terça-feira, 12 de janeiro de 2016

JANEIRO ESCALDANTE

O mes de janeiro chegou cheio de novidades: Eu, que já havia mudado temporariamente de cidade, mudei agora de apartamento e também de bairro. Estou morando na Glória. E posso dizer que é realmente uma glória. Super tranquilo e arborizado, o bairro me revela um novo Rio de Janeiro. Da janela contemplo a Marina de um lado e o Outeiro do outro. E ouço os sinos tocarem a cada hora cheia... Voltei a frequentar a academia, que há três meses abandonara. E só eu sei o que está me custando... Fui na estreia do projeto As Cantrizes, no Centro Cultural dos Correios, para ver cantar e contar histórias as ex-eternas-frenéticas Sandra Pera e Dhu Moraes, com arranjos e regência de Mimi Lessa. Meu filme, ou melhor, da Anna Muylaert, Que Horas Ela Volta, passou ontem à noite na Rede Globo. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas o calor insuportável, que havia dado uma trégua, voltou com tudo. Daí o escaldante do título do post. Pois é assim mesmo, escaldado, que retomo meu blog nesse novo ano recém iniciado... Todo mundo conhece o ditado popular que diz que gato escaldado tem medo de água fria. E pinto escaldado, alguém conhece? Pois aconteceu comigo, na minha infância. Eu devia ter menos de dez anos. Na minha casa, a televisão não ficava na sala de estar, como na maioria das casas da época. Ficava na sala da televisão, que também servia de quarto de hóspedes, pois tinha um sofá que virava cama de casal. Como esse misto de quarto e sala era exatamente ao lado da cozinha, era lá que eu e minha irmã jantávamos, para não perder o Tom & Jerry nem as novelas. Pois em uma dessas noites do meu remoto passado - quando controle remoto era algo que ainda não existia- ao invés de jantar minha mãe serviu café com leite. Eu estava sentadinho, com minha bandeja de café no colo, quando minha irmã Regina se joga delicadamente sobre o sofá e todo o conteúdo da xícara, de quente para fervendo, cai justamente sobre o meu pequeno pipi. Nunca esqueci a dor que senti nem o desespero de minha mãe, com medo que minha irmã tivesse me "estragado" para sempre... Inesquecível também foi todo o constrangimento que se seguiu, com minha mãe cobrindo minhas partes pudendas com nata de leite gelado, eu deitado com o pinto cheio de nata recebendo a visita de curiosos vizinhos e parentes... Felizmente o susto foi maior do que o estrago e só o que ficou foi uma mancha arroxeada por alguns dias, seguida de uma casquinha que secou e caiu. E meu pinto escaldado não ficou com medo de água fria. Já pensou se tivesse ficado? Deixa pra lá... Como podem ver, janeiro chegou trazendo não apenas novidades, mas também lembranças... E vamos em frente que o verão está só no começo e, segundo os locais, ainda nem esquentou! Se eu viver, verei...
Nas fotos, o Outeiro da Glória visto da minha janela e Sandra & Dhu em cena de As Cantrizes.

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