quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

OUTROS DEZEMBROS

A chegada do mês de dezembro me encheu de lembranças de dezembros passados. É que esse está sendo o dezembro de um ano muito atípico e nada parecido com os meus cinquenta e sete dezembros anteriores. Sempre adorei esse mês, e esperava por ele praticamente o ano inteiro. Para mim ele sempre teve bons significados: A chegada das férias, do verão, do Natal, do fim do ano. Os discos dos meus artistas preferidos saíam em dezembro. Parentes e amigos de outras cidades se reencontravam. Casa cheia. Os dias mais longos, a noite que custava mais a cair. Os entardeceres. Muitas festas de confraternização, de amigos, da firma, muitas formaturas, presentes, brindes... Meu pai sempre mandava pintar a casa no mês de dezembro, para o Natal. Até hoje relaciono cheiro de tinta com o Natal... Esse ano está sendo tristemente diferente. A ideia de se reunir, festejar, comemorar o que quer que seja soa esdrúxula. E, no mínimo, inconsequente... Lembro de dezembro de 1990, quando morava em Paris: Meu primeiro dezembro frio. Meu primeiro Natal fora de casa, longe da família. Dezembro de 1981, já morando em Porto Alegre e de férias em Soledade. Organizando com minha amiga Rosaura nossa festa de révéillon Eles Quase Usam Black-Tie, quando percorria a cidade com ela na garupa da minha bicicleta Solange... Dezembro do ano 2000, quando passei o Ano Novo em Miami chez minha irmã Rita: Decoramos a parte externa da casa, enchemos a piscina de balões e incacreditavelmente fez frio e a festa teve de ser do lado de dentro. Dezembro de 1973, quando ganhei de Natal minha bicicleta Monareta e na noite de Natal mesmo um amigo bateu atrás e quebrou a luzinha trazeira que nunca repus... Mais recentemente, dezembro de 2018, quando Weidy e eu fomos passar o Natal em Ilhabela e assistimos ao show de Zizi Possi na pracinha do centro. Dezembro de 2008, quando passei o Ano Novo em Munique: Weidy estava em cartaz lá com um dinner show que ele coreografara - e no qual dançava também - cuja grande atração musical era nosso amigo, o cantor Edson Cordeiro. Esse sim, meu mais frio dezembro, com direito a fontes e lagos congelados... Nunca pensei que fosse me tornar um velho saudosista assim tão cedo, mas essa situação de confinamento sem fim está fazendo isso comigo. De modo que estou louco para que esse dezembro termine logo e venha o próximo, o de 2021. Quem sabe festejaremos com fogos? E eu volte a ter dezembros aguardados o ano inteiro... Na foto eu, Narciso de piscina, em dezembro de 2019.

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