terça-feira, 1 de junho de 2010


DÉSIRS

Muitas novidades e uma certa preguiça de escrever...Quero absorver cada instante da minha estada na Ville Lumiére. O título do post refere-se ao novo espetáculo do Crazy Horse de Paris, com mise en scéne de Philippe Découflé, o que me levou a assisti-lo. Découflé já havia se apresentado em São Paulo, com sua companhia, naquele festival internacional da Ruth Escobar, lá pelo fim dos anos noventa e eu, que fui ao Teatro Municipal, fiquei encantado com a sua dança-teatro. Retomada total do encantamento nesse pocket cabaret, no qual sucedem-se quadros curtos, com variações do tema feminino-sensual, embalados no mais luxuoso fetiche- para- presente. O espaço super intimista, que permite ver a beleza das dançarinas nos mínimos detalhes, é transformado a cada quadro pela luz impecável, pelos elementos cênicos simples mas de grande efeito visual, pelos truques ilusionistas, pela trilha sonora pefeita e, claro, pelos sapatos de Christian Louboutin, praticamente a única coisa que elas vestem, ou melhor, calçam ao longo do espetáculo. Não acreditei quando começou o quadro Rugir de Désir, no qual uma moça de lingérie dança sobre um elemento cênico indefinido, misto de touro mecânico com divã, ao som de Anthony and the Johnsons...O encenador imprime sua grife em alto estilo. Tudo regado a bom champanhe. Para nós, espectadores, bien sur. No fim de semana, mais precisamente no sábado, fui assistir ao outro Philippe, o Genty. Ele segue encantador atravessando décadas, com seu teatro de imagens que mistura dança, marionettes e grandes elementos infláveis. Transbordando poesia visual, seus Voyageurs Immobiles cruzam desertos de papel craft e mergulham em gigantescos mares de plástico no palco do teatro do Rond- Point, em plena Aveue Franklin Roosevelt. Como sempre, cheguei cedo, comprei o ingresso e fui dar um tempo passeando pela Avenue Montagne para ver as vitrines...Comi alguma coisa no Bar des Theatres, ainda faltava uma hora para começar o espetáculo, então fui até um café da Champs Elysées que adoro, o Unissex, para tomar algumas coups de champanhe. No mais, sigo caminhando como um peregrino por Paris, sempre revendo e descobrindo coisas. Nos fins de tarde de domingo gostamos de ir, João e eu, ao Rosa Bonheur, um bar dentro do parque Buttes Chaumont, que se transforma em uma festa, com muita gente do lado de dentro e de fora, boa música para dançar, muita bebida, comida e conversa. Os gramados do parque também ficam cheios de gente fazendo pequenos pic-nics...Uma beleza! De vez em quando, consigo espantar a preguiça e vou nadar na piscina do Les Halles, com fiz hoje pela manhã.

Na foto, gravura do livro Les Cocktails du Ritz Paris

2 comentários:

  1. Robert,

    Que coisa ma-ra-vi-lho-sa, marcher autour de Paris!
    E deixa de lado a preguiça...
    Bisous,
    Anne

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