sábado, 11 de dezembro de 2021
PRESENTE VAZIO
Relendo meus dois posts anteriores percebi o quanto ando saudosista. Refletindo, me dei conta de que a culpa é do presente. Quando o presente não está legal, a gente naturalmente se volta para o passado, para a memória do tempo em que as coisas pareciam melhores... Cá entre nós, o presente não anda bacana faz tempo. Estamos vivendo uma pandemia há quase dois anos. Nunca mais saí para me divertir, não frequentei mais bares, festas nem restaurantes. Parei de ir à academia pra meu treino diário. Nunca mais fui ao cinema, não andei mais de ônibus nem de metrô. Fui uma ou duas vezes ao teatro. As vezes que fui assistir à peça que dirigi não conta: Era o meu trabalho e, mesmo assim, ia cheio de cuidados e de medos. Não tenho mais vida social nem cultural. Aliás, a cultura sobrevive bravamente às tentativas do governo de acabar com ela. Isso ficou claro desde o início, com a extinção do ministério da cultura. Não sabem, ou fingem não saber, que ela é a maior expressão da identidade de uma nação. Que cultura também é economia e vice-versa. Quando olho para os itens arquivados dos stories do meu instagram me dou conta da vida maravilhosa e culturalmente rica que eu levava e achava monótona. Paguei por não dar valor ao que tinha... É assim que o passado volta: Numa tentativa de preencher vazios sociais, culturais e existenciais. Com a aproximação do Natal, então, aí é que me inundo de memórias. Os Natais da minha infância em Soledade, por exemplo, quando a avenida principal onde eu morava era toda enfeitada com lâmpadas coloridas de um lado ao outro, em zigue-zague. Eu amava aquelas lâmpadas e meu sonho - um deles - era ter uma de cada cor. Uma vez comprei uma da cor laranja. Colocava no meu quarto para ficar admirando. Quando fazia reuniões dançantes no porão de casa também colocava minha lâmpada laranja para criar um clima... Não tenho vontade de voltar ao passado. A nenhum passado. A minha vontade é de que o presente volte a apontar para um possível futuro melhor. Para terminar citando Tom e Miúcha, se lembra do futuro que a gente combinou? Eu era tão criança e ainda sou. Querendo acreditar que o dia vai raiar só porque uma cantiga anunciou... Bom futuro a todos!
Na foto, Robertinho em um Natal do passado em Soledade.
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Querido amigo, quando o presente não tá legal, e não tá mesmo, seguimos pensando no que já passou e valorizando o que outrora nem ligávamos. É a nossa história, é graças a ela, e as escolhas que fizemos, que estamos aqui nesse presente distópico. Sigamos com fé.
ResponderExcluir... que a fé não costuma faiá! É isso, querido Odilon.
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