segunda-feira, 3 de outubro de 2011




FRENÉTICAS
Recentemente vivi uma experiência única. Uma espécie de volta no tempo, como acontece no filme de Claudio Torres protagonizado por Wagner Moura. Fui, no dia 17 de setembro, a Florianópolis para assistir ao show das Frenéticas no Floripa Music Hall. Quem tem mais de quarenta anos sabe de quem estou falando. Ou melhor, do que estou falando. Me refiro ao fenômeno Frenéticas, que tomou o Brasil no final da década de setenta. Eu tinha catorze anos de idade no ano do lançamento do primeiro LP do sexteto, formado por Leiloca, Lidoka, Dudu, Edir, Regina e Sandra Pera. Vivíamos o auge da era disco, aqui no Brasil batizada de discoteca. As meninas fizeram estrondoso sucesso, com vários hits nas paradas e trilhas sonoras de novelas. Lembro que nas festas que fazíamos no nosso apartamento de Porto Alegre, eu e minhas irmãs colocávamos o LP das Frenéticas para repetir na vitrola diversas vezes o lado A, e, depois, diversas vezes o lado B. Diversão garantida. Ninguém ficava sentado. Quem viveu, curtiu. Mas quero falar é do que vivi agora. Ou revivi. Não sei exatamente. Achei as Frenéticas tão vivas, tão atuais, com suas músicas trazendo tanta alegria a uma casa de shows lotada de gente que foi para se divertir e se divertiu muito, que o termo reviver soa inadequado. Tratava-se de algo que estava sendo vivido, vivo. Já assisti a shows de artistas que fizeram sucesso no passado e que agora não passam de uma lembrança difusa do que foram, pálida sombra da glória de outrora. Esse decididamente não é o caso das Frenéticas. Elas estão muito vivas e sacudidas. Senhoras Frenéticas, sim senhor. E é tão bom constatar que a diversão sobrevive, que a felicidade bate à sua porta, que o trem da alegria promete, mete, mete, mete, garante....Tenho a honra e o prazer de ser amigo pessoal de uma delas, Maria Lídia, a Lidoka. Lidoka e eu nos conhecemos durante a temporada da Terça Insana no Rio de Janeiro, entre 2004 e 2005. Nossa identificação foi quase que imediata e, desde então, somos muito presentes um na vida do outro. Irmãos astrais, como ela nos define, pois nascemos no mesmo dia, com alguns anos de diferença. Fiz questão de ir até Floripa conferir o show e foi realmente maravilhoso. Mais do que um show, foi uma festa. A platéia dançou, cantou e se divertiu o tempo todo, em pé, comemorando a alegria de viver. Nada mal em tempos tão bicudos, de crises econômicas, greves e catástrofes naturais, para dizer o mínimo. Nada daqueles shows-truque, com o artista cantando sobre bases gravadas em playback. As Fre mandaram ver com banda mesmo, ao vivo, e uma puta banda, diga-se de passagem. Com direito aos irmãos Mimi e Marcos Lessa, ex-integrantes do Bixo da Seda, e Guto Goffi, baterista do Barão Vermelho. Fiquei louco para vê-las cantar outra vez. Ou melhor, outras vezes. E, a julgar pela resposta que tiveram do público, qualitativa e quantitativamente falando, isso vai acontecer. Sem dúvida alguma.
As Frenéticas tem que voltar!!!
Na foto, minha irmã astral e frenética preferida, Lidoka.

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