domingo, 18 de junho de 2023

EMOÇÕES CARAS

Cá entre nós: Às vezes a vida não fica morna demais? Tudo meio normal, médio, beirando a mediocridade? Nesses momentos estão em falta as emoções caras. Não no sentido financeiro, mas que são caras à gente. Que nos trazem vida, acalanto, nos aquecem o coração e a alma. E fazem, claro, a pele ficar arrepiada e os batimentos cardíacos, acelerados. Elis cantando Na Baixa do Sapateiro a plenos pulmões no Festival de Montreaux, por exemplo; um beijo na boca cheio de paixão e lascívia, daqueles que quando a pessoa começa a se aproximar a gente já sente o arrepio na coluna; aquele entardecer à beira-mar tomando champanhe com quem se ama; um bolero bem dançado, de rosto colado, à meia luz com um globo de espelhos girando; a viagem dos sonhos ao país ou cidade preferidos com direito a tudo que te faz amar aquele lugar e torná-lo especial para você; aquela pessoa incrível que você conhece do nada, num boteco de esquina, e com quem descobre ter uma gama infindável de conexões; reunir todos os amigos mais queridos numa festa sem hora para acabar; passar um mês em Paris assistindo a todos os espetáculos da temporada; seu projeto há anos trabalhado saindo do papel e se tornando enfim realidade; o já saudoso sucesso; uma plateia lotada te aplaudindo; o sapato, bolsa, óculos ou tênis caríssimos que você namorava há tempos e agora vai poder comprar; a sonhada promoção, o dinheiro que finalmente cai na conta. Sim, dinheiro também. Que de emoções baratas a gente já anda por aqui! E sonhos de consumo também são sonhos a serem realizados… Taí: Nada melhor para sacudir a mesmice do que realizar um sonho. Material ou imaterial. Real ou virtual. Dormindo ou acordado. Ou, como cantou Djavan, o direito de escolher a música melhor para se dançar… Na foto, Elis arrasando no Festival de Montreaux.

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