domingo, 16 de fevereiro de 2020

ALMA LAVADA

Acabo de assistir ao espetáculo solo de Irene Ravache, Alma Despejada. Um texto de Andréa Bassitt com direção de Elias Andreato. Dito isso, a gente já sabe que se trata de coisa boa. Muito boa. Assistir às peças de Irene Ravache é sempre um aprendizado, é como assistir a uma aula de interpretação. Eu já havia sido arrebatado por ela nos espetáculos Uma Relação Tão Delicada e De Braços Abertos. Em ambos os casos, acompanhada de grandes atores sur la scène. Agora, nesse monólogo, temos a oportunidade de apreciar o talento de Irene na sua totalidade. É ela em si, propriamente dita. E muito bem dita. O texto de Andréa Bassitt proporciona a essa grande atriz um passeio pela alma humana, rico em emoções, em diversidade de temas abordados e cheio de interessantes jogos de palavras, sempre levando o espectador a associações inusitadas de ideias. Que grande prazer. Que encantamento. É uma felicidade tão grande para quem, como eu, faz teatro, ver uma grande artista prender a atenção da plateia durante uma hora. Sozinha no palco, em meio a caixas de papelão que guardam memórias, ela consegue fazer o público de um teatro de shopping esquecer o celular, a novela, as séries do Netflix, as contas para pagar, a casa, o dia a dia, o trabalho, os problemas e embarcar com ela nessa interessante história que pode ser a história de qualquer um dos que a assistem. E é. É exatamente a história de todos e precisamente por isto se torna tão interessante. Obrigado dona Irene Ravache por se dar o trabalho de nos ensinar tanto. Não apenas com a peça, mas com o que fala ao público depois que ela termina. Falar o que se pensa e ouvir o que os outros pensam, mesmo que em discordância, é direito de todos. E que nunca nos seja negado. Palmas para Irene Ravache! Quanto ao título do post, é exatamente assim que a gente sai do teatro depois de assistir a essa master class: De Alma Lavada.
Na foto, Irene fala com a plateia depois de sua inesquecível performance.

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