terça-feira, 16 de agosto de 2022

UM LIVRO SÓ?

Acabo de terminar a leitura do livro Uma Rosa Só, de Muriel Barbery, a autora do festejado e mundialmente traduzido A Elegância do Ouriço. É um belo romance, muito bem escrito, sensível, delicado, com descrições detalhadas de paisagens, templos e jardins japoneses. Mas não me arrebatou como A Elegância do Ouriço. Aliás, depois dele li também outro romance da autora, A Morte do Gourmet, e sucedeu-se o mesmo: Gosto, mas não amo. Fiquei me perguntando se ela seria autora de um romance só. Como aqueles cantores que fazem sucesso com uma música e depois somem, sabe? Não é o caso, ela não sumiu. Pelo contrário, continua a publicar romances. Só não encontrei mais em suas obras aquele lirismo cotidiano que tanto me encantou em A Elegância do Ouriço. Aquela zeladora de um prédio de ricos em Paris, cuja aparente simplicidade escondia um interior rico e fascinante. Aquela adolescente que, através de um diário, planeja o dia de sua morte. E o misterioso novo morador japonês que intriga ambas. Já falei desse livro aqui no blog, em post de mesmo título. Em uma das minhas idas a Paris encontrei o filme em DVD. Comprei e, chegando aqui em casa, fui correndo assistir. Qual nada, o DVD não roda fora da França! Dommage pour moi... Alguns escritores conseguem provocar em mim esse arrebatamento ao longo da obra toda. Foi assim com Monteiro Lobato, no começo. Depois com Castañeda. Mais tarde Clarice Lispector. Na sequência vieram Caio Fernando Abreu, Antonio Bivar e, mais recentemente, Murakami. Já perdi a conta de quantos romances desse escritor japonês eu li e amei. Mas não vou desistir de Muriel Barbery. Essa francesa nascida em Casablanca, no Marrocos, que aos dois meses de idade se mudou para a França. Há algo na sua escrita que me envolve, mesmo quando a identificação ou o interesse pela história não é total. Preciso descobrir o que é... Enquanto isso, seguirei a ler seus romances. Na expectativa de encontrar uma nova Elegância do Ouriço... Na foto, a bela capa de Uma Rosa Só.

2 comentários:

  1. Querido amigo, mais um livro para minha lista, vou ler mesmo que você não tenha sentido o arrebatamento igual ao primeiro. Acredito que outro igual, ou melhor, que A Elegância do Ouriço, não haverá.

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    1. Mon cher Odilon! Em todo caso, vamos torcer para que haja...

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