terça-feira, 14 de abril de 2020

ACABOU CHORARE

Eu, que adentrei os dias de isolamento social cheio de ânimo e lives e posts e clics e talz, aos poucos fui me recolhendo ainda mais do que simplesmente em casa: Fui me recolhendo em mim. Cada vez menos sextous e sabadous, um ou outro storie, até daqui do blog me afastei. Acho válido. Não tinha como ser diferente: A vida virtual, on-line, é um reflexo da vida real, off-line. Pelo menos deveria ser. Permanecem as leituras e escritos, um ou outro filme ou série, nada de maratonas... Tudo seguia tranquilo, abre a porta e a janela e vem ver o sol nascer. Até que: Ai ai saudade não venha me matar. Moraes Moreira partiu. Pombo correio voa depressa e essa carta leva para o meu amor. Carta de amor também é o tema da canção Revolta, de Moraes e Fausto Nilo, gravada por Marina em seu primeiro álbum Simples Como Fogo. "Já li, reli e ali na tua assinatura eu aprendi: O amor acaba neste quarto desatento". O que seria de mim sem a canção popular... Vale ressaltar que a música, já tão presente e importante na minha vida antes disso tudo, agora passou a ocupar ainda mais espaço dentro dos meus dias. E no movimento contínuo, ininterrupto do tempo, chegou Lina, nossa nova gatinha, uma pequena explosão de amor e alegria, a preencher todos os cantos da casa com seu carisma e beleza, toda rajada como uma oncinha do mato. Talvez pelo buraquinho invadiu-me a casa, tomou meu coração e sentou na minha mão. Acabou chorare: Ficou tudo lindo de manhã cedinho...
Nas fotos, Moraes Moreira na capa do álbum de 1981 e a pequena Lina a repousar sobre o leito.

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