domingo, 20 de junho de 2010


VUVUZELAS

Ai que ódio delas! Malditas cornetas, que até ontem eram apenas cornetas e, da noite pro dia, receberam esse nome detestável que é pronunciado a cada minuto por todos. E o pior das coitadas não é nem o nome: é o barulho insuportável que emitem. Eu nunca gostei de futebol. Sempre preferi novela. Hum...sintomático, não? Mas também não tenho nada contra as pessoas torcerem, acompanharem, gostarem. O problema, no meu entender, é a cidade parar pra torcer. Pior: o país parar. O comércio fechar, os bancos fecharem, acho um pouco demais. E pessoas como eu, que não entram nessa onda, ficam sem ter para onde ir, sem ter ao menos o que fazer. E não há como escapar do barulho insupotável delas, as vuvuzelas. Invadem sem pedir licença o espaço sonoro dos outros, aqueles que querem apenas ler um livro ou assistir a um filme na TV. Eu sou uma pessoa elegante demais pra mandar quem quer que seja enfiar as ditas cujas onde quer que seja...Mas que dá vontade, ah isso dá! Nunca pensei chegar nem perto de uma delas. E ontem, ao chegar em casa, o porteiro me entrega um pacote que deixaram pra mim, com um formato bastante suspeito. Não acreditei quando abri: um kit torcedor enviado pelas Havaianas, com uma gigantesca vuvuzela e dois pares de sandálias verde-amarelas. Eu juro que não mereço!
É claro que to exagerando tudo isso, no intuito de tirar alguma graça da desgraça. Meu mau humor não chega a tanto. Já foi dito que a religião é o ópio do povo. Pois bem, o futebol também o é. E rende tanto financeiramente quanto a primeira opção. Vide a parcela do milionário salário que o craque Kaká “doa” à sua bispa. Falando nele, meu amigo de Paris me disse hoje pelo skype que os franceses acham curioso ele ter esse nome, que, em francês, significa cocô. E eu respondi: diga que o mesmo acontece com a estilista deles: Coco aqui quer dizer cacá! Mas, voltando ao ópio, acho realmente importante que o povo tenha lá os seus. De cara é difícil aguentar o tranco da vida diária. Eu também tenho os meus: Gilberto Braga, Silvio de Abreu. Vinho. Champanhe. Mas, só de birra, coloquei na foto uma vuvuzela na cor vermelha. Verde-amarela já seria demais. Boa copa! Pra quem gosta...

3 comentários:

  1. Imagine depois da Copa as ditas nos campos do Brasileirão, nos Estaduais, na primeira, segunda e terceira divisão, nas quadras de esporte do play, nos campinhos, nas peladas da varzea e no joguinho da praia. É morrer ou comprar um bom protetor auricular.

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  2. adoreeei o comentário do kaka e da coco!!.... nessa vida tudo é muito relativo..rs

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  3. Bem legal o post. Sou novo leitor. Eu também tinha essa idéia de que futebol era algo insuportável e que jamais perderia tempo com isso. Pois bem, resolvi dar espaço a ele na sexta-feira em que o Brasil perdeu para a Holanda. Tive de voltar ao trabalho após o jogo. Foi entristecedora minha tarde. Eu tava lá, apostando firmemente que eles iriam ganhar. Tivemos a oportunidade de ganhar porém o cocô não teve oportunidade (ou fez pouca questão de ganhar). Mas nisso não convém. Eu não havia perdido exatamente nada, mas havia apostado, tava lá torcendo, a alma tava no jogo e pãaan. Perdemos. Talvez um bom ex. seria não gostar de ser o aniversariante, mas esperar inconscientemente que todos lembrem. Vuvuzelas são o terror! Vlw

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