segunda-feira, 6 de setembro de 2021

SETEMBRO INTENSO

Que bom que finalmente o mês de setembro chegou. E, com ele, a promessa de renovação de esperenças, de vida, de possíveis alegrias futuras. Já entrei o mês voltando ao teatro, um dos lugares onde mais gosto de estar na vida. Foram dois ensaios no palco do Teatro Folha e no domingo, dia 05, nossa estreia do espetáculo O L Perdido, que marca minha volta aos palcos como diretor. Confesso que ainda me senti bastante estranho. E nada à vontade, como costumava me sentir quando estava em um teatro. Digo isso não pelo tempo que passei sem dirigir mas, sim, pelo atual estado pandêmico de distanciamento e reclusão que estamos vivendo. Felizmente, à medida em que o espetáculo foi transcorrendo, fui me envolvendo com ele e, aos poucos, relaxando. Grace Gianoukas (minha parceira de palco de muitos anos) e Agnes Zuliani são grandes atrizes, com talento de sobra tanto para o drama quanto para a comédia. No mais, foi só apertar alguns parafusos para que a coisa fluísse como deve ser quando reúne duas forças cênicas dessa natureza. Não deu outra, o público presente deitou e rolou com as aventuras das amigas Leila e Laila em busca do tal L perdido... Já o dia de hoje, segunda-feira, trouxe duas grandes perdas: As mortes de Jean-Paul Belmondo, ícone do cinema francês, e de João Carlos Assis Brasil, grande pianista e compositor brasileiro. Tive a honra de trabalhar com João Carlos na montagem carioca de A Caravana da Ilusão, de Alcione Araújo, na qual fui assistente de direção de Luís Artur Nunes e ele foi responsável pela trilha sonora, especialmente composta para o espetáculo. Além de ter estado com ele em diversos ensaios e reuniões, tive o privilégio de acompanhar a gravação da trilha no estúdio, com ele ao piano e Mauro Senise, outro dos grandes músicos brasileiros, na flauta. Eu ficava com um cronômetro do lado de fora do estúdio, sinalizando para João através do vidro o término de cada vinheta musical. Uma experiência inesquecível. Eu já era fã de João Carlos Assis Brasil do álbum que ele gravara acompanhando Olivia Byington. Depois disso ainda tive a oportunidade de vê-lo em cena como ator acompanhando a diva Marilia Pera no espetáculo A Prima Dona, do mesmo Alcione Araújo de A Caravana da Ilusão... Bem, como tudo tem dois lados, a segunda-feira trouxe coisa boa também: Chegou a minha tão esperada segunda dose da vacina. Acordei cedo, tomei café da manhã e tratei de ir logo para a fila... No mais, a cidade explode em cores com a floração dos ipês amarelos e das azaléas de diversos tons. E aqui em casa as orquídeas fazem a festa, antecipando a primavera... É isso, setembro mal começou e olha eu aqui já cheio de histórias para contar... Desejo uma linda e próspera primavera a todos! Nas fotos, Grace e Agnes em cena de O L Perdido, João Carlos Assis Brasil ainda jovem, eu tomando a segunda dose da vacina e a festa das orquídeas chez nous.

2 comentários:

  1. Caríssimo, fiquei emocionado ao ler seu post, essa volta aos palcos é essencial para fincar os pés na fé de que o teatro não acabou, não acabará nunca. Aqui em Salvador perdemos dois teatros, um para a especulação imobiliária (foi demolido para a construção de uma prédio residencial) e outro para a pandemia (seus mantenedores desistiram). Sigamos na esperança de uma primavera menos pandêmica e mais florida. Sucesso para O L Perdido.

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