domingo, 15 de julho de 2018

COISAS QUE VI E VIVI

Ontem à noite, ao entrar no metrô saindo de um show, fui surpreendido por um rapaz que, gentilmente, se levantou e me ofereceu o seu assento. Minha primeira reação foi agradecer e aceitar, pois estava realmente cansado, tinha caminhado bastante, subido escadas e atravessado ruas e passarelas depois de ter ficado um bom tempo sentado na plateia do teatro. Mas logo em seguida veio a reação inevitável: Uma pontinha de tristeza por constatar que o tempo passara implacável e eu - embora tão cheio de vida e ânimo para aproveitar tudo de bom que ela pode oferecer - finalmente, en-ve-lhe-ce-ra. Meus cabelos brancos eram a prova incontestável...
O fato é que a vida segue interessante. E eu, malgré o adiantado da idade, sigo interessado. Felizmente, vivo em uma cidade que constantemente oferece atrativos. De tédio, eu com certeza não morrerei na Pauliceia...
Tanto, que tenho deixado passar várias coisas bacanas que vejo, vivo, assisto, visito e constato, sem relatá-las aqui no blog. Numa tentativa de não permitir que a memória me falhe e no intuito de preservá-las para quem por ventura me leia, trato de relembrá-las aqui. Agora... Começo justamente pelo show a que me referi no início do texto. Uma belíssima homenagem aos cem anos de Dalva de Oliveira, concebida e dirigida por Thiago Marques Luiz. Reunindo nomes como Ângela Maria, Claudete Soares, Alaíde Costa, Cida Moreira, Maria Alcina e Virgínia Rosa, o espetáculo fez jus à importância de Dalva no cenário musical brasileiro. Arranjos sofisticados e um quarteto que reuniu piano, baixo acústico, bateria e sopros. E lançou juventude e frescor sobre as canções da homenageada nas vozes de Felipe Catto e Ayrton Montarroyos. Tipo histórico... No mesmo fim de semana pude conferir o espetáculo PI - Panorâmica Insana, da diretora Bia Lessa. Uma grata e bem vinda surpresa. Em um cenário/ambiente pós ecatombe - as ruínas do teatro em reforma - os excelentes atores se movimentam entre toneladas de roupas e trocam, em velocidade espantosa, de personagens. Destaco Rodrigo Pandolfo, que sempre é magistral sobre a cena, e Claudia Abreu, com sua incrível velocidade para acessar as emoções mais variadas. Some-se a trilha sonora perfeita (com direito a Benjamin Clementine) e tem-se um dos melhores espetáculos do ano... Voltando um pouco mais no tempo, coisa de um mês, ainda tenho a citar a exposição de Bill Violla no recém-reinaugurado Sesc da Avenida Paulista. Imensas e pequenas telas que projetam imagens em movimento. Fotografias que se movem ou videos parados. Inquietante, para dizer o mínimo... Nesse meio tempo teve também a dança teatro da Cia. 4 pra nada que, com o curioso título de (H3O)mens, coloca em cena três homens nus abordando todas as possibilidades do universo masculino. Esse merece post especial aqui no blog. Se eu me animar, mais adiante postarei. Mas vale muito a pena conferir. Se não ao vivo, pelo menos na gravação completa do espetáculo que está disponível no YouTube. Com direito a nudez total, essa questão ainda tão tabu e que tanta polêmica suscita em pleno século XXI...
Paro por hora. Mas prometo voltar logo e cheio de novidades. Vamos em frente aquecendo esse inverno rigoroso que ainda está na metade...
Nas fotos, os cantores dos cem anos de Dalva, a panorâmica de Claudia Abreu insana & de cuerpo entero, a imagem em movimento de Bill Viola e os três homens nus de (H3O)mens.

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