de vez em quando, chegar em casa, colocar uma luz mais baixa, abrir um vinho e ficar degustando a obra de Elis. Isso mesmo: Elis, não basta apenas ouvir. É preciso degustar...
A foto que ilustra o post eu ganhei de um amigo que trabalha no jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

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