ACHO DIGNO
Acho interessante como algumas expressões se popularizam e passam a ser de domínio público ou, então, de autoria de alguém que as divulga em rede nacional. Isso acontece, acho, em todos os meios. Mas acontece muito, principalmente, em dois meios nos quais circulo e convivo: o gay e o do teatro. Quem, hoje em dia, gay ou não, não fala as expressões uó e a loka? Até apresentadoras de TV falam em seus programas e é engraçado, divertido. Eu não saberia dizer quem as inventou e, até mesmo, se elas foram inventadas por alguém ou surgiram espontaneamente, como surge a maioria das gírias. Mas tem várias que eu sei. Lasanha, por exemplo. Chamar bofe bonito de lasanha foi inventado pelo Valter Costa, cabeleireiro e agitador cultural de Porto Alegre, dono do Scalp, salão de beleza e ponto de encontro dos modernos e descolados da década de oitenta. O termo foi bastante divulgado aqui em São Paulo pelo escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, o que faz com que muitos pensem que foi inventado por ele. Porto Alegre, aliás, sempre foi celeiro de gírias e expressões que se espalham pelo país. Tem a famosa história do Claudinho, também cabeleireiro gaúcho, que, chegando na boate, tropeça, rola escada abaixo e, ao se levantar, exclama: Tão rindo do que? Cada um desce a escada do jeito que quer! Hilário.
É claro que o motivo desse post é explicar a origem do bordão acho chique, acho digno, da minha personagem Betina Botox, tão amplamente difundido em rede nacional pela Preta Gil, que, aliás, adoro. Acho uma fofa. Digna, mesmo. Mas é só para que, no futuro, não venha a acontecer como aconteceu com a lasanha do Valter e com muitas outras histórias...
Pois muito bem, antes mesmo de a Terça Insana pensar em existir, estava eu passando o révéillon no Rio, chez minha amiga Shala Felipi, onde estava também a atriz Renata Jesion acompanhada de seus pais. Eu estava conversando com a mãe da Renata, quando ela me pergunta: Você mora nos jardins? Respondi que sim e ela emendou: Eu já morei nos jardins, agora mudei para a Vila Nova Conceição. Eu gosto. Acho chique. Acho digno. A Renata exclama: Mãe! E ela responde: Mas eu aaacho! Adorei. E senti que ali nascia uma expressão. Pensei comigo mesmo: vou usar isso em algum personagem. E guardei a expressão durante anos até que surgiu a Betina Botox, em cujos lábios ela coube como uma luva. Não é birra, não to pegando no pé de ninguém, é só para por os pingos nos is. Nesses tempos de stand up, em que liberou geral roubar idéias e piadas de colegas, acho importante esclarecer certas apropriações. Tem uma história que aconteceu comigo, e minha amiga Agnes Zuliani estava junto para comprovar, que hoje vem sendo contada em um show de stand up de um colega pelo Brasil afora. Estávamos em Maringá, com a turnê Ventilador de Alegria, da Terça Insana, e saímos, Agnes e eu, para dar uma volta pela cidade. Quando paramos em uma banca de revistas para pedir uma informação, o rapaz da banca olhou pra mim e disse: Eu conheço o senhor! O senhor trabalha no youtube, né?
Uma pérola. Contei, inclusive, essa história na entrevista que dei para o Marcelo Tas na Uol, quando do lançamento da série Confissões Insanas, isso bem antes de o tal show de stand up desse “colega” existir. Tá lá. Gravado. Se vocês ouviram ou ouvirem isso em algum palco de São Paulo ou de qualquer outra cidade do país, saibam que foi comigo, e não com ele, que aconteceu. Só pra esclarecer. Acho digno.
Acho interessante como algumas expressões se popularizam e passam a ser de domínio público ou, então, de autoria de alguém que as divulga em rede nacional. Isso acontece, acho, em todos os meios. Mas acontece muito, principalmente, em dois meios nos quais circulo e convivo: o gay e o do teatro. Quem, hoje em dia, gay ou não, não fala as expressões uó e a loka? Até apresentadoras de TV falam em seus programas e é engraçado, divertido. Eu não saberia dizer quem as inventou e, até mesmo, se elas foram inventadas por alguém ou surgiram espontaneamente, como surge a maioria das gírias. Mas tem várias que eu sei. Lasanha, por exemplo. Chamar bofe bonito de lasanha foi inventado pelo Valter Costa, cabeleireiro e agitador cultural de Porto Alegre, dono do Scalp, salão de beleza e ponto de encontro dos modernos e descolados da década de oitenta. O termo foi bastante divulgado aqui em São Paulo pelo escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, o que faz com que muitos pensem que foi inventado por ele. Porto Alegre, aliás, sempre foi celeiro de gírias e expressões que se espalham pelo país. Tem a famosa história do Claudinho, também cabeleireiro gaúcho, que, chegando na boate, tropeça, rola escada abaixo e, ao se levantar, exclama: Tão rindo do que? Cada um desce a escada do jeito que quer! Hilário.
É claro que o motivo desse post é explicar a origem do bordão acho chique, acho digno, da minha personagem Betina Botox, tão amplamente difundido em rede nacional pela Preta Gil, que, aliás, adoro. Acho uma fofa. Digna, mesmo. Mas é só para que, no futuro, não venha a acontecer como aconteceu com a lasanha do Valter e com muitas outras histórias...
Pois muito bem, antes mesmo de a Terça Insana pensar em existir, estava eu passando o révéillon no Rio, chez minha amiga Shala Felipi, onde estava também a atriz Renata Jesion acompanhada de seus pais. Eu estava conversando com a mãe da Renata, quando ela me pergunta: Você mora nos jardins? Respondi que sim e ela emendou: Eu já morei nos jardins, agora mudei para a Vila Nova Conceição. Eu gosto. Acho chique. Acho digno. A Renata exclama: Mãe! E ela responde: Mas eu aaacho! Adorei. E senti que ali nascia uma expressão. Pensei comigo mesmo: vou usar isso em algum personagem. E guardei a expressão durante anos até que surgiu a Betina Botox, em cujos lábios ela coube como uma luva. Não é birra, não to pegando no pé de ninguém, é só para por os pingos nos is. Nesses tempos de stand up, em que liberou geral roubar idéias e piadas de colegas, acho importante esclarecer certas apropriações. Tem uma história que aconteceu comigo, e minha amiga Agnes Zuliani estava junto para comprovar, que hoje vem sendo contada em um show de stand up de um colega pelo Brasil afora. Estávamos em Maringá, com a turnê Ventilador de Alegria, da Terça Insana, e saímos, Agnes e eu, para dar uma volta pela cidade. Quando paramos em uma banca de revistas para pedir uma informação, o rapaz da banca olhou pra mim e disse: Eu conheço o senhor! O senhor trabalha no youtube, né?
Uma pérola. Contei, inclusive, essa história na entrevista que dei para o Marcelo Tas na Uol, quando do lançamento da série Confissões Insanas, isso bem antes de o tal show de stand up desse “colega” existir. Tá lá. Gravado. Se vocês ouviram ou ouvirem isso em algum palco de São Paulo ou de qualquer outra cidade do país, saibam que foi comigo, e não com ele, que aconteceu. Só pra esclarecer. Acho digno.
Adooooooooooooro seus posts e amo representando e vc como pessoa. Sou sua fã. beijos.
ResponderExcluiracho digno!!
ResponderExcluirÉ por essas e outras que te acho digno!
ResponderExcluirMuitos beijos!
acho justo, acho honesto!
ResponderExcluirBizarro!!!
ResponderExcluirvc postou hj isso, li achei otimo!!
Chego no teatro, tem uma equipe do Video Show p filmar os bastidores, a gente aquecendo voz e tal... Eis q Miguel puxa a brenda e conta p o videoshow, como o bordão Mara era dela e ele aproveitou p o personagem de Seu Ladir no Toma La da Ca!!!!
Coincidencia doida, neh??
E eu acho sempre lindo tudo o que vem de ti. Beijos e bom fim de semana.
ResponderExcluirN vou mentir eu uso sempre EU ACHO SUPER DIGNO... e NÃO VOU MENTIR...rsrsrs Adorei seu blog...ri muito e essa história q aconteceu com vc é normal..kkkkkkkkk Beijos adoro vc
ResponderExcluirAloka! HAHAHAH sou fã confessa da Betina e já conhecia a história dos bordões...sem comentários sobre a "reciclagem de piadas" no stand-up. Tudo bem fazer graça com o que aconteceu com outras pessoas, mas ao menos deveriam contar que foi com outra pessoa, um conhecido, whatever... Roubar "história" de outros é UÓ, total.
ResponderExcluirAdorei o blog, se der, passarei mais por aqui.
Se conseguir, dá uma olhada lá no meu: http://iamkittyrec.blogspot.com
Beijo,
K.
Pois é Robertinho amado, como eu estava presente nesse passeio em Maringá, me lembro bem o quanto rimos dessa situação! Engraçado também é perceber como poucos colocam pingos nos is, dão nome aos bois, o braço a torcer ou a cara a bater!!! Just for the record... Love ya
ResponderExcluiracho digno!
ResponderExcluirtem que registrar mesmo...
é isso ai ...
Este post foi bafo! Agora o blog vai bombar! Será que a criatura já leu isso?
ResponderExcluirEu adoro histórias, não vejo nada de mal em conta-las, desde que se dê a fonte, ou se esconda a fonte para preservar a vida do outro, mas é justo, é digno, que não assuma pra si passagens alheias.
Um beijo Robertinho!!! sempre bom te rever...! and keep writing!!!!
ResponderExcluirRobertinho....
ResponderExcluirNossos caminhos se cruzaram pela primeira vez nos anos 80 e no final dos 90 houve um bit cósmico que coreografou nossos passos, alinhando-os numa mesma órbita. De repente, calçamos nossos Sapatinhos Vermelhos e dançamos sem parar, deliciosamente, durante 8 anos. Recebi a dádiva de ser tua partner...e nós sabemos, muito bem, que somos poucos...Temos o nosso lugarzinho de conforto, nosso cantinho secreto, é só nosso, fomos pra lá um dia em busca de refúgio...e é de lá que observamos o mundo .. O nosso ponto de vista é exclusivo e original...surpreende... e logo todo mundo quer dizer que também já esteve nesse lugar...na "praia deserta paradisíaca que faz as pessoas terem insights" .... Tem gente que acha que clonar ideias alheias gera poder....Ah...tá, né?
(tua piscina tá cheia de ratos....há um incendio sob a chuva rala....vamos pedir piedade....o tempo nào para....os morangos mofam...mas lá embaixo uma rede de anjos ampara nossa queda...)
Te amo
Muito bom! Adorei! Achei digno! Você é simplesmente maravilhoso! Parabéns pelo seu trabalho e por toda a equipe do Terça Insana, que eu particularmente adorooooooooooooooooooooooooo.
ResponderExcluirComo sempre, inspirador e esclarecedor. Muito bom ler Roberto Camargo. Um super abraço.
ResponderExcluirNovamente assino embaixo.
ResponderExcluirAgnes Zuliani
Olá, Roberto!
ResponderExcluirTive o prazer de conhecer o Valter Costa + - nos anos 90..que saudade, ele era uma pessoa bem a frente do nosso tempo..abraços.