domingo, 28 de março de 2010


PALMAS PARA O TOCANTINS

Estive em Palmas nesse fim de semana, participando com a Terça Insana do VI Salão do Livro do Tocantins. Fui como free lancer, substituindo um dos atores, que não pode comparecer ao evento. Não conhecia esse estado nem essa capital. E nem posso dizer que agora conheça, pois, no pouco tempo em que estive por lá, mal deu pra ver a cidade. Mas o pouco que vi me agradou bastante. Muita amplidão, muito céu, muito verde, muitos parques, uma coisa meio Brasília com mais ar puro ainda. Entardeceres e amanheceres incríveis, com o céu pintado de várias cores promovendo uma festa para os olhos e para a alma. O evento em si também me agradou bastante. Bacana ver pessoas interessadas em promover a cultura em locais tão distantes dos que ela normalmente habita. Além de uma grande feira, onde eram vendidos, lançados e lidos os mais diversos tipos de livros, o Salão também contava com extensa e variada programação de shows, espetáculos de circo, de teatro e palestras. As palestras eram proferidas num pequeno e agradável espaço batizado de Café Literário. Nosso espetáculo, por exemplo, foi apresentado em um auditório com capacidade para mil e quinhentas pessoas, que esteve lotado nas duas apresentações que fizemos, a segunda delas uma sessão extra, devido ao grande número de público presente. Meu amigo Edson Cordeiro também se apresentou nesse mesmo local durante a semana.
O grande homenageado do Salão foi o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Não sabia disso quando preparei meu texto de abertura do espetáculo, que reaproveitei do show Terça Insana Literatura, que havia feito ainda no Next Cabaret, citando trechos de poemas drummondianos, mais ou menos assim: “Quando eu nasci veio um anjo torto e disse: Vai, Roberto, ser gauche na vida e eu fui. Só que tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra. E agora, José? Perguntei”. E o texto seguia costurando Drummond com Quintana, Vinícius e Bilac. Fiz essa abertura vestido de imortal da Academia Brasileira de Letras e falando da correria que se estabelece a cada vez que vaga uma de suas cadeiras. Nosso maquiador e caracterizador Cabral confeccionou um fardão de imortal utilizando adereços de cortinas que bordou em um antigo casaco da Grace. Incrível. Fiquei feliz com os comentários que ouvi depois dos espetáculos, com pessoas do público reconhecendo os poemas citados e apreciando o nível da nossa apresentação. Comemoramos o Dia Internacional do Teatro da melhor forma possível, fazendo teatro para muitas pessoas e, ao mesmo tempo, levando a elas um pouco do melhor da nossa literatura. Viva o teatro. Viva o Brasil. E palmas para o Tocantins...

4 comentários:

  1. Palmas pra vc tbém Robertinho, amado e verdadeiro amigo, vc é inspirador e faz tudo ficar melhor sempre! bjk Cabral

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  2. A Academia Brasileira de Letras que te aguarde, se continuares a escrever tao bem assim. Vivas pra ti e pelo que sempre nos oferece de melhor. Amor e saudades, Rita.

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  3. Magnifique! Concordo com Rita quanto ao teu estilo despojado e, neste caso, pela interessantíssima informação sobre um Estado sobre o que pouco se ouve e vê.

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  4. Olá Roberto,

    Não vi o espetáculo, não consegui entrar. Mas os comentários foram os melhores...

    Suas impressões sobre o Tocantins e Palmas estão corretas, é um lugar inspirador e acolhedor. Tenho muito orgulho de estar aqui.

    Um grande abraço.

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