quinta-feira, 11 de abril de 2013

PRECE

Elevo meus pensamentos aos céus na esperança de encontrar um alento. Deus, deuses, deusas, forças superiores, entidades cósmicas, mitológicas, seculares, universais. Ao próprio Universo, clamo, humildemente, por mais amor entre os homens. Amor, compreensão, solidariedade, respeito, altruísmo, compaixão. Se é que esses conceitos ainda guardam algum valor ou mesmo significado nesse imenso caos em que estamos imersos. Esse caos de celulares, tevês de plasma, tablets, carros novos e semi-novos, tênis importados e tudo o mais pelo que se mata, se rouba, se trai, se urde, se vende, se suborna e se discrimina. Dirijo minha prece a todos, igualitariamente. Aos que estão sem grana, sem emprego, sem plano de saúde. Aos que estão sós e desamparados. Aos que são tão pobres, mas tão pobres, que só tem dinheiro, mais nada. Aos que usam de má fé para obter benefícios próprios prejudicando muitos outros. Aos que não mudam quando é lua cheia, como cantava Cazuza. A todos nós, eu inclusive. Eu que, pequeno e só, não encontro representação em nenhum rebanho. Eu que, descrente e ao mesmo tempo temente, imploro cheio de ardorosa fé a Rá, Osíris e Ísis. A Zeus e a Apolo. A Iemanjá e a Santo Antônio. A Buda e a Jesus Cristo. Minha Nossa Senhora, rogai por nós, senhores e senhoras que não sabem o que fazem. Senhor, dai-nos mais gente do bem. Já que tem tanta gente no mundo e cada vez nasce mais, mudai, Senhor, a programação neurolinguística do universo. Que ela seja direcionada para o bem comum, o amor ao próximo, a igualdade entre os povos. E que paremos logo de matar, roubar, discriminar e excluir em nome do Pai, do Filho e de todos os Espíritos Santos. Ah! E, last, but not least, que passemos a ir mais ao teatro e a ouvir boa música. Sim, porque, na boa, os estádios de futebol já estão lotados e os jogadores que ganham milhões já pagam dízimo para as respectivas igrejas que também já estão lotadas. Amém. Na foto, o santinho da minha Primeira Comunhão.

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