domingo, 16 de novembro de 2025
GAY PORT
O escritor gaúcho Caio Fernando Abreu costumava se referir carinhosamente à sua querida Porto Alegre com essa alcunha: Gay Port. Gay não apenas no sentido alfabético-militante (lgbt etc.), mas também no literal, de alegre mesmo. É assim que tenho percebido a cidade desde que aqui aportei: Alegre, intensa, florida, plural e colorida. Inclusiva, inclusive. Vim para a estreia (no próximo dia 21) de meu espetáculo solo Caio em Revista, com o qual comemorarei meus quarenta anos de carreira no teatro. Adoro a cidade nesta época do ano. Jacarandás em flor pintam e bordam de roxo suas ruas. A Feira do Livro agita a Praça da Alfândega e arredores. Tive o prazer de estar presente em dois lançamentos de livros dedicados à memória do teatro gaúcho: Por Uma Crítica Expandida da Cena, de Airton Tomazzoni, e Grupo de Teatro Província - Memórias, do meu amado diretor e amigo Luis Artur Nunes. As sessões de autógrafos na praça são precedidas de uma pequena explanação dos autores sobre as obras nas dependências do Clube do Comércio, belíssimo exemplar do estilo art-déco que se debruça sobre a Praça da Alfândega e seus jacarandás. Uma pena que esse tesouro não esteja adequadamente preservado... Revi amigos queridos que há muito não encontrava e colegas de profissão que há séculos eu não via. Tenho aproveitado as manhãs para caminhar no Parque da Redenção, lugar intimamente ligado às minhas memórias da juventude. Na semana que vem começo a ensaiar minha peça no teatro, o Estudio Stravaganza, da minha amiga Adriane Mottola, que "importou" de São Paulo o meu espetáculo para finalmente mostrá-lo aos gaúchos. Nem preciso dizer o quanto estou feliz & animado com esta curta temporada que me traz de volta aos palcos gaúchos depois de seis anos sem me apresentar por aqui. Aqui onde tudo começou. Aqui para onde sempre volto. Que esse porto seja para sempre alegre! Em todos os sentidos...
Nas fotos, alameda de palmeiras no Parque da Redenção e o art-déco da entrada do Clube do Comércio.
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
AVE NOTURNA
Eu amo os animais. Em vários aspectos eu acho que eles são melhores do que nós, os pretensiosos humanos. Aliás, como já afirmei aqui no blog, amo cada vez mais os animais. Não apenas a Lina, minha gatinha, mas o reino animal como um todo. O que não gosto é de barulho. E tem uns sabiás que me incomodam muito! Rsrs. Adoro, por exemplo, o canto do bem-te-vi: harmônico, melódico, uma musiquinha feliz em tom maior. Já o do sabiá é atonal, dissonante, quase dodecafônico. Uma vez ou outra, vá lá. Mas aqui onde moro eles cantam o dia inteiro, incluindo a madrugada. Em um cantinho do prédio ao lado, que dá bem na janela do meu quarto, tem um ninho deles. Desde que moro aqui, há quase trinta anos, já vi muitos ficarem com as peninhas todas brancas e serem substituídos por novos integrantes da família. Como também já afirmei aqui, sou um velho chato e rabugento que reclama de tudo o que me perturba os ouvidos. Dia desses um deles me acordou em plena madrugada, acho que não eram nem três e meia, cantando a plenos pulmões. Era tão intenso o seu cantar que acabei achando engraçado, bonitinho, não consegui me irritar. E ri sozinho na cama pensando: esse sabiá deve ter transado! Essa animação toda nesse horário só pode ter sido em consequência de um orgasmo rsrs… Tadinhos dos sabiás! Devem andar perdidos com todas essas alterações do clima, primaveras que se parecem com outonos, invernos que lembram verões. Eu os amo também, só quis tirar alguma graça da situação. Perco a Luiza Mel, mas não perco a piada…
