segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

CANÇÕES DE CARNAVAL

... e nesses dias de folia em que a multidão se amontoa, se acotovela e se entrelaça lânguida e cheia de lascívia, eu me entrego ao deleite da música. Inevitavelmente acabo revisitando álbuns e canções que ao longo do ano ficam mais no fundo das pilhas de CDs e LPs. Quero falar especificamente de três álbuns que tem embalado meus dias de folia (ou de anti-folia). O primeiro deles é Carmen Miranda 100 Anos, idealizado e produzido por Thiago Marques Luiz. Uma luxuosa edição dupla que traz no primeiro CD duetos de Carmen com grandes cantores da primeira fase da carreira dela como Mario Reis, Silvio Caldas, Francisco Alves e Carlos Galhardo. Hits como Alô Alô, Isto é Lá com Santo Antônio e Pra Quem Sabe Dar Valor são apresentados nas gravações originais da Pequena Notável com seus contemporâneos. A gente chega a visualizar os cordões passando em meio a muito confetti e serpentina; o outro CD que compõe a edição vem com artistas nossos contemporâneos (alguns já falecidos como Elza Soares, Gal Costa e Rita Lee) fazendo suas interpretações dos grandes sucessos de Carmen; e aí temos Evinha, Maria Alcina, Baby do Brasil, Caetano, Elba Ramalho, entre outros. Amo a versão de Marília Barbosa para o hit Eu Dei. A capa é belíssima, com direção de arte de Ana Amélia Martino e Rafael Ayres. Um luxo para ser degustado o ano inteiro... O segundo álbum é Babando Lamartine, das esfuziantes Frenéticas, sexteto vocal do qual fazia parte minha saudosa amiga Lidoka. Nesse gracioso e animado passeio pela obra do genial Lamartine Babo "as Fre" cantam embaladas por arranjos do não menos genial Cezar Camargo Mariano. Traz pérolas como Canção Pra Inglês Ver, Aí, Hein! e Maria da Luz, entre outras como O Teu Cabelo Não Nega (hoje seriam canceladas) e Jou Jous e Balangandãs. (Lamartine, diga-se, também está presente nos duetos com Carmen do primeiro álbum aqui citado)... Terceiro mas não menos importante, o histórico, antológico, inesquecível e imprescindível Muitos Carnavais, de Caetano Veloso. Nem sei o que falar deste disco que amo tanto, cujo vinil me foi presenteado pelo meu amigo Paulo Teixeira com a seguinte dedicatória: "Roberto, para que a tua vida seja sempre uma festa, como esse disco é". E não é que foi? Ou melhor, vem sendo. Entre Muitos Carnavais, Chuva, Suor e Cerveja e Atrás do Trio Elétrico, A Filha da Chiquita Bacana (eu rsrs) vem vivendo a vida como uma verdadeira festa. Pois, como cantam as Frenéticas, só quem tem mãe no mangue é que não dança, com medo de revelar a sua herança... Fora esses três discos aqui citados, ainda me delicio com uma coletânea de sucessos de Carmen que eu havia dado de presente à minha mãe e que ficou de herança para mim. Minha preferida desse CD é Adeus Batucada. Então, minha gente, para encerrar citando Caetano, vamos viver, vamos ver, vamos ter, vamos ser, vamos desentender do que não, carnavalizar a vida coração... Bom restinho de Carnaval à tous! Nas fotos, as capas dos tês álbuns citados no post.

2 comentários:

  1. Que primor, amo esse disco das Frenéticas e o do Caetano nem se fala. Desconhecia totalmente esse cd da Carmen.

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    1. Vais amar esse da Carmen, Odilon. Se encontrar por aqui (o que acho improvável) compro e te envio "par avion". Bjo.

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