sábado, 12 de janeiro de 2013


URBE
É incrível como São Paulo consegue ser muitas em uma só. Faz tempo que eu não saía para beber sozinho. A não ser no Ritz, mas o Ritz não conta. É impossível ficar sozinho lá, uma vez que conheço todo mundo e todo mundo me conhece. Recentemente descobri o Urbe Café, que fica em uma travessa da Augusta. Mais especificamente, do Baixo Augusta. Lá não vai a minha turma, digamos assim. Se é que ainda tenho uma... Vão outras pessoas e eu adoro. Posso ficar só. Observar. Ou, se for o caso, conhecer alguém. Me sinto como se estivesse viajando. E eu faço qualquer negócio por essa sensação. Nem precisei ir longe de casa. Apenas atravessei a Paulista et voilà, eis que me encontro em terra estrangeira. Me faz lembrar os anos oitenta, quando eu vinha a São Paulo e frequentava os bares e cafés do Bixiga. Era inverno, 1987, eu chegava, de sobretudo, pedia um cognac e me sentia o máximo. Até fumar, eu fumava... Mas, voltemos ao Urbe Café. Urbanidades. Luzes. Cruzamentos. Eu sumi na poeira das ruas. Vazio e, ainda assim, farto. Me farto de Caetano Abraçaço. O amor que vive em mim vou agora revelar. O ciúme é só o estrume do amor. Quem matou o meu amor tem que pagar. Estou triste tão triste. Estou muito triste. Caetano é foda. Saudade das luzes de cena. Da boca de cena. De estar em cena. Antes de abrir a cortina, andando pelo palco, de um lado pro outro, ruídos, murmúrios, casa lotada. Lotação esgotada. Coração acelerado... Depois, drinks. Comemorar. Conhecer. Desbravar as cidades. Luzes. Cruzamentos. Olhos atentos. Às urbanidades. Ressurgir do pó. Da poeira das ruas. Vazio novamente. E, ainda assim, farto... Caetano é foda.
Na foto, o Urbe direto do meu Instagram.

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