quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
COMO SER TRISTE
Há uma nova "trend"nas redes sociais. Você posta a frase: Como vou ser triste se em 2024 eu... e na sequência vem uma relação de todas as coisas boas, maravilhosas, sensacionais, incríveis que as pessoas fizeram ao longo do ano: Viagens para lugares paradisíacos, plateias lotadas, sets de filmagem e de gravação de novelas, premiações nas quais foram vencedores ou indicados, jantares em restaurantes estrelados, enfim, tudo que possa matar de inveja os seguidores! Acho irritante como todas as tendências (vamos falar português!) que rolam na internet. Mas, por outro lado, se não for apenas para se exibir e acariciar os egos, tem até um lado bonitinho, que é um certo otimismo em meio a todas as barbaridades que estamos vivendo... Sim, todos temos motivos para ser tristes, cada vez mais. Mas esses motivos são tão noticiados o tempo todo que a gente acaba esquecendo que também tem motivos para ser feliz e agradecer. Sobretudo nesta época do ano, na qual ciclos se encerram e esperanças se renovam com expectativas de melhora para o ano vindouro. (Adorei ano vindouro, acho que é a primeira vez que escrevo isso!). Então, de carona na trend do momento, lá vai: Como vou ser triste se em 2024 eu finalmente consegui estrear meu solo Caio em Revista? Um projeto em que venho trabalhando desde 2017 e que agora é uma realidade, um espetáculo estreado, que já cumpriu duas temporadas e que me faz muito, muito feliz a cada apresentação. Tenho enorme satisfação em mostrar para as pessoas essa faceta do escritor Caio Fernando Abreu que apenas os amigos conheciam. Esse Caio leve, bem humorado, solar e muito divertido que não aparece na sua literatura, sempre densa, grave, angustiada. Seus romances e contos alcançaram fama póstuma via internet, mas esses textos que enceno, raridades restritas a colecionadores das revistas para as quais ele colaborou, permanecem inéditos. Pois minha maior realização com esse trabalho é traze-los à luz. E as pessoas que assistem saem muito felizes também. Tenho recebido retornos que me enchem de alegria. Então, volto à pergunta inicial: Como vou ser triste? Sei que meu trabalho é de formiguinha, é aos poucos, de porção em porção, o que posso carregar. Mas pretendo seguir em frente com ele até quando eu puder. E enquanto tiver gente disposta a assistir, que teatro a gente não faz sozinho, é preciso que haja a troca com o espectador. Como vou ser triste se tenho amigos que entraram nessa comigo e me ajudaram a transformar esse sonho em realidade? Como vou ser triste se hoje meu blog completa 15 anos de existência? São quinze anos dividindo vivências, emoções, experiências, leituras, filmes, espetáculos. Acho que posso me considerar um produtor de conteúdo, para usar uma outra expressão em voga na internet rsrsrs... É isso, não vou esfregar nenhuma ostentação na cara de quem me segue ou me lê. Só aproveitei a tendência do momento para dividir uma felicidade bem real... Agradeço a todos que me seguem e me leem e aproveito para desejar que tenham muitos motivos para não serem tristes também. Grande beijo e muito obrigado!
Na foto, feita pelo Weidy, eu em cena de Caio em Revista no Mi Teatro.
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Amigo querido, seguindo essa "trend"... (aff, não suporto esse maneirismo), seguindo essa tendência... (ô palavrinha desgastada, coitada, me lembra o tomate seco que Betina sempre falava: 'vamos dar um tempo para o tomate seco se hidratar...'), então, seguindo essa modinha... acho que prefiro modinha, como vou ser triste se tenho você a me enriquecer com seus posts, suas indicações de livros, espetáculos, shows, se não fosse você eu estaria na gentalha, gentalha, gentalha.
ResponderExcluirOdilon, meu fiel leitor. O que seria de nós sem a literatura, o teatro, o cinema? Gentalha, gentalha, gentalha... rsrsrs.
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