segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

GAROTA DE SAMPA

Marisa tem oitenta anos. Mas pensa que tem quarenta. E, evidentemente, não divulga esses quarenta que pensa ter. Diz ter trinta e oito. “Acho que quarenta é uma idade que pesa muito para uma mulher. Eu nunca vou fazer quarenta, Deus me livre”! E ri, entre amigas e taças de champanhe. De fato Marisa não aparenta a idade que tem. Mas daí a aparentar trinta e oito... Ela se sente muito assediada pelos homens, num nível que chega a incomodar. “Que saco, não estou à venda, disponível. Ou pior, como dizem agora, na pista. Tem coisa mais vulgar”? Aceita poucos convites por semana para jantar com pretendentes. “Sair para jantar dá muito trabalho! Tenho que acordar cedo para dar conta de tudo o que preciso fazer para, à noite, estar impecável: Salão, cabelo, maquiagem, sapato, bolsa, vestido, uma infinidade de coisas. Para depois chegar no restaurante e o homem ainda querer rachar a conta? Eu não divido conta. Já gasto uma fortuna para me apresentar decentemente. O homem que pague! Se é assim, prefiro jantar em casa assistindo novela”... Marisa está sempre por dentro de tudo o que acontece na cidade. Social e culturalmente falando. “Não perco nada: Filmes, peças, balés, exposições. Dá trabalho, mas vale a pena. As pessoas acham que eu não faço nada. Imagina! Tenho que pegar o guia toda semana, marcar tudo o que quero assistir, ir pessoalmente com o motorista a todas as bilheterias comprar os ingressos, ufa! Esse negócio de internet não dá certo comigo, não tenho nem e-mail! Gosto de ver a planta da sala de espetáculo para escolher o melhor lugar. Só nessa empreitada já vai quase a minha semana toda. E ainda tenho que deixar espaço na agenda para o spa, a drenagem, a ayurvédica, a depilação, a esfoliação, a manicure, olha, só vendo a loucura que é a minha vida. Sem falar nas benemerências, que isso eu faço mas não fico divulgando”... Por falar em benemerências, seus ex-maridos foram todos generosos com ela e felizmente pode se dar o luxo de não trabalhar. “Com tudo o que eu faço, se ainda fosse trabalhar eu não dormia! Aliás, já durmo pouquíssimo, acho uma perda de tempo. Se não tenho nada para fazer, o que é bem raro, prefiro tomar sol. Adoro! Quando não tem, entro na máquina de bronzeamento. Tenho uma aqui em casa bem maior que essas das clínicas daqui. Mandei vir dos Estados Unidos. Quase tudo meu é de lá”... Essa é Marisa, sobrenome não divulgado por elegância de quem vos escreve. Marisa é uma Garota de Sampa. Na foto, desfile exclusivo para ela na Maison Denner.

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