terça-feira, 25 de outubro de 2011




PREGUIÇA VERSUS PRESSA
Há muito tempo atrás, no arco da velha, quando ainda se amarrava cachorro com linguiça, a pressa resolveu desafiar a preguiça para um duelo. A preguiça, que estava sempre cansada, sugeriu à outra que deixasse o duelo para dois dias depois. A pressa, que estava sempre correndo, exigia que fosse no ato. Após consultarem o departamento de meteorologia, a numeróloga e o astrólogo da época, decidiu-se que o duelo ficaria para o dia seguinte. Os pecados capitais reuniram-se e fizeram uma torcida organizada para a preguiça. A luxúria, que tomou para si o título de líder da torcida, aproveitava para levantar a blusa e mostrar os peitos para todos, deixando a inveja roxa de inveja, enquanto a cobiça ficava de olho no troféu. A soberba, como se achava importante, fingia que nada estava acontecendo, mas a ira mal disfarçava que estava puta com a gula, que torcia para que tudo acabasse em pizza... Já a pressa, como nunca tinha tempo para nada, nem mesmo para os amigos, ficou sem torcida nenhuma. Mas, como também não dormia no ponto, mandou releases para todos os meios de comunicação e teve ampla cobertura da imprensa. Foi capa de todos os cadernos de esportes da época e teve até mesa redonda em diversos canais de TV... A justiça foi chamada para ser o juiz, mas, como era cega, pediu à honestidade para ficar de olho. E quando esta gritou: escolham as armas! A pressa teve uma espécie de chilique, rodou a baiana e bradou: não vou sujar as minhas mãos duelando com você, que não passa de um simples pecado capital! Ao que a preguiça lentamente respondeu: e você, é inimiga da perfeição! Em seguida as duas se engalfinharam, os pecados e as virtudes foram entrando no bolo um a um, a coisa foi crescendo, crescendo, tomando proporções gigantescas até que... Foram felizes pra sempre! Moral da história: Passarinho que come pedra sabe o cu que tem!
Essa singela parábola, que encerra em seu conteúdo mensagem tão enobrecedora, fez parte do meu texto de abertura para o espetáculo homônimo da Terça Insana há muito tempo atrás, no arco da velha, quando ainda se amarrava cachorro etc...

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