segunda-feira, 8 de agosto de 2011




SEMPRE DIGNA
Sábado fui ao Teatro Fecap, que ainda não conhecia, para assistir ao show A Dama Indigna, de Cida Moreira, que estava sendo gravado para ser lançado em DVD. Ainda bem que foi gravado! Foi um dos mais belos shows de Cida a que jamais assisti. E olha que eu venho assistindo a shows dela há muitos anos... Cida está mais intensa e concentrada do que nunca. Canta o que quer e o que gosta com a segurança de quem está fazendo o que de melhor sabe fazer na vida. Como uma predestinada. Como Nina, Billie ou Ella. Como Anthony and The Johnsons, de cortar o coração...Eu já havia assistido à Dama Indigna no Auditório Ibirapuera, mas nesse tatro, menor, mais aconchegante, o clima de intimismo ficou de levar às lágrimas a mais insensível das criaturas. Cida parecia um broche de diamantes muito bem emldurado pelo rico estojo de jóias em que Humberto Vieira transformou o palco com sua luz. Humberto assina também a direção, e Cida é toda emoção quando refere-se a ele em cena. Como disse à própria Cida ao cumprimentá-la depois do show, envelheci anos de tanto que chorei. Mas a experiência é sempre rica, válida, engrandecedora. Eu sempre aprendo com Cida, ouvindo seus discos, vendo-a cantar no palco ou nas nossas aulas de canto. A presença de Thiago Pethit, de quem também sou fã, trouxe frescor e delicadeza a Surabaya Johnny, de Brecht e Weill, que Cida vem cantando através de décadas, como ela própria brincou. Maturidade, talento, emoção à flor da pele. O que mais dizer dessa digníssima dama indigna? Só escutá-la cantar. Sempre. Sempre digna. A foto que ilustra o post fui eu mesmo que fiz. Desculpa, Cida, eu sei que era proibido. Mas não resisti...

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