quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

ANIMAIS NOTURNOS

Violento. Triste. Denso. Cruel. Perturbador. E extremamente belo. Assim é o novo filme de Tom Ford, Animais Noturnos. Lindo desde o primeiro frame, com a baliza de banda nua e gorda dançando em uma tela gigantesca que compõe a exposição de arte da personagem principal. Luz, fotografia, direção de arte, roteiro, direção, tudo impecavelmente belo. Como no primeiro filme do diretor, Direito de Amar, a que assisti em um vôo de São Paulo para Paris. Por vezes lembra Almodóvar, pela beleza dos enquadramentos e pela trilha sonora executada com instrumentos de corda. É sempre instigante ver a violência, o horror, a crueldade, brotarem do belo. O filme promete uma coisa e acaba levando a várias outras, totalmente inesperadas. Mas não é isso que é bacana em uma obra de arte? Ainda mais quando vem tão ricamente embalado. E nem poderia ser diferente, posto que seu roteirista e diretor é estilista... Adorei o programa da tarde. Quando o filme acabou fiquei esperando todos os créditos subirem, como gosto de fazer quando um filme me agrada bastante. E vi que entre as músicas executadas na trilha sonora estava Baudelaire, de Serge Gainsbourg, compositor que adoro. Procurei a música no youtube e não consigo me lembrar que ela tenha tocado em nenhuma cena do filme... Coincidentemente eu havia comprado, antes de entrar para assistir ao filme, o livro Spleen de Paris, de Charles Baudelaire... Vai entender!
Na foto, a intrigante exposição de arte de Susan, a personagem de Amy Adams.

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