segunda-feira, 11 de outubro de 2021

VARANDA SUSPENSA

Tomei emprestado o nome de uma música da cantora Céu para dar título ao post. Ele e também a letra canção dizem muito do que estou vivendo nesse começo de outubro. Finalmente começo a me permitir brechas, sopros de vida e ar renovado nesse já interminável isolamento social pandêmico. Pois me encontro justamente em uma casa suspensa no morro, com uma varanda – também suspensa – de frente para o mar de Ilhabela. O tempo, um misto de nuvens, chuva e sol tímido que ora espia ora se esconde, faz lembrar outros mares de outros continentes não tropicais. Céu segue cantando no Ipad: Descansar a vista, até onde a vista alcança, de uma zona temperada até onde o sonho te leva... Tenho me deixado levar pelo sonho de ter uma casa na praia, meu refúgio no litoral, “da varanda suspensa de São Sebastião, intocada, pura, em colmeias, pés de manga, costela de Adão” como canta Céu... Na semana passada tivemos um “apagão” de algumas horas sem redes sociais e WhatsApp. Achei pouco. Por mim teria sido de dias. Semanas, até. A gente precisa descobrir novas maneiras de se comunicar e se conectar com a vida e as pessoas. Nem que essas novas maneiras sejam justamente as antigas. O real no lugar do virtual. O analógico ao invés do digital. O presencial, o concreto, o verdadeiro. Onde viemos parar? Agora, por exemplo, no meu refúgio na Mata Atlântica, escrevo de um computador devidamente conectado a uma rede. Mas meu caderninho de notas também veio na bagagem junto com a caneta, caso a rede me faltasse. Quem lembra desses objetos obsoletos, caderninho e caneta? Rsrsrs... Mais um pouco de Céu: Todos se sentavam pra ver aquele quadro vivo mudar. Vista para Ilhabela, éramos a tela impressionista... Sempre digo aqui que gosto muito do mês de outubro. Quando a gente vê vem novembro, dezembro e puf! Acabou o ano. E, para terminar citando os versos da canção Outubro, de Milton: Tanta gente no meu rumo, mas eu sempre vou só. Nessa terra desse jeito, já não sei viver. Deixo tudo deixo nada, só do tempo eu não posso me livrar. Ele corre para ter meu dia de morrer. Mas se eu tiro do lamento um novo canto, outra vida vai nascer. Vou achar um novo amor, vou morrer só quando for... Bom mês de outubro a todos! Na foto, a vista de Ilhabela da varanda suspensa.

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