quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

ENFIM, DEZEMBRO!

O mês de dezembro chegou trazendo um pouco de frio a São Paulo. O que achei positivo, frente às altas temperaturas que nos aguardam no verão que se aproxima. Trouxe também balanços do ano (inevitáveis nessa época), lembranças de outros tempos e algumas desilusões. Mas isso faz parte da vida adulta. A gente precisa é saber lidar com elas... No campo das lembranças, as mais distintas e distantes aparecem do nada. Hoje mesmo, enquanto assistia a um depoimento de uma bailarina no canal Arte 1, fiquei recordando com detalhes da sala de ensaio do meu grupo de teatro em Porto Alegre nos anos oitenta. A cúpula de um prédio antigo da Universidade Federal, se não me engano da Engenharia. Ou seria da Arquitetura? Mas a sala em si me veio inteira. Com direito a tacos soltos do parquê que revestia o chão e manchas na pintura das paredes. Uma claraboia redonda por onde entrava a luz externa e que parecia uma escotilha de navio. Os tatames de lona verde que usávamos para nos aquecer e fazer exercícios de acrobacia. As caixas com sapatos, roupas e acessórios. As cadeiras antigas de madeira. Alguns exercícios e cenas que improvisávamos. Eu tinha vinte e três anos e andava de Vespa pela cidade... Lembranças do meu amigo Marcelo Pezzi, que morreu há vinte e cinco anos e que no mês passado aniversariava. Se não me engano, ele era do dia 27 de novembro... Já no campo dos balanços do ano vejo um misto de realizações e frustrações. Comemoramos dignamente os dezoito anos da Terça Insana, com uma breve turnê nacional e duas temporadas bem sucedidas aqui em São Paulo: De maio a julho aos sábados no Teatro Folha e setembro e outubro às terças no Procópio Ferreira. Ambos teatros onde ainda não havia me apresentado (Realizações). Deixa ver o que mais... Ah! Frustrações e desilusões prefiro nem perder tempo relatando aqui. Já basta o desgaste que provocam na gente enquanto as vivemos. Ficar relembrando só faz conferir-lhes importância ainda maior. Não pretendo carregar comigo pro ano novo nada que me tenha feito mal... Li muitos livros bons, assisti a filmes, séries, shows e espetáculos. Esses últimos, bem menos do que costumava assistir. Procurei me exercitar mais, beber menos e dormir mais e melhor. Estive mais vezes junto ao mar e tomei sol cedo pelas manhãs. Revi amigos queridos que não via há bastante tempo. Trabalhei mais do que no ano anterior e viajei menos do que nos anteriores. Dediquei mais tempo e atenção ao que tenho do que ao que não tenho. E assim espero seguir vivendo... Bom dezembro a todos!
Na foto eu, bem reflexivo, pela lente do fotógrafo Gilberto Perin.

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