terça-feira, 17 de janeiro de 2023

TÂNIA FAZ 80

Ultimamente muita gente bacana tem chegado aos oitenta anos de idade. Ney Matogrosso, Gil, Caetano, Milton Nascimento e Roberto Carlos, para citar alguns. Pois no último Natal foi a vez da radialista, jornalista, cantora, atriz e apresentadora de TV Tânia Carvalho entrar para essa turma. Sim, ela nasceu no mesmo dia do Menino Jesus. E como sempre ditou tendências, ouso dizer que os oitenta, agora, são os novos quarenta... Desde a mais tenra idade eu já era fã da Tânia, de vê-la nos programas e comerciais de TV. Lembro especialmente de uma propaganda da Joalheria Masson, cujo slogan era: Masson, joalheiros há 104 anos. Um ano depois era o filho, no colo dela, que dizia o slogan. E ela corrigia: 105, Fabiano! Quando comecei minha carreira, lá pela metade dos anos oitenta do século passado, ela foi a primeira entrevistadora com quem me senti completamente à vontade para dar entrevistas. Eu me sentia em casa nos programas dela. Como se estivesse batendo um papo descontraído com uma velha amiga. E era isso o que de fato acontecia. E acontece até hoje. Quando eu já havia me tornado um diretor de teatro premiado, já tinha morado em Paris e no Rio de Janeiro, voltei para Porto Alegre com o objetivo de montar um texto do saudoso professor e amigo Ivo Bender, chamado Sexta-feira das Paixões. Convidei Tânia para fazer parte do elenco e ela me encheu de felicidade aceitanto o meu tímido convite. Chegamos a fazer duas leituras da peça na casa dela, onde fomos recebidos com muito carinho. E vinho branco, bien sûr. Mas ela acabou me confessando que tinha muita dificuldade para decorar textos e que o teatro (ao contrário de Torres) não era a praia dela. Foi com dor no coração que aceitei sua saída do elenco e a substituí pela também saudosa Claudia Meneghetti. Mesmo assim Tânia teve colaboração importantíssima no espetáculo: Foi ela que me apresentou aos boleros de Eydie Gormé, que fizeram parte da trilha sonora da peça e um deles chegou a dar título à montagem: Mala Noche... No último ano que morei em Porto Alegre, antes de me mudar de vez para São Paulo, voltei a trabalhar como ator em um show performático em que fazia dupla com Marione Reckziegel. Éramos os "famosíssimos" The Love Singers e nosso pocket show se chamava Amor à la Carte. Pois a primeira entrevista de TV a que fomos, que nos lançou para o público gaúcho, foi justamente no Câmera Dois, programa que ela apresentava ao lado de Clovis Duarte na TV Guaiba. Quando Tânia entrou no estúdio e nos viu sentados na pequena arquibancada esperando para sermos entrevistados falou: Ai que sonho! Já to vendo o ônibus de vocês parado lá fora, igual ao da Priscila, Rainha do Deserto. Adorable... Teria muito a lembrar e a contar sobre a Tânia e a minha paixão por ela. Mas a ideia é comemorar os seus oitenta anos. Ela chega aos oitenta mais linda, sacudida e vibrante do que nunca. Amo suas dicas literárias no Instagram. Recentemente me diverti muito voltando da praia de ônibus enquanto escutava nos fones de ouvido a entrevista dela a Ivan Mattos e Cássia Zanon no podcast Olha Só Porto Alegre, no qual contou de forma descontraída e hilariante sua trajetória desde que chegou na cidade ainda menina, vinda de Bagé. Imperdível. E por falar em Porto Alegre, a cidade tem sua estrela e ela se chama Tânia Carvalho. A foto que ilustra o post foi presente dela para mim, quando fui ao programa de rádio que ela apresentava com Magda Beatriz e que ia ao ar nas noites de sábado. No verso da foto ela escreveu: "Roberto, a minha ausência sempre presente. Da sempre, sempre, sempre tua, Tânia Carvalho". Guardo como uma joia. Feliz oitenta, minha musa, minha diva, minha deusa!

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