domingo, 29 de março de 2015

ALÔ, BAHIA!

Como prometi no post anterior, aí vão as notícias de Salvador em pleno dia de seu aniversário: Poucas horas após minha chegada na capital baiana, já me encontrava em pleno Pelourinho para assistir, às 19 horas no Teatro do Sesc, ao espetáculo Fora da Ordem, de Lelo Filho, do qual meu amigo Odilon é diretor assistente. Inspirado na obra de Caetano Veloso, Lelo solta o verbo contra os desmandos da ditadura militar que assombrou o Brasil por vinte anos e a homofobia que insiste em nos assombrar como se já não vivêssemos o século vinte e um. Tudo isso embalado em uma mise en scène irretocável, que alia projeções a performances ao vivo. Enquanto fazia hora para o começo da peça assisti a uma verdadeira festa de cores que foi o cair da tarde no Pelourinho. Inesquecível!
No dia seguinte, coincidentemente encontrei meu amigo Fernando Passos, que está passando dias em Salvador, e fomos visitar a Casa do Rio Vermelho, residência do casal Jorge Amado e Zélia Gattai, que foi recentemente transformada em museu. Um interessantíssimo trabalho de museologia aliado à mais moderna tecnologia transformou a casa, que é totalmente interativa e proporciona uma verdadeira imersão no universo dos autores e parceiros de vida. Digno de grandes capitais da América e Europa. Não dá para deixar de visitar.
No quesito gastronomia, todos os louros e aplausos para a Casa de Tereza, também no Rio Vermelho, que revisita, atualiza, suaviza e universaliza a típica comida baiana. Um verdadeiro festival de sabores. Seu polvo confitado foi o melhor que jamais comi. Sem falar na casa em si, que é belíssimamente decorada, e da chef Tereza Paim que, além de ser uma simpatia, nos conduziu pelas dependências da casa e nos explicou com toda paciência e dedicação como prepara os seus inesquecíveis quitutes. Programa obrigatório.
Café Teatro Rubi: Como adiantei no post anterior, fomos ao Rubi para o show da cantora Ithamara Koorax. Eu nunca tinha visto ou ouvido essa cantora antes e fiquei bastante impressionado com sua performance, repleta de malabarismos vocais e divisões rítmicas surpreendentes. E o Rubi é um simpático e aconchegante café teatro para cento e cinquenta pessoas, com uma programação variada e rica que privilegia o jazz. Vale conferir.
O sábado de muito sol e praia foi coroado ao anoitecer com a mais esperada atração: O show de Maria Bethânia no Farol da Barra. Som excelente, repertório repleto de hits da carreira, Bethânia toda vestida de dourado, mas tivemos que declinar da tentativa de vê-la de perto devido ao imenso número de pessoas nos pressionando de encontro à grade e ao calor insuportável que quase não nos deixava respirar em meio à turba ensandecida. Ficamos então ouvindo de longe quase até a metade do show. A queima de fogos que encerrou o evento vimos de dentro da pizzaria em que comíamos, pelas janelas. De qualquer maneira foi muito emocionante ouvir Bethânia entoar sucessos como Começaria Tudo Outra Vez e Olhos no Olhos sob a luz da lua crescente que enfeitava o céu de Salvador.
No mais, caminhadas pela orla da Barra totalmente refeita e transformada em calçadão.
Essa minha pequena estada na capital baiana vai ficar na memória não apenas pela variedade da programação cultural e gastronômica mas, sobretudo, pelo reencontro com meu amigo Odilon e pela intensidade e qualidade da convivência que estamos tendo. Por isso vale a pena terminar reiterando a máxima na qual acredito piamente: Amizades, amores e viagens são as melhores coisas que se pode ter na vida. E é também o que de melhor se leva dela. Feliz aniversário, Salvador!
Nas fotos, festa de cores no entardecer do Pelô, detalhe de azulejos de Carybé na Casa do Rio Vermelho e a orla refeita da Barra.

Um comentário:

  1. Caríssimo amigo, que maravilha poder retribuir aqui na Bahia um pouco das experiências que já vivemos juntos em São Paulo. Obrigado pela visita, companhia, conselhos e comentários. É sempre bom revê-lo.

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