segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

VIAJANTE COMPULSIVO

Quem já se deu o trabalho de ler o meu perfil aqui no blog viu que lá me defino, entre outras coisas, como um viajante compulsivo. O que é verdade. Agora imaginem como tem sido difícil para mim esses intermináveis meses de pandemia sem poder viajar nem para aqui pertinho... Isso tem me feito lembrar de viagens que já vivi. Uma delas, que me recordo sempre com muito carinho, foi a que fiz com minha irmã Rita para Key West, no extremo sul da Flórida, nos Estados Unidos. Tão ao Sul que fica a apenas 90 milhas de Cuba. É uma cidade insular, mas também pode-se ir de carro pelo continente usando a Overseas Highway. Foi o que fizemos. Naturalmente que o carro foi abastecido de um cooler com várias garrafinhas de champanhe baby e muitas frutas – para tomarmos e comermos na praia – além de incontáveis CDs. Sim, foi no tempo em que a gente ainda escutava CDs nos carros. E eu, que não dirijo, fui discotecando a viagem inteira. Aliás, a viagem em si já vale a pena. O trajeto é todo cercado de mar a perder de vista, em alguns pontos ficando só uma imensa ponte sobre o oceano. É como se a gente deslisasse sobre as águas... A cidade em si também é encantadora, com suas casas brancas de madeira, sobrados com jardim na frente e cercas baixas. Fomos com grande entusiasmo visitar a que foi residência de Ernest Hemingway. Hoje é um museu do escritor, com seus móveis e objetos pessoais. Um dos cômodos que mais me emocionou foi a sala de trabalho do autor de Paris é Uma Festa. A casa tem também um enorme jardim com piscina e é habitada por aqueles encantadores gatos de seis dedos, todos descendentes da gatinha preferida do escritor. Depois de curtir praias, passear pela cidade e beber nos seus incontáveis bares, todo mundo se reúne numa imensa praça à beira mar para assistir e celebrar o por do sol. A gente se senta no píer de um barzinho, normalmente com algum grupo de jazz tocando e toma drinks apreciando o espetáculo da natureza que é o entardecer. Olha que eu venho de Porto Alegre, cidade famosa pelos belíssimos ocasos. Mas o de lá é, digamos, no mínimo tão lindo quanto... Nos hospedamos num simpático hotel, na verdade uma espécie de pousada: Uma daquelas casas assobradadas da ilha que foi transformada em hotel pela proprietária, com três ou quatro quartos no máximo e um excelente café da manhã. Não dá vontade de ir embora. Quer-se ficar mais e mais. Ou voltar o mais depressa possível. O que, no meu caso, ainda não aconteceu. E olha que já faz mais de dez anos que estive lá... Nas fotos, a frente da casa de Hemingway, um dos gatinhos recebendo os visitantes junto ao chafariz e a maquete da casa com a própria ao fundo.

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