terça-feira, 4 de março de 2025
MARÇO SOLAR
Abre a porta e a janela e vem ver o sol nascer! O mês de março entrou solar e superaquecido, desmentindo a canção de Tom Jobim que fala das águas de março fechando o verão. Entrou, também, supercarnavalizado. Eu, que já tinha jurado nunca mais participar da folia, no domingo pela manhã acabei me jogando no vintage e singelo bloco Somos Todos Carmen, do meu amigo Rafael Leidens, que presta homenagem à eterna Carmen Miranda, símbolo do sucesso do Brasil no exterior. Fazer o quê? Minha carne é de carnaval, meu coração é igual e tudo e talz. Fui fantasiado de Gal Tropical, homenageando nossa outra diva, Gal Costa, provando que, como diz o nome do bloco, Somos Todos Carmen mesmo. Me diverti horrores, revi amigos queridos, dancei pencas, só não fiquei mais tempo porque o salto da sandália quase me matou. Da próxima vez vou inventar uma fantasia com tênis... E nem tudo é folia no carnaval de São Paulo. No sábado à tarde fomos assistir ao impressionante espetáculo Sagração, da Cia. Deborah Colker, acompanhada pela OSESP, que executou ao vivo a trilha sonora na não menos impressionante Sala São Paulo. Inspirado em A Sagração da Primavera, de Stravinsky, o espetáculo mescla trechos da composição original com sonoridades e cânticos indígenas brasileiros. Emocinante, para dizer o mínimo. Deborah segue se reinventando e se superando sempre. À noite ainda fomos no esquenta pré-desfile chez mon ami Edson Cordeiro, para ver o mago dos pincéis Cabral realizar a maquiagem do anfitrão, que desfilou ao lado do marido Oliver na Estrela do Terceiro Milênio, escola de samba paulistana cujo enredo prestou homenagem à comunidade LGBTQIAP+ (me perdoem se faltou alguma letra na sigla)... E no domingo também teve filme brasileiro premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro! Merecidíssimo reconhecimento da academia de cinema a Ainda Estou Aqui, obra irretocável de Walter Salles. Já estou louco de vontade de ir ao cinema rever...
Para fechar a folia momesca com chave de ouro, hoje, terça-feira gorda (vamos dizer mardi gras, para não ferir suscetibilidades) tivemos almoço mexicano chez mon ami Tude Bastos. Tude e seu marido Peter receberam os amigos com animados drinks e tacos e guacamoles regados a muita música e boas conversas até o entardecer do último dia de carnaval. Voltei para casa cheio de esperanças e ilusões, mas certo de que todo carnaval tem seu fim...
Para encerrar, uma daquelas coisas que chegam pra gente na internet e que não tem como não compartilhar: Perguntada se tamanho para ela é documento e se prefere um pequeno brincalhão ou um grandão bobão, uma travesti responde: Prefiro um que pague! Pagou já me ganhou, eu me entrego, eu me dedico, eu dou a vida! Rsrsrs... É a mais pura verdade, queridos leitores. Sabedoria popular, muito melhor do que auto-ajuda. Na vida a gente precisa se entregar, se dedicar, dar a própria vida. É claro que a recompensa nunca será a mesma para todos, por maior que seja o esforço. Tem gente que persegue um sonho a vida inteira e não consegue realizá-lo. Outros, por muito menos, conseguem tudo. Mas, como dizia Nelson Rodrigues, sem paixão não dá nem para chupar um picolé, não é verdade? Vamos seguir tentando. A gente não precisa mirar no Oscar, evidentemente. Mas há tantas outras coisas legais para conquistar! Fica a dica para esse ano que finalmente começa por aqui. Bom mês de março a todos!
Na foto, eu encarnando Gal no bloco Somos Todos Carmen.
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Caro amigo, seu mês de março começou muito bem, um evento mundano, outro profano, e dois outros que mais gosto; reunião de amigos com comidinhas, risadas e muita conversa.
ResponderExcluirSem falar é claro que o Carnaval nunca vai sair de ti, ele vai te chamar, e sempre que você atender, será bom e divertido. Eu me diverti muito por aqui.
ResponderExcluirOdilon, darling! Bora carnavalizar...
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