terça-feira, 28 de dezembro de 2021
OS MALES DO ÁLCOOL
Relendo meus últimos posts achei que estava um tanto meditabundo, sorumbático, com um pezinho mesmo na depressão. É claro que nem sempre tudo são flores, a vida é feita de altos e baixos, claros e escuros e, dentro dessas variações todas, cabem tanto a tristeza quanto a alegria. Então resolvi relaxar um pouco - tomando um bom drink - e deixar a escrita fluir pendendo para o lado do bom humor para (quem sabe?) terminar o ano um pouco mais para cima. Aviso logo que contém ironia. Se não for bom em interpretação de texto, caro leitor, saia do blog agora! Brincadeira... Não sei o que o álcool faz com vocês. Mas eu, quando bebo, enriqueço! Fico phyno, para não dizer riquíssimaaaa!!! Rsrsrs. Se não parar no segundo drink o estrago (financeiro) é enorme. Perco a noção de preços. Começo a achar que tudo é barato ou, pelo menos, que vale a pena. E não me venha com aquele papo de relação custo/benefício que acho brega. Ah, e nada de música pop ou popular na trilha sonora. Só começo a conversa de Cole Porter para cima. Kurt Weill, Ghershwin, Irvin Berlin. Não me ofereça cerveja ou comida de boteco. Aliás, detesto boteco. (Mesmo sóbrio). Amendoim torrado, camisinha de isopor para manter a “breja gelada”, porção de iscas de peixe, cachacinha, mesas e cadeiras de plástico na calçada, gente humilde, que vontade de chorar… Coisas do álcool. Quem, como eu, bebe, sabe que os efeitos podem variar e ser completamente diferentes. Às vezes fico saudosista. Outras vezes melancólico. Ou faço a profunda: Releio Clarice Lispector e escuto Nina Simone ou Maysa até quase cortar os pulsos. Então me torno existencialista e passo a achar que o inferno são os outros. É quando abuso de luzes indiretas e abajures criando um clima de alcova só para mim. E, claro, mando vir mais um drink. Assim a insípida existência passa mais célere e, do alto do meu muro chiquérrimo com vista para Paris e para o mar, assisto à turba ignara esgrimir-se em insana e improfícua polarização que a levará de volta ao nada de onde veio. Na classe econômica e, évidemment, sem direito a despachar bagagens... Bon voyage et santé à tous!
Na foto, Manhattan, meu drink preferido, na frente do Ritz.
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Adorei esse post, dei risada aqui sozinho lembrando de você alcoolizado (bem alcoolizado) e outras vezes nem tanto, mas brilhante no humor, na ironia, nas luzes indiretas, no queijo com geleia de pimenta, na trilha sonora especialmente escolhida, e nas famosas e adocicadas Mimosas. E não me venha com linguicinhas tostadas, latão ou sentar à beira de calçada porque não tenho mais lombar pra isso.
ResponderExcluirHahahaha... boas lembranças, Odilon. Ainda bem que também as tenho. Sinal que bebi o suficiente! Rsrsrs
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