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
ALÉM DO HORIZONTE
Acordei às quatro horas da manhã para ir ao hospital, onde seria acompanhante de um amigo em um procedimento cirúrgico. Ainda não tinha amanhecido quando cheguei, no horário marcado, às cinco horas. Depois de preencher todos os documentos necessários para a internação, fomos conduzidos a uma sala onde, isolados por uma cortina de plástico, ele despiu suas roupas, vestiu aquele avental constrangedor que deixa a bunda de fora e me entregou todos os seus pertences. Durante o tempo em que ficamos nesse “cercadinho” cortinado conversamos sobre diversos assuntos (não nos víamos há meses) e colocamos a conversa em dia. Distraídos pela conversação fomos surpreendidos por uma luz que invadiu o recinto vinda da janela. Era o sol, que finalmente surgia por trás dos edifícios que desenhavam o skyline da cidade. A vida nos grandes centros urbanos acaba nos privando desses espetáculos diários da natureza: um nascer ou pôr de sol, uma noite estrelada, um horizonte que se estende ao infinito. Me levantei da cama onde estava sentado e mirei pela janela esse momento de pura inspiração em meio à fria e pragmática manhã de primavera. Um funcionário veio, acomodou o meu amigo em uma maca e o levou para a sala de cirurgia. Me despedi dele desejando-lhe boa sorte. Fui até a cafeteria do hospital para fazer meu desjejum e, enquanto tomava minha xícara de café, fiquei pensando em como eu estaria me sentindo se estivesse no lugar dele. Me imaginei percorrendo corredores, entrando e saindo de elevadores, sempre deitado na maca a olhar para o teto. Vi diversas luzes passando sobre a minha cabeça. Eu estaria calmo ou nervoso? Tranquilo ou com medo? Acho que certamente estaria rezando... Também faço isso quando vou ao teatro assistir ao espetáculo de algum colega: Quando soa o terceiro sinal e as luzes se apagam, fico imaginando como será que ele está se sentindo na coxia, minutos antes de entrar em cena. E como eu estaria, se estivesse no seu lugar. Da mesma forma quando vou me despedir de alguém no aeroporto: No momento em que a pessoa some após ultrapassar a catraca me imagino no lugar dela indo embora pra qualquer lugar… É interessante a gente sair de vez em quando da nossa vida e se projetar na vida de uma outra pessoa. Talvez seja um vício, uma deformação profissional, já que é isso o que faço há pelo menos quarenta anos trabalhando no teatro. Mas é um exercício estimulante e ao mesmo tempo agradável. Sobretudo nos ajuda a compreender o outro antes de simplesmente julgar, por exemplo. Sem falar que faz com que a gente se conheça mais e melhor… Agora o sol já está alto e eu sigo esperando o meu amigo sair da sala de cirurgia. Esperar é outra atividade interessantíssima na qual sou bastante treinado. E também faz um bem enorme. Mas isso já é assunto para uma outra postagem…
Mais um tempo se passou e já estou na minha casa, assim como meu amigo já está na casa dele. O procedimento foi um sucesso, ele nem precisou ficar hospitalizado, esperamos apenas algumas horas até ele receber a alta. Nesse tempo conversamos ainda mais e matamos a saudade. Uma brecha no cotidiano atribulado da grande metrópole, onde para encontrar um amigo é toda uma questão de disponibilidade de agendas… O entardecer eu vi daqui mesmo, da janela do meu apartamento. Com uma agradável sensação de dever cumprido. Com amor! E, lembrando os versos de Roberto Carlos: Além do horizonte existe um lugar bonito e tranquilo pra gente se amar...
