quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

CARNALOW

Carnaval low profile, em casa, ouvindo música, relembrando antigos carnavais. No iPad, imperou a voz doce de Nara Leão: Ah, insensatez... Dez Anos Depois, o auge da Bossa Nova. O anti-carnaval. Sol lá fora, pessoas na piscina. Eu cozinho qualquer coisa para o almoço tomando um cálice de vinho rosé. Um rosé chileno tão clarinho, quase dourado, que faz lembrar os vinhos da Provence... Faço planos de ir ao baile do Igrejinha, o bar do meu amigo Ricardo Kanazawa. Acho que vou me fantasiar de Gal Tropical... E por falar em Gal ouço, no YouTube, todos os álbuns dela: Fantasia, Gal Canta Caymmi, Índia... Na novela das nove três galãs disputam a mocinha Clara. Depois de ter sido arrasada pela vilã, ela dá a volta por cima e retorna à cidade para se vingar. Tão folhetinesco, um clichê. Só que ela, apesar de talentosa, não é nenhuma Sônia Braga voltando arrasadora da cadeia em Dancing Days. É tão insossa que não justifica tal disputa. E eu perco meu tempo... Iniciei a leitura de mais um Murakami: Crônica do Pássaro de Corda. Esse tem mais de setecentas páginas. O que irá fazer comigo ainda não sei. Mas tenho certeza de que será bom. Meus sonhos já estão sendo influenciados por ele... O túmulo do samba resolveu agora se transformar na terra do carnaval: São Paulo está parada devido à enorme quantidade de blocos de rua. Quem diria que eu fosse viver para ver isso. Bussunda duvidaria... Amigos se digladiam nas redes sociais por defenderem essa ou aquela posição política. Torço para que, pelo menos, o discurso se renove... Eu adoraria poder ir embora desse país. Sabe a bichinha do vídeo Leona, a Assassina Vingativa? Eu quero um vôo pra Paris agora!!! Infelizmente não posso sair. E a perspectiva de eleições não melhora nem um pouco o quadro. Entre as opções que se apresentam, fico com o auto-exílio... Mas, felizmente, estou entrando o ano de 2018 com uma promissora agenda de trabalho. O que, em si, já não é pouca coisa. Ah! Iniciei, também, a quarta temporada de Grace and Frankie!! Está demais. Não apenas por Jane Fonda e Lily Tomlin. Todos os atores estão muito melhores. Vale a pena. E o assassinato de Giani Versace em American Crime History? Quem, com isso tudo, precisa de carnaval? Minha mãe tem me visitado em sonhos. Linda! Ainda viva, nos meus sonhos ela não morreu. Aproveito para matar a saudade. Que bom saber, mãe, que em algum lugar estás bem e bela, ainda que esse lugar sejam os meus sonhos! Normal, já que sempre dividimos o sonho de sermos artistas, de atuar, cantar, encantar. Eu sigo empenhado na intenção de tornar nossos sonhos realidade... Que bom que chegou a quarta-feira e o carnaval teve seu fim. Um dia nublado, com uma chuva fininha, fazendo jus à alcunha de Quarta-feira de Cinzas... Eu, que passei toda a folia de Momo em casa, não me abstive de vivê-la etilicamente. É que uma semana antes do inicio da festa, minha irmã Raquél e nossa amiga Lica me trouxeram de Porto Alegre várias garrafas de ótimos vinhos e espumantes. Logo, como podem ver, enfiei de leve um pezinho na jaca, ainda que à la maison. Uma meia-ponta, eu diria... E paro por aqui, no intuito de que cada um que me lê acesse suas próprias memórias, tenha suas próprias vontades, ideias, pense por conta própria, não siga pastores, líderes ou gurus, nem se perca na defesa de pontos de vista alheios... Eu amo todos vocês!
Na foto, Narinha toda cool na capa do álbum Dez Anos Depois. Nem preciso dizer que acabei não indo ao baile do Igrejinha. Gal Tropical só no palco mesmo...
Ah! Last but not least, o encerramento do carnaval foi com chave de ouro: Comemoramos o aniversário do Gilberto Gavronski no Ritz, entre amigos, regado a muito champanhe. Um prazer tê-lo aqui, entre nós, ensaiando seu próximo espetáculo na Pauliceia. Boa quaresma a todos!

Um comentário:

  1. Querido amigo, belo texto. Fico aqui com minhas memórias, perdido no tempo entre Gal Tropical e Fantasia.

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