segunda-feira, 4 de novembro de 2013

IMBECIS QUE LEEM

Dia desses, insone em um quarto de hotel após uma apresentação do Cabarecht, fiquei procurando o que assistir na TV quando tombei sobre o documentário O Filho do Holocausto, sobre o já mitológico Jorge Mautner. Em uma das cenas, sua filha Amora conta que seu pai teria dito a ela quando era pequena: "Os homens se dividem basicamente em dois tipos: Os imbecis que leem e os imbecis que não leem. Eu espero que você seja uma imbecil que leia". E estabeleceu preços para vários clássicos da literatura que sua filha viesse a ler. Assim, Amora ganhou muito dinheiro e leu muitos livros na sua adolescência. E hoje é grata ao pai pela experiência. Eu sou um imbecil que lê. E quer saber? Para o meu gosto, acho que leio pouquíssimo. Gostaria de ler pelo menos o dobro do que leio para me considerar um imbecil digno de nota. E isso que o pouco que leio já é muito comparado ao que lê grande parte dos brasileiros. A julgar pela maneira grosseira com que agridem nossos ouvidos quando falam e o modo constrangedor com que se expressam por escrito na internet. Nem todo mundo tem um pai como Jorge Mautner, eu sei. Eu também não tive. Mas os livros estão aí, ao alcance de todos. Bem mais acessíveis do que carro importado, roupa de grife, tablets, iphones e toda essa tralha considerada indispensável por todos nós, os imbecis que leem e os que não leem também. Fica a dica. Na foto, o incrível Mautner ainda jovem e belo.

3 comentários:

  1. Mercis, viva a leitura e a boa escrita das belles lettres!

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  2. Dei uma sonora gargalhada quando assisti essa parte do documentário no cinema. Compartilho cem por cento seu post. Sou um imbecil que lê, mas ainda não li tudo que gostaria e vejo o tempo esgotar-se. Vou precisar de várias encarnações. Parabéns!

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