sexta-feira, 17 de outubro de 2025
LÁ EM NOVEMBRO…
O mês de outubro já está na segunda quinzena e eis-me aqui a postar pela primeira vez... É que já estou com a cabeça lá em novembro, em Porto Alegre, onde irei comemorar meus quarenta anos de teatro apresentando meu solo Caio em Revista no Estúdio Stravaganza. Já vejo jacarandás em flor pintando de roxo as ruas do Centro e do Bom Fim. Ah, o Bom Fim! Bairro onde vivi toda a minha juventude... Ouço Ney Lisboa no iPad, no iPhone, o tempo todo no modo repeat: Minha gata não insista, Disneylândias não vão nos levar ao céu... A Feira do Livro ocupando a Praça da Alfândega, livros à mancheia. Memórias de um tempo que já não sei se existiu de fato ou se fantasio na minha imaginação de new old man. E, depois da meia-noite, a fauna ensandecida do Ocidente... Os palcos em que subi na capital. Renascença, São Pedro, Bruno Kiefer, Leopoldina, Câmara, Bourbon. Meus colegas e amigos, mestres, diretores. Lembro em flashs, cheios de carinho e saudosismo, o que fiz, o que vivi, o que experimentei. Marcelo et moi tomando chopps no Líder em plena segunda-feira. As aulas de acrobacia da Wal. As entrevistas para Tania Carvalho, Mery Mezzari, Ivete Brandalize, Ruy Carlos Osterman... Incontáveis pores de sol, os saudosos Ivo Bender e Tatata Pimentel, happy hours com Miriam Ribeiro, Ida Celina e Paulo Vicente. Os pedalinhos no lago da Redenção... Porto Alegre me mostrou as inúmeras possibilidades que a pequena Soledade me escondia. Nunca vou esquecer as noites do Bom Fim, os bares da Osvaldo Aranha, os projetos Seis e Meia e Pixinguinha, a Reitoria da UFRGS, a UFRGS em si, minha escola de teatro prestes a desabar desde os anos oitenta do século passado até hoje em dia. Meus amigos, namorados, namoradas & amantes. Minhas fantasias e meus sonhos realizados. O Espaço IAB! O Teatro da Assembleia, o estúdio de gravação do Bira Valdez, o Bira em si, com seu charme, talento e delicadeza, o apartamento térreo da Claudinha Meneghetti na Travessa Cauduro, o primeiro comercial que fiz na vida, da Casa dos Gravadores, gravado no recém-inaugurado Shopping Iguatemi, o Claudinho descendo a escada do Fim do Século do jeito que quisesse... Minha Vespa subindo e descendo veloz a Protásio indo e vindo do Porto de Elis. As noites de verão no Escaler e no Luar Luar, meus shows com a Marione no Richard Arte & Café, a luz da Marguinha sempre botando tudo pra cima... Estou contando os dias, mal posso esperar! Ingressos à venda no Sympla! Aloka...
Na foto, meu saudoso amigo Marcelo Pezzi e os jacarandás em flor da janela do meu quarto no Bom Fim.
sábado, 20 de setembro de 2025
QUARENTÃO NO TEATRO
No ano de 1985 eu estreava profissionalmente no teatro em Porto Alegre com o espetáculo infantil Greg, o Grissauro. Com autoria e direção de Alderico Nogueira (por onde anda?) a peça trazia no elenco Adriane Mottola, Paulo Vicente, Marione Reckziegel, Cibele Sastre e o iniciante Roberto Camargo (moi). Completo, portanto, nesse ano da graça de 2025, quarenta anos de carreira! Se isso por si só já não fosse o bastante, vou comemorar a efeméride levando meu espetáculo solo Caio em Revista para Porto Alegre, cidade que me viu brotar como ator e diretor de teatro. E a responsável por essa minha micro-temporada de duas semanas na capital gaúcha é minha colega de elenco de Greg, o Grissauro, Adriane Mottola. Além de me abrir as portas de seu teatro - o Estúdio Stravaganza - Adriane será a responsável pela produção local. Um luxo, um inestimável presente para essa minha comemoração, viva, viva! Sou todo gratidão a Adriane e à sua Companhia Stravaganza... Meu diretor Luis Artur Nunes também está comigo desde os primórdios da minha vida teatral. Foi meu professor no Departamento de Arte Dramática da UFRGS, meu diretor em A Fonte, fui seu assistente de direção em vários espetáculos e agora, nesse Caio em Revista, retomamos nossa parceria teatral. E daqui de São Paulo, sempre comigo na retaguarda, tenho o auxílio luxuoso de Patricia Vilela. Sem ela esse projeto não teria saído do papel... O teatro tem esse poder de unir pessoas formando uma espécie de