PÁSCOA NO RIO
Pelos meus cálculos, essa deve ser a quinta vez que passo a Páscoa no Rio. E que a minha memória não costuma me trair, todo mundo que me conhece ou segue o blog já sabe. Aliás, a primeira vez que vim ao Rio foi num feriado de Páscoa. Eu tinha dezesseis para dezessete anos e vim visitar minha irmã Raquél, que estava morando aqui para fazer sua especialização em odontopediatria. Aquela foi, também, a primeira vez que andei de avião. Lembro perfeitamente da minha sensação de felicidade ao constatar que não estava com medo vendo Porto Alegre ficar cada vez menor à medida em que o avião subia. Dava para fumar no avião e eles serviam aperitivos antes da refeição. Sim, eu disse refeição, que vinha em uma bandeja, com copos e talheres de verdade. Lembro que pedi uísque como aperitivo e ele veio servido em um copo de short drink, tipo tambler, só que em formato arredondado, parecendo uma bolinha com o logo da Varig. Que, disfarçadamente, coloquei na bolsa e levei comigo. Assim como os talheres e o cálice do vinho branco. Mas, voltando às Páscoas cariocas. No ano de 2004 estava aqui, na casa da minha amiga Shala Felipi, que, na ocasião, morava nessa mesma Ipanema onde estou hospedado agora. Saímos, Shala e eu, acho que para ir à padaria, e fomos surpreendidos por uma procissão que saía da igreja da Praça Nossa Senhora da Paz. Uma procissão de verdade, como as que havia nas nossas infâncias, no interior do Rio Grande do Sul, eu em Soledade, ela em Galópolis, com crianças vestidas de anjinhos, incensos, matracas, velas e o corpo de Cristo sendo carregado sobre um andor. Ficamos acompanhando, emocionados, a procissão, durante boa parte do seu trajeto. Desde então, sempre que passo a Páscoa no Rio, assisto à passagem dessa procissão. Desde criança, sempre gostei mais da Páscoa do que do Natal. Minha mãe não escondia o ninho com os ovos de chocolate, mas deixava-o em frente à porta do meu quarto. Era uma delícia, no domingo de Páscoa, acordar bem cedo e ver, da cama mesmo, pela fresta debaixo da porta, que ele já estava lá e continuar dormindo mais um pouquinho com o conforto daquela certeza. No ano de 2005 eu estava em cartaz aqui no Rio com a Terça Insana, no Teatro do Leblon, e foi minha terceira Páscoa carioca. Depois teve a do ano passado, em que vi a procissão passar da janela do hotel, e essa, a quinta, em que escrevo esse post na Sexta-feira Santa. Só que, dessa vez, não verei a procissão passar porque estarei vendo outra coisa, bem mais, digamos, profana: A Gaiola das Loucas! Feliz Páscoa para todos: cariocas, gaúchos e brasileiros em geral. Aliás, Feliz Páscoa para todo o mundo!
A foto eu fiz na Páscoa de 2009, em Ipanema.
Tens de fato uma memoria privilegiada, que Deus te conserve assim! Feliz Pascoa para ti tambem, meu querido, bjs.
ResponderExcluirhoje é sábado de aleluia e acho que não conseguirei dormir esperando pra ver se alguém irá esconder os ovos....
ResponderExcluirAmigo querido, já mudei tanto de endereços que guardei minha memória em algum lugar que não lembro mais, mas esta procissão lembro como se fosse hoje, principalmente nossa emoção ao ser surpreendidos por ela. Ótima Páscoa p você amigo. No ano que vem quem sabe nós juntos novamente em Ipanema!? Bj carinhoso
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