quinta-feira, 15 de julho de 2021

BREMNER CABARET

Há tempos não compartilho por aqui minhas descobertas musicais, os cantores e cantoras que minhas buscas pela internet me revelam. Ando mesmo desmotivado para escrever, o que espero que passe logo. Mas tombei totalmente ao acaso sobre o maravilhoso Bremner Duthie, cantor/ator americano que me fez parar tudo para escutá-lo e me trouxe de volta ao blog. Depois de muitos anos atuando e cantando na ópera, ele decidiu emprestar sua bela voz de barítono aos clássicos do Cabaret. Fiquei especialmente encantado com dois álbuns dele que reúnem a obra de Kurt Weill: Bremner Sings Weill e Bremner Sings Kurt Weill Volume II. Sou apaixonado pelas canções de Weill, muitas delas em parceria com Bertold Brecht e algumas das quais já tive o prazer de interpretar ao lado da diva Cida Moreira e do saudoso Dunga Brunet no nosso Cabarecht, que percorreu o interior de São Paulo em projeto de circulação da Secretaria de Cultura. Bremner alterna a potente voz operística com rasgados à la Tom Waits apropriando-se das canções e dando-lhes roupagem totalmente nova. Às vezes chega a mudar tanto a melodia que a gente demora a reconhecer a canção. Confesso que não gosto muito quando isso acontece. Na minha humilde opinião essas canções já são tão belas e perfeitas que tudo o que se deve fazer é cantá-las e tocá-las tal como foram escritas por esses dois gênios do teatro musical. Mas a maior parte do tempo é fascinante ouvi-lo cantar. Unindo o canto à experiência de ator, Bremner recria o universo do Cabaret em seus shows com cenários e figurinos que trazem ainda mais dramaticidade à sua já tão expressiva figura. Suas versões para Pirate Jenny, Youkali Tango, My Ship, Je Ne T'aime Pas e Cannon Song são puro deleite. Após ter morado durante anos entre a Escócia e o Canadá, atualmente ele vive entre Nova Orleans e Paris. Olha Paris de novo aí, sempre ela. Quem sabe não foi isso que me identificou tanto com ele? Tenho escutado bastante não apenas os álbuns com as canções de Weill, mas também suas regravações de clássicos do jazz e '33 a Kabarett, álbum que traz pérolas como Boulevard of Broken Dreams, Dancing in the Dark e Falling in Love Again. Taí uma coisa que sempre me traz felicidade, mesmo em meio aos maus momentos da vida: Apreciar o trabalho de um grande artista. A arte, assim como o amor e o humor, sempre salvam... Na foto, Bremner sur la scène em momento inspirado de seu Cabaret.

4 comentários:

  1. Tô atento a tudo que dizes, vou lá conferir. Besos de sexta-viernes.

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  2. Eita! Lá vou eu conferir Bremner. Suas indicações são sempre muito bem vindas.

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    1. Obrigado, Odilon! Me sinto um influenciador digital... rsrsrs.

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