família, paralela à biológica. Devo dizer que ao longo desses quarenta anos de profissão fui me unindo a tantas pessoas queridas que hoje já tenho uma grande família... Como não me apresento em Porto Alegre desde 2019, quando estive com a Terça Insana no Teatro São Pedro, estou morrendo de saudade de pisar nos palcos gaúchos novamente. Conto com a presença de todos os amigos, colegas, fãs, seguidores, familiares, crushs e ex-amantes (rsrs) para lotar as dependências do Estúdio Stravaganza nos dois últimos finais de semana de novembro. Que eu siga fazendo teatro por, pelo menos, mais quarenta anos. E que ele siga unindo as pessoas e fazendo-as cada vez melhores. Vejam só a minha pretensão! Rsrsrs... Foi em Porto Alegre que tive a base da minha formação teatral, tanto na universidade quanto no mercado de trabalho. Tive mestres aos quais serei eternamente grato como Ivo Bender, Maria Helena Lopes, Luis Artur Nunes, Irene Brietzke, Graça Nunes, Alziro Azevedo, Sandra Dani, Beto Ruas, Flavio Mainieri e Marlene Goidanich. Tive o prazer de trabalhar com colegas inesquecíveis que não poderei citar aqui porque não caberia no espaço do post. E também porque não gostaria de deixar ninguém de fora. São muitas as boas lembranças... Quando, há quarenta anos, Alderico Nogueira me convidou para fazer parte do elenco de Greg, o Grissauro, lembro que não acreditei que já na minha estreia no teatro eu seria colega de Adriane Mottola, de quem eu já era fã desde que a vira em cena no espetáculo Guernica, de Arrabal, com direção de João Carlos Castanha. Depois eu a dirigiria na minha montagem de Lisístrata, mas isso já é uma outra história. Obrigado, Adriane, por me proporcionar esse presente de quarenta anos de teatro!
Nas fotos, a equipe de Greg, o Grissauro e eu em cena de Caio em Revista.
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
PAPEL PRINCIPAL
Não, não fui contratado para protagonizar um espetáculo, filme ou série. O título do post se refere à belíssima exposição Re-Selvagem - Natureza Inventada, da artista visual francesa Eva Jospin, que visitei ontem à tarde na não menos bela Casa Bradesco. Instalada na Cidade Matarazzo, a Casa Bradesco é um complexo cultural - ou um centro de criatividade, como ela própria se define - que comporta livraria, café e lindas salas de exposição. É tudo tão bonito que a visita valeria a pena mesmo se não houvesse exposição alguma. Mas voltando à exposição, Eva Jospin transporta o visitante para um mundo paralelo (ou perpendicular) ao mesmo tempo ancestral e futurístico. Ao adentrar esse ambiente mágico de florestas e formas arquitetônicas feitas totalmente de papelão a gente se percebe transitório e perene; se dá conta das milhares de árvores, florestas inteiras que foram extintas para que todo o papel do mundo fosse fabricado; e por fim o vê (o papel) novamente transformado nas árvores e florestas que extinguiu. A exposição mexe com a nossa noção de proporção e de longevidade. Outra curiosidade: ela se impõe ao visitante com uma atmosfera de silêncio e reflexão, quase de adoração do que é visto. Como se a gente estivesse em um templo sagrado. Como se viajasse no tempo. O que é muito bem vindo, principalmente quando a gente sabe que está a uma quadra da Avenida Paulista, em plena tarde de terça-feira, entre um compromisso diário e outro e que um trânsito infernal nos espera na saída. É isso o que quis dizer ao afirmar que a exposição de Eva Jospin transporta o visitante para um mundo paralelo. E nesse mundo paralelo, criado pela artista com enorme talento e criatividade, o papelão tem papel principal, o que justifica o título da postagem. Preciso acrescentar que fiquei muito tocado pela obra. Emocionado, mesmo. Sem falar nos imensos painéis bordados em seda, linho, cânhamo e algodão que revestem as paredes de todo o andar superior, a sua "Chambre de Soie", que foi cenário para a coleção AW21 da Maison Dior... Um raro momento de plenitude e graça em meio ao caos do cotidiano é o mínimo que essa bem-vinda exposição nos proporciona. E, como se não bastasse, às terças-feiras a visita é gratuita. O que você está esperando?
Nas fotos, uma pequeníssima amostra da grandeza e beleza da exposição.
terça-feira, 9 de setembro de 2025
SO LONG, RO RO
Quando Angela Ro Ro lançou seu primeiro álbum, que tinha apenas seu nome como título, fiquei imediatamente encantado. Além de excelente cantora, ela também assinava todas as composições e tocava piano. Suas canções belíssimas, intensas e carregadas de um romantismo exacerbado calaram fundo no meu coração. Eu tinha quinze para dezesseis anos e já era um romântico de carteirinha. As fotos da capa e da contracapa do disco a mostravam belíssima, lembrando muito Maysa - não apenas pela aparência mas também pela voz grave e rouca. O primeiro show dela a que assisti foi em Porto Alegre, no saudoso Teatro Leopoldina. No palco ela revelava uma outra faceta, não menos encantadora: Era extremamente engraçada. Dali em diante perdi a conta de quantos shows da cantora fui assistir. Além das canções, que eu escutava em casa até quase furar os LPs, o que me fazia ir vê-la no teatro era sua verve cômica. Angela falava quase tanto quanto cantava e o que falava era sempre divertidíssimo (principalmente quando fazia o outing de colegas cantores e cantoras que não se assumiam) e brilhantemente inteligente. Até hoje rio quando lembro de um show dela a que assisti no Teatro Rival, no Rio, no qual ela contou que certa feita o cantor Agepê deu em cima dela e ela o situou dizendo: Pô, Agepê, qual é! Sou eu, Angela Ro Ro! Adorável… Seu segundo álbum, Só nos Resta Viver, é um dos meus preferidos. Ele traz ao mesmo tempo a Angela intensa, romântica, desbragada e sua faceta gaiata, leve e debochada em composições como Meu Mal é a Birita, Blues do Arranco e Tango da Bronquite. Sem falar na regravação do clássico de Nelson Gonçalves Fica Comigo Essa Noite, que lhe caiu como uma luva... O terceiro álbum, Escândalo, é uma obra prima. Desde a capa em formato de jornal sensacionalista até a canção título que Caetano Veloso compôs especialmente para ela. Ela era verdadeiramente um escândalo. De talento e de personalidade. Paro nesses três, para que o post não fique interminável. Mas eu seria capaz de discorrer sobre todos eles por laudas e laudas. Que lástima ela nos deixar assim, tão cedo. Em tempos de longevidade setenta e cinco anos é cedo sim. Ainda mais para uma artista do quilate de Angela Maria Diniz Gonçalves... Infelizmente não tenho foto com ela, nunca fomos apresentados, não fizemos nenhum trabalho juntos e ela morreu sem saber que eu existia. Queria tanto poder ter dividido com ela uma boa mesa de bar! Ainda assim, sua importância na minha vida foi enorme. E continuará sendo. Grande cantora, compositora, pianista, enterteiner, one woman show... Termino clamando aos céus: Senhor, pare de levar embora os artistas, esses seres iluminados que nos fazem transcender a mediocridade da existência. E, citando a própria: “Quem dera pudesse a dor que entristece fazer compreender; os fracos de alma, sem paz e sem calma, ajudasse a ver que a vida é bela, só nos resta viver”... Ainda bem que o legado de Angela Ro Ro ficará para sempre. Assim como as canções, como as paixões e as palavras… Nas fotos, Angela na capa do primeiro LP e o ingresso do show Só nos Resta Viver no Teatro Leopoldina.
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