domingo, 21 de novembro de 2010


EDUARDO STERBLITCH
Minhas Sinceras Desculpas: Esse é o título do espetáculo do ator Eduardo Sterblitch e também o meu pedido de desculpas. Gostaria de redimir meu mau humor e minha falta de paciência com o “humor em si” manifestados no post HUMOR, de 01 de novembro de 2010. Finalmente surge uma boa novidade no já batido mercado do riso, que está repleto de egos inflados, fazendo tudo o que podem para agradar: Eduardo Sterblitch. Eu já havia testemunhado seu talento no show do grupo Deznecessários, a que assisti há uns dois anos atrás em um bar da Vila Olímpia. Fomos assistir ao show atraídos pela performance do Traficante Gay, então um sucesso no Youtube. O ator que fazia esse personagem não compareceu, pois estava gravando uma novela no Rio, mas a grata surpresa da noite foi, justamente, Eduardo Sterblitch, com seu jeito tímido, às vezes atropelado com as palavras, o que lembra bastante Pedro Cardoso, que deve, com certeza, ser um dos ídolos ou referências do ator, o que se evidencia ainda mais nesse seu trabalho solo. Sei que ele faz alguns personagens no programa Pânico, da Rede TV, ao qual não assisto porque não gosto. Mas posso até desculpá-lo por isso, afinal, artistas talentosos também precisam pagar as suas contas. Eduardo Sterblitch poderia acomodar-se à fama conquistada através da TV oferecendo ao público o que este espera dele: O riso fácil, as imitações de famosos. Mas, ao contrário, prefere, do alto dos seus vinte e três anos, lançar-se ao desafio e fazer o que tem vontade: Um espetáculo no mínimo estranho, contundente, provocador. Não, ele não faz gracinhas. Não imita o Silvio Santos. Não conta piada pronta. Não bebe uísque, como fez no Programa do Jô. E o melhor: Não faz stand-up comedy. Eduardo Sterblitch trabalha com a reversão de espectativas, com a desconstrução, com o anti-espetáculo. Fica, por exemplo, o tempo todo preparando a platéia para a melhor parte do espetáculo, o seu grand finale, sua melhor performance. Mas, quando chega a hora do espetáculo acabar, ele não o faz porque não deu tempo... Ironicamente acho que o momento de ir embora acaba sendo mesmo o melhor momento do espetáculo. Pois a platéia, que foi lá para “rachar o bico” certamente se sente incomodada com ele, que a chama de burra. Sem medo algum. Como uma espécie Andy Kaufman, ele não quer agradar. Não quer aprovação. Deixa isso claro desde o início, quando explica por que prefere começar o espetáculo no canto: Todos começam os seus espetáculos no meio... E o melhor: Seu espetáculo tem banda, mas não é um musical. Aliás, a banda, excelente, fica o tempo todo em cena e toca apenas três ou quatro músicas. Ele justifica: Eu sei que vocês vão sair falando mal. Então coloquei uma puta banda, assim vocês vão dizer: A banda é boa.
Palmas para Eduardo Sterblitch.

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