quinta-feira, 3 de junho de 2010


LA VIE EN ROSE
O sol voltou a brilhar, esquentou novamente e eu flano pela cidade como um peregrino. Há rosas em todos os canteiros e aqui em Paris elas são enormes, de fazer inveja às da Katia Gianini, parecem cabeças de repolho perfumadas e coloridas. Muita gente nas ruas, demais para o meu gosto. Em dias assim, os cartões postais devem ser evitados: entrar na Notre- Dame, nem pensar! Filas enormes. Sigo, então, pelas minhas pequenas ruas, minha Paris particular. Depois de bater muita perna, nada melhor do que descansar vendo a cidade a bordo do Bateau- Mouche. Você entra, se senta e Paris desfila à gauche et à droite...O que não deixa de ser um banho de sol, só que em movimento. Ainda no espírito cor de rosa, fui assistir à peça Bonjour Ivresse, de e com Frank Le Hen, cujo título, bom dia bebedeira em português, faz um trocadilho com Bonjour Tristesse, de Fraçoise Sagan. Como sempre faço, cheguei bem antes, comprei o ingresso e fui fazer hora bebendo em um café. Só que dessa vez o lugar era tão horroroso e mal frequentado que nem vou dizer o nome, nem onde fica, pra que ninguém saiba que estive lá. Passado o susto inicial provocado pelo café e redondezas, surpresa total e agradabilíssima ao iniciar o espetáculo. Como o próprio autor já havia declarado em entrevista, trata-se de um Will and Grace à francesa, que cumpre com perfeição a empreitada no palco. Um divertissement completo: bons atores, texto ágil e inteligentemente bem escrito, muitas reviravoltas na trama, com direito a beijo gay (na boca) e final feliz. A presença em cena de Frank Delay, ex integrante da boy band francesa 2be3, causa frisson e arranca suspiros da platéia na cena em que as garotas arrancam sua roupa...Costumo dizer que sempre se aproveita algo em um espetáculo. Nesse caso, não foi pouco.

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