terça-feira, 21 de maio de 2013

SAUDADE

Todos os grandes poetas, músicos, escritores e até mesmo os bêbados nas mesas de bar, absolutamente todos já descreveram ou cantaram a saudade. E há os que, como eu, apenas a sentem. A saudade é uma das minhas companhias mais constantes. Sinto saudade do que passou, da minha infância, dos meus pais que já se foram, dos amigos que perdi, dos sucessos que fiz, saudade de lugares, de cidades, de cheiros e de sentimentos. Saudades do que não vivi, que são as minhas saudades imaginárias. Saudades de Paris, que sempre procuro matar, pelo menos uma vez por ano. Saudades de Soledade, minha cidade natal, cujo nome significa: Solidão, tristeza de quem se acha só; melancolia, saudade que acompanha o indivíduo que se sente só. Minha cara, não? Eu não poderia ter nascido em outro lugar... Como já cantou Peninha, ter saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio. Certíssimo o nosso bardo do brega cult. Aliás, qualquer sentimento é melhor do que a ausência deles. Esse é um estado de espírito que não me lembro de ter experimentado: Ausência de sentimentos. Vazio. Deus me livre! Saudade da pessoa amada quando está distante é de cortar o coração. Principalmente ao cair da tarde, aquele momento de suspensão entre o fim do dia e o início da noite que ainda não chegou: Uma espécie de lusco-fusco da alma. As luzes da cidade vão todas se acendendo, dá um aperto no peito e, no som do iPad, Bethânia canta: Onde estará o meu amor... É quando o vinho se faz absolutamente necessário, imprescindível. Mais do que qualquer droga ou remédio, ele traz, parafraseando o Cantor das Multidões, lenitivo à minha dor... Aos poucos a embriaguez vai se sobrepondo à tristeza, a música se sobrepondo ao silêncio, e a própria saudade se converte em companhia das mais agradáveis. E a noite finalmente se instala, enluarada e recheada de boas lembranças e bons sentimentos. Acendo velas, baixo as luzes, aumento o som. Mais uma dose. É claro que eu to a fim... Na foto, saudade dos meus cabelos longos e negros no mar de Ipanema.

5 comentários:

  1. LIndo! Tudo, texto, tua foto um tesão e te "pregunto, soledad: cuando te vas a Paris otra vez?"

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  2. Gracias, Sergio! Se Deus e os anjos quiserem, vou agora em julho. Vamos ver... Besos!

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  3. Estarei lá do 6 ao 17/07, me dizes se coincidirmos, luxo!

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  4. Aí Roberto. Uma sugestãozinha de música para o final de semana e que não agride nossos ouvidos. Hooverphonic - Mad About You. Um abraço.

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