terça-feira, 17 de novembro de 2015

REZA FORTE

Quem me conhece ou segue o blog sabe do meu caso de amor com Paris e o quanto ele é antigo. Quão antigo ele é eu nem revelo mais com medo de espantar leitores jovens. É antigo. Ponto. E ando, claro, muito triste com os recentes acontecimentos que feriram minha amada cidade. Só que a tristeza em si não é com Paris, e sim com essa demência que é o terrorismo, seja onde for. Todas as campanhas pedem para rezar pela cidade. Precisamos rezar pelo mundo inteiro, ou melhor, pelo ser humano. É ele que está perdido. É ele que sempre foi capaz das piores barbáries. É ele que destrói e mata em nome da fé, do poder, do que for. E alguns seres humanos, do tipo desses que cometem atentados terroristas, nem reza salva. Eu tenho muita fé, apesar de não seguir nenhuma religião, e rezo mesmo, quase diariamente. Mas nesse caso acho que nem reza forte. Nem feitiço. Por incrível que pareça eu gostaria de estar lá em Paris agora. Meio que para tomar conta dela, dos lugares e pessoas de que gosto. Rever cada um dos meus cantinhos preferidos, meus bares, bistrôs, restaurantes, lojas, livrarias, ruas, igrejas, monumentos, parques e jardins. Ter certeza de que nenhum imbecil explodiu minhas coisas amadas, minhas lembranças, meu passado e meu presente. Outra coisa contra a qual não podemos fazer nada é essa inclinação natural do ser humano para a disputa: Primeiro nós, depois eles. Como se nós e eles não fôssemos todos a mesma coisa. Feitos, como disse Shakespeare, da mesma matéria de que são feitos os sonhos. Só que, nesse caso, pesadelos definiriam melhor... Deus, Cristo, Krishna, Buhda, Zeus e toda as mitologias e crenças existentes, oremos com Rita Lee: Deus me perdoe da sua inveja, Deus me defenda da sua macumba, Deus me salve da sua praga, Deus me ajude da sua raiva, Deus me imunize do seu veneno. E, como cantou Cazuza, vamos pedir piedade pra essa gente careta e covarde.

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