ONDE ESTÁ WALLY?
A solidão nas grandes cidades é um tema que me atrai, me intriga e me fascina desde os anos oitenta. Sempre quis entender o que leva as pessoas a morarem todas no mesmo lugar e, ao mesmo tempo, se manterem tão distantes. Como imensas massas de seres solitários. O surgimento da internet parece ter elevado essa condição a um paroxismo sem precedentes. Parece ter potencializado o isolamento intrínseco dos seres urbanos contemporâneos. E antes que eu comece a falar besteira, qual filósofo de botequim, vou direto ao ponto: Acabo de assistir ao filme argentino Medianeras, que explora de maneira inspirada e poética o tema que tanto mexe comigo há quase trinta anos. Estamos muito mais próximos uns dos outros do que imaginamos. Nossa solidão roça a do outro o tempo todo, atropela, esbarra, risca, trisca, produz faíscas e eletricidade. Apenas não nos permitimos percebê-lo. Já estamos cansados de olhar para os lados, procurar, buscar, querer descobrir onde está Wally. Quando entramos no elevador mal olhamos pro outro. E, quando dizemos bom dia, é um custo ouvir bom dia de volta. O que vem é um sussurro, um grunhido emitido por obrigação. Pelo convívio involuntário. Que beleza, então, podermos fazer tudo pela internet. Até mesmo se relacionar. Muito mais prático. Limpo. Seguro. Mas chega uma hora que a natureza animal se manisfesta. O instinto se sobrepõe à razão. E algum tipo de feromônio nos empurra uns para os outros. Seja em Buenos aires, São Paulo, Rio de Janeiro, Paris ou Nova Iorque. Solidão é lava que cobre tudo. Como nos versos da canção de Paulinho da Viola, danço eu, dança você na dança da solidão...
A solidão nas grandes cidades é um tema que me atrai, me intriga e me fascina desde os anos oitenta. Sempre quis entender o que leva as pessoas a morarem todas no mesmo lugar e, ao mesmo tempo, se manterem tão distantes. Como imensas massas de seres solitários. O surgimento da internet parece ter elevado essa condição a um paroxismo sem precedentes. Parece ter potencializado o isolamento intrínseco dos seres urbanos contemporâneos. E antes que eu comece a falar besteira, qual filósofo de botequim, vou direto ao ponto: Acabo de assistir ao filme argentino Medianeras, que explora de maneira inspirada e poética o tema que tanto mexe comigo há quase trinta anos. Estamos muito mais próximos uns dos outros do que imaginamos. Nossa solidão roça a do outro o tempo todo, atropela, esbarra, risca, trisca, produz faíscas e eletricidade. Apenas não nos permitimos percebê-lo. Já estamos cansados de olhar para os lados, procurar, buscar, querer descobrir onde está Wally. Quando entramos no elevador mal olhamos pro outro. E, quando dizemos bom dia, é um custo ouvir bom dia de volta. O que vem é um sussurro, um grunhido emitido por obrigação. Pelo convívio involuntário. Que beleza, então, podermos fazer tudo pela internet. Até mesmo se relacionar. Muito mais prático. Limpo. Seguro. Mas chega uma hora que a natureza animal se manisfesta. O instinto se sobrepõe à razão. E algum tipo de feromônio nos empurra uns para os outros. Seja em Buenos aires, São Paulo, Rio de Janeiro, Paris ou Nova Iorque. Solidão é lava que cobre tudo. Como nos versos da canção de Paulinho da Viola, danço eu, dança você na dança da solidão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário