sexta-feira, 4 de novembro de 2016

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA

Terminei a leitura de Rita Lee, Uma Autobiografia, e me sinto completamente abandonado em um deserto árido clamando por uma vida menos ordinária...Foram dois ou três dias de leitura no metrô, na sala de espera da fisioterapia, no ônibus, em casa, na rua, na chuva, na fazenda, aqui, ali, em qualquer lugar. Me apeguei à personagem Rita Lee num grau tão inexplicável que agora sofro de uma melancólica saudade somada a uma crise de abstinência que não tenho ideia de como tratar... Rita é dona de um estilo bastante original e particular e sua escrita envolve ao mesmo tempo que emociona e diverte. Seu senso de humor, já conhecido de todos pelas letras de suas canções, se expande e se multiplica sobre o papel. Ela é, para dizer o mínimo, caleidoscópica. Não se quer parar de ler e, ao mesmo tempo, quer-se poupar a leitura para que o prazer seja prolongado. E a pergunta que mais me faço desde o fim da última página é: Como vou viver sem? Ainda bem que tenho tudo, ou quase tudo dela: DVDs, CDs, LPs, livros. E a trilha sonora principal dos meus dias tem sido sua discografia. Que privilégio ter segredinhos de alcova revelados pela própria e poder conhecer finalmente sua versão de tudo o que já foi dito a seu respeito por aí... Seu amor pelos animais, já tão conhecido por todos, no livro é esmiuçado em detalhes encantadores... Sua infância e juventude, seu amor por São Paulo, pela família, por Hebe Camargo, suas inseguranças, teorias conspiratórias, altos & baixos, tudo adoravelmente descrito. Qual é a moral? Qual vai ser o final dessa história? São coisas da vida e a gente não sabe se vai ou se fica... Ainda por cima, de lambuja, Rita cita minha saudosa amiga Claudia Wonder! Nem luxo nem lixo: Imortal, meu amor... Eu sempre amei Rita Lee, amo e amarei até o fim dos meus dias. E tenho certeza de que ela, enquanto estiver viva e cheia de graça, ainda vai fazer um monte de gente feliz! Corre ler essa obra-prima: Rita Lee, Uma Autobiografia, da Editora Globo. Sua vidinha nunca mais será a mesma...
Na foto, Rita em si com sua flauta transversa